Que merda aconteceu na minha vida?Era engraçado, ela estava vestida com um pijama ridículo com desenhos de caveiras a toda sua volta. Dormia serenamente com as pernas ligeiramente afastadas e de bruços, seu cabelo estava bagunçado e se não fosse curto ocuparia todo travesseiro. Com seus poucos metros ela consegue ser mais espaçosa que eu, ocupando grande parte da cama. O mais engraçado de tudo é que mesmo ela estando desse jeito eu ainda achava ela linda.
Não entendo o que está se passando. Com outras garotas eu não suportava ficar mais de cinco minutos a não ser que estivéssemos transando e aqui estou eu… Morando com ela, na antiga casa da minha mãe, a biológica. Eu nem ao menos sei porquê a trouxe para cá, esse lugar não me trás boas lembranças, não que eu não tenha passado uma boa infância aqui mas esse lugar me lembra muito Stella e lembrar dela me faz pensar no quão culpado fui pela morte dela.
Pensar que um dia ela já esteve aqui, nesse lugar. Já dormiu nessa mesma cama onde eu durmo agora. Eu era feliz nesse lugar, Stella foi uma boa mãe,mas foi tirada de mim bem cedo. Vendo o rumo que meus pensamentos estavam tomando me levanto e dou uma última checada nela antes de sair do quarto. Procuro por meus cigarros mas não encontro nenhum e a essa hora eu só acharia na república então pego as chaves do meu carro.
Já que ainda é muito cedo as chances de me encontrar com Alex são muito poucas e isso é bom, muito bom, na verdade. Não quero ver a cara daquele filho da puta, ele deveria me agradecer por seu rosto ainda estar inteiro. Eu o considerava muito mas parece que amizades não dão muito certo comigo, um comeu a minha namorada e o outro quase bateu na minha garota. Trágico.
O único cara que tem minha confiança agora é Vincent e esse eu sei que não a quebrará. Como diz dona Louse, o cachinhos dourados é um bom garoto, é o único dos meus amigos com quem minha mãe se dá bem, nunca se deu bem com os outros.
Meus pensamentos de viado duraram pouco tempo pois quando vi estava estacionado meu carro na república. Pego as chaves da porta que não sei porque motivos ainda tenho e abro a porta, caminho descontraidamente até meu antigo quarto e caminho até a pequena caixa que fica debaixo da cama, mesmo sabendo que estava pisando em território perigoso, mesmo sabendo que aquilo era uma ideia ruim eu peguei a maldita caixa.
Coloco a caixa por cima da cama e abro meu armário pegando um maço de cigarros. Coloco o um na boca e passo um isqueiro na ponto do mesmo deixando a fumaça sair pelas narinas antes de colocar o isqueiro e o maço de cigarros no bolso da minha jaqueta.
Me sento na cama e jogo o conteúdo da caixa na cama. Várias fotos e um pequeno medalhão, um que Stella nunca tirava. Vejo as fotos que tirei com ela e sorri para uma em especial, eu lembrava daquele dia, a última vez que fomos ao parque juntos. Na foto eu segurava um algodão doce e estava sorrindo para ela enquanto ela estava com uma expressão irritada, por meu pai comprar doces para mim e não impor limites.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...