Capítulo 17

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São poucas as coisas pelas quais me deixo afetar na vida, quase inexistentes

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São poucas as coisas pelas quais me deixo afetar na vida, quase inexistentes. As pessoas já me olharam torto por causa do meu visual e eu não liguei,  durante o percurso do estacionamento até aqui muitas pessoas me encaravam, talvez seja por eu estar segurando um urso que tem quase o meu tamanho, mas eu não liguei. Mas agora estou aqui, parada no primeiro degrau da escada completamente surpresa e afetada também vendo Marcela, sim, minha adorada mãe conversando com Mandy parecendo preocupada. O que ela estava fazendo aqui? 

Penso em dar meia volta e ficar no refeitório, na biblioteca, no campo ou em qualquer canto que ela não esteja esperando que ela vá embora mas não o faço. Começo a subir as escadas suavizando minhas expressões fingindo normalidade, fingindo que não estou afetada com a presença dela, por ela ter me procurado por sei lá que motivo, por ela estar com uma expressão preocupada, parecendo preocupada comigo, coisa que ele nunca fez nos meus dezoito anos de vida. Porque ela estava fingindo preocupação? O que ela pretendia com isso? 

Ela me vê e caminha até mim tentando me abraçar mas eu a impeço.

— Filha…

— O que você está fazendo aqui? — pergunto grosseira a encarando sem nenhum tipo de emoção por mais que por dentro eu esteja afetada.

— Eu estava preocupada com você, vim ontem para cá e não te encontrei, te liguei mas seu celular estava fora de área e voltei hoje e novamente não te encontrei, sua amiga disse que você não dormiu aqui, onde você dormiu Isabelle? porque você está segurando esse urso de pelúcia? — ela dispara e eu senti vontade de rir.

— E desde o quando você se preocupa com o que eu faço? Vai bancar a mãe preocupada agora? Pelo amor de Deus, Marcela, você nunca se preocupou comigo então pra quê isso agora? Eu dormi fora e daí? Eu durmo na merda do lugar que eu quiser e você não é ninguém para me fazer questões então por favor me deixa em paz.

— Eu sou sua mãe, Isabelle.

— Ha ha ha. Minha mãe? Você foi tudo menos minha mãe, você apenas é a mulher que me pariu e me manda dinheiro!

— Você não sabe de nada, Isabelle. Eu te afastei…

— Para te proteger e blá blá blá. Mas me diga do que está me  “protegendo” ? Fala Marcela, do que você está me protegendo? Você não soube nem me proteger do seu Marido do que mais você poderia me proteger? 

— Eu… — ela começa mas depois se cala. Essa era gota d'água chega dessa palhaçada.

Passo por ela e por Mandy que estava nos observando desde que cheguei. 

— Belle, espera! — paro mas não me viro — E quanto ao estágio? Você ainda vai fazer? 

— Não sei — digo cansada e entro no dormitório.

Minhas mãos estão tremendo, de raiva, de ódio. Coloco o urso na minha cama e me sento colocando as mãos na cabeça, tentando me controlar eu estava com muita raiva. Vejo a porta sendo aberta, eu acho que ela percebeu que eu não estava bem e a qualquer tentativa de conversa ela seria chingada pois ela pegou alguma coisa que não me preocupei em ver o que era e saiu. Me deito na cama abraçando o urso e me deixo chorar, chorar pela minha vida de merda e por tudo que venho segurando no último ano. Eu precisava extravasar nem sempre podia manter a pose de durona.

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