Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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Preocupada, é como eu deveria estar agora. Eu deveria estar arrancando meus cabelos de preocupação mas ele não merece isso. Já fiquei preocupada o suficiente hoje.
Por um momento, eu me culpei pelo comportamento dele hoje, mas depois de horas pensando. Vi que ele não tinha motivo algum para estar fazendo o que está fazendo comigo.
“ Eu estou apaixonado por você. ”
Eu nunca imaginei que escutaria isso em uma circunstância dessas. Por um momento, pensei em algum clichê mas a vida não é um conto de fadas. Justamente na primeira vez que ele me fala isso, está bêbado. Mas na verdade, não deveria me surpreender porque não é a primeira vez que ele me fala coisas assim, bêbado e dirigindo.
Quase todas as vezes que ele falou algo assim para mim, estava bêbado. Essas semanas pacíficas que vivemos me fizeram achar que ele havia mudado mas pelo que vejo eu me enganei.
Quer saber? Chega de ficar aqui, se ele pode sair para festinhas eu também posso. Foda-se que eu não gosto de festinhas mas eu não posso ficar aqui me martelando enquanto ele se diverte por aí.
Pego meu celular e sem pensar disco o número de Vincent, eu sei que ele vai me ajudar, dos amigos de Elijah é o único com senso.
"Fios coloridos" — fala assim que atende.
"Deixa eu adivinhar... Elijah fez alguma merda".
"Não quero falar dele. Preciso da sua ajuda".
"Preciso que você me leve para alguma festinha desde que não seja a que Elijah está" — digo.
"Deixa comigo, mas o Elijah não pode saber que fui eu que levei você".
"Pode deixar".
"Pego você em uma hora".
"Fechado. Valeu por me ajudar".
Desligo o celular e encaro minhas roupas e sorri ao me lembrar de uma das peças que Adam me fez comprar mesmo contra a minha vontade. Nunca agradeci tanto por ele não ter escutado minha opinião.
De banho feito me sento em frente ao espelho para dar um jeito em meu rosto pálido. Aplico meus conhecimentos sobre maquiagem que são praticamente inexistentes. Hidrato meu rosto, passo corretivo nas minhas olheiras para disfarçar minha aparência de cansaço, faço um delineado gatinho e por fim passo um batom vermelho marcante em meus lábios sorrindo com o resultado que obtive.
Não demora muito para que eu ouça a campainha tocar. É Vincent. Pego uma bolsinha e saio correndo de dentro de casa. Abro a porta e o encontro do lado de fora com os braços cruzados.
— Se minha amizade termi.... Wow! — ele me encara boquiaberto.
Vincent me analisa de baixo a cima. Começando por meus pés até o último fio dos meus cabelos.
