Pode conter gatilhos.
Dois dias se passaram, dois dias de pura angústia. Os enjoos não passaram, vieram ainda mais fortes. Tenho mal estar a cada instante e estou começando a ficar desesperada. Não sei o que fazer.
Sofrer em silêncio está me deixando maluca. Quero acabar com isso e saber de uma vez por todas o que está causando isso em mim. Será que aqueles testes estavam todos errados?
Encaro meu corpo semi nu através do espelho, passo a mão pela minha barriga que está com algumas gorduras a mais, minhas coxas como sempre grossas pareciam ter mais um pouco de grossura. Gorda, muito gorda, é como me sinto.
Eu preciso fazer um exame de sangue e tirar minhas dúvidas, mas eu não sou capaz de fazer isso sozinha. Se Elijah parasse em casa, eu falaria com ele mesmo estando com raiva dele mas ele só passa aqui para pegar alguma coisa e volta a sair, mal nos falamos e eu não faço a menor questão que nos falemos, ele é que está fazendo merda, não eu.
Não quero incomodar Sebastian com meus problemas então só me resta uma pessoa. Se eu realmente não precisasse da ajuda de alguém eu jamais pediria ajuda a ela, mas não me resta mais ninguém.
Antes de fazê-lo ligo para Elijah mesmo sabendo que ele não vai me atender, e realmente não atendeu. Nas três vezes que tentei deu caixa postal. Vendo que eu não tinha outra escolha procurei o número dela na minha lista de contatos, digito uma mensagem várias vezes e apago, ponderando se realmente valia a pena fazer aquilo. Pedir ajuda justamente para ela, será que valia a pena?
Depois de vários suspiros, finalmente mando a mensagem:
“Preciso da sua ajuda.”
A mensagem não demora muito para ser respondida, peço que ela me encontre no parque e me visto saindo de casa. Quando vim para Seattle não imagei que haviam tantos problemas me aguardando, eu sabia que não seria fácil ficar aqui por causa do Heitor, mas que eu teria que lidar com o que eu estou lidando eu jamais imaginei.
Chego no parque e paro na calçada abraçando meus ombros, o tempo hoje não está favorável, está frio e o céu está coberto com algumas nuvens. Vejo um carro se aproximar e reconheço o carro dela, ela para o carro perto da calçada e desce do carro vindo até mim.
— Quando me mandou aquela mensagem eu não acreditei, não esperava que me pedisse ajuda — sorriu.
— Olha Marcela, não vamos ser falsas. Eu só te pedi ajuda porque fiquei sem opções, então não ache que eu quis pedir ajuda para você — falo e seu sorriso morre.
— Com o que você quer que eu te ajude?
— Preciso que me leve para um médico, quero fazer um exame de sangue — informo.
— O quê? Você...
— Não sei, e mesmo se eu soubesse não te falaria. Então, vai me ajudar ou não? — pergunto de braços cruzados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...