Capítulo Setenta e Um

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"O inimigo da verdade não é a mentira e sim, a convicção." -Friedrich Nietzsche

" -Friedrich Nietzsche

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[Luz]

Vingança... A palavra ecoa em minha cabeça como a badalada de um sino incessante e repetitivo que revira o meu estômago do avesso.

Quem é esse tal Charles para provocar a ira de Louis com acusações tão pesadas e falsas? Tenho a plena convicção em minha mente e coração que rei Ferdinando jamais cometeria um atentado contra a vida de Louis e muito menos arquitetaria o assassinato de uma família inteira em prol de objetivos políticos ou por motivos de rivalidade.

Não sei o que esse homem, o irmão de Louis, pretende ganhar com uma guerra que apenas está causando caos e perdas, contudo sinto o cheiro de algo estranho no ar. Como e porque Charles parece ter tanta certeza acerca da culpa de Ferdinando na tragédia causada a sua família? Que provas ele possui para poder afirmar com tamanha convicção o envolvimento do soberano de Navarra no dito acidente que ceifou prematuramente a vida da cunhada e sobrinhos? Tem alguma coisa muito errada nessa história e eu preciso descobrir o que é com urgência, pois nada parece fazer sentido nisso tudo.

Ainda bem que Deklan Fraser, o príncipe de Inverness, é um homem inteligente e soldado experiente, o qual poderá me ajudar nessa empreitada em busca da verdade. Se unirmos forças e investigarmos mais afundo, quem sabe o que mais poderemos descobrir e com isso mudar o curso da guerra instaurada entre os dois reinos? Nós só precisamos tentar.

-Você sabe que nada do que Charles disse é verdade, não sabe Deklan?

Eu pergunto em um sussurro baixo, para me certificar de que ele não tenha mudado de opinião logo após escutar todas aquelas mentiras proferidas pelo irmão do rei de Valois. Tudo o que preciso nesse momento é do apoio de um aliado, não de um inimigo que trocou de lado.

-É óbvio que sei, senhorita Luz. Acha por acaso tenho cara de tolo? Meu pai e eu jamais iríamos nos aliar a um reino que comete crimes bárbaros e desumanos. O reino de Inverness preza por paz e justiça, e somente firma uma aliança com quem tem conhecimento de causa. E eu pessoalmente junto com meus homens de confiança, fiz parte da investigação a respeito de todos os detalhes a respeito do rei e da família real de Navarra, antes de tomar a decisão de nos unirmos em um acordo. Eu não aprovo nenhum tipo de violência contra mulheres e crianças, mesmo em situação de guerra. Então devido aos resultados que obtive achei que seria ideal ajudar Navarra, que até o momento tem se mostrado justa no seu proceder, quando todos os outros reinos lhe negaram auxílio militar por receio de receberem retaliação de Louis de Valois. Todavia Inverness não tem medo de Loius e seus homens, nosso reino com certeza é superior do que ele e muito mais forte também.

Deklan se gaba com um certo tom de orgulho mesmo em voz baixa ao falar de Inverness, que me faz arquear as sobrancelhas no alto surpreendida com sua resposta. Suprimo a vontade de rir ao notar que mesmo em uma situação caótica e confusa o orgulho masculino e patriótico consegue falar mais alto do que a realidade a nossa volta.

Será que ele percebe que estamos bem no meio de uma fuga dentro do castelo do inimigo, correndo o risco de eu dar a luz a qualquer momento? É o que pondero comigo mesma meio desacreditada em sua capacidade de focar no que é mais importante nesse instante, que é deixar esse lugar o mais rápido possível.

-Tudo bem, não precisa se exaltar ou ficar na defensiva, homem.

Digo com uma pontada de ironia ao erguer as mãos para o alto e fitá-lo com uma expressão divertida. Em momento algum eu quis insinuar que Deklan era algum tipo de tolo ou desprovido de inteligência, foi apenas o modo incorreto o qual me expressei que deve ter lhe dado essa impressão. Afinal de contas não é crime fazer uma simples pergunta ou é? Eu só queria garantir que ele ainda continua ao meu lado.

-Vossa majestade, vossa majestade!

De repente uma terceira voz interrompe nossa linha de pensamento ao surgir nos aposentos de rei Louis, exclamando com pressa e temor.

O que será que aconteceu dessa vez? A curiosidade me faz aguçar ainda mais minha audição e permanecer em absoluto silêncio, sem mover um único músculo ou respirar ruidosamente, no intuito de ouvir o que o homem dirá a seguir.

-O que é, soldado? Como ousa entrar na presença do rei sem ser anunciado antes?

Charles repreende rispidamente o subalterno por uma mera questão de formalidade, mesmo que o soldado aparente ter urgência em comunicar alguma coisa ao seu soberano, mas Louis ignora a reprimenda do irmão e ordena que soldado prossiga.

-S-senhor...

O homem titubeia receoso, a voz meio vacilante não transmite firmeza e eu já imagino que algo de bom não virá de sua boca. O coitado teme pela represália que irá sofrer assim que noticiar o que quer que seja ao seu soberano.

Que tipo de rei esse homem deve ser para que seus soldados o temam antes mesmo de falarem qualquer coisa? Rei Ferdinando sempre foi um homem muito respeitador com seus subordinados, por isso sempre houve admiração por sua pessoa e lealdade por parte de seus soldados e o Conselho real de Navarra.

-Diga logo, soldado! Minha paciência já está se esgotando com todo esse suspense!

Charles esbraveja impaciente como se fosse ele o rei de Valois e não Louis seu irmão.

-A prisioneira... a princesa Luz...

-O que tem ela?

Dessa vez é Louis quem questiona e meu coração estremece por um instante, faltando pouco para entrar estado de pânico.

-Ela não se encontra mais no quarto, senhor. A princesa fugiu!

💡💡💡

Hello, filhos da Luz! Tudo bem? Então beleza! Não esqueça de deixar sua estrelinha e o seu comentário ou o bichinho do amor vai passar longe da sua telinha! haha

Faltam 4 capítulos + Epílogo

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