— O que você está fazendo? — volto a perguntar.Silêncio.
O único som que é ouvido por nós é o das nossas respirações, meu peito sobe e desce rapidamente enquanto ele me encara intensamente. Em nenhum momento desvio o olhar, não irei vacilar ele não precisa saber que mexe um pouco comigo. Tento fazer algum movimento para me afastar mas isso só nos deixou mais próximos, maldita hora que eu inventei de ajudar Elijah.
— Elijah, é melhor você me soltar — aviso.
— Se não o quê?
Quando eu estava prestes a abrir a boca para o lançar palavras de ódio um coçar de garganta me para. Elijah continua praticamente colado a mim até que a pessoa se pronuncia:
— Filho o que está se passando aqui? — no mesmo instante Elijah me solta.
Ele encara a mãe, que já não tenho certeza se realmente é a mãe, assustado, é perceptível que ele a teme. A mulher o encara esperando uma resposta.
— Mãe, o que a senhora faz aqui?
— Não tente desviar o foco da conversa, Elijah. Você bebeu de novo, não é? Você não tem jeito mesmo!
Me senti uma intrusa na discussão e tive vontade de sumir, mas se eu fizesse qualquer movimento a atenção seria virada a mim já que até agora ela não me encarou. A tensão estava palpável no ar e eu desejava estar em qualquer outro lugar e não aqui, presenciando algo que nem se quer é era da minha conta.
— A senhora sabe que não gosto que ninguém se meta na minha vida.
— Eu sou sua mãe, Elijah!
— Não, você não é — ele diz e parece se arrepender assim que termina de falar.
A mulher parece magoada, de olhos marejados ela pega sua bolsa fazendo menção de ir embora e só então ela me nota já que eu estou de frente para a porta. Ela me lança um sorriso singelo parecendo não querer falar mais nada.
— Mãe, eu não quis dizer isso — ele diz tentando tocá-la mas ela se esquiva.
Com o olhar a senhora pede passagem e eu cedo ainda em choque com a cena que acabo de presenciar.
— Mãe espera!
— Mãe? Cacete! — ele xinga assim que a senhora sai.
Eu continuo parada tentando assimilar tudo que acaba de se passar.
— O que você ainda está fazendo aqui? Vai embora! — ele me diz com ódio e eu o encaro com mais ódio ainda.
— Vai descarregar suas frustrações em mim agora? — cuspi furiosa.
— Eu não vou repetir. Vai embora, cacete!
— Eu vou. Se fode aí, babaca! — bati a porta com força.
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Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...