A Luz do Amor [Completo]

Capítulo Dezenove

“Conquistar não é suficiente. É preciso saber seduzir.” -Voltaire

[Príncipe Felipe]

-Não precisa ficar nervosa, querida.

Digo com a voz mansa e acaricio seu braço com uma mão, enquanto com a outra guio Storn pelo caminho até a parte mais afastada da propriedade, um lugar calmo com um jardim cheio de flores e um gramado esplêndido, perfeito para conversarmos em paz e tranquilidade.

-Acredite em mim, mas modeste a parte, você não poderia estar em melhor companhia do que a minha.

Comento despretensiosamente com uma pontada de humor na voz.

-...oh, imagino mesmo que não. -Luz diz tão baixinho que mal consigo escutar, porém meus ouvidos atentos e muito bem treinados captam imediatamente a melodia agradável de sua voz ao ser pronunciada.

-Por Deus, veja o tom de descrença e ironia na voz dela!

Exclamo estupefato fingindo ultraje por seu comentário, e Luz se vira em minha direção no mesmo instante quase perdendo o equilíbrio com o gesto mal calculado. Porém eu a detenho firmemente ao rodear um braço em torno de sua cintura, e mantenho-a segura contra meu peito.

Devido a esse breve momento de susto, faço com que Storn cesse o trote imediatamente. Apoio a cabeça sobre o ombro descoberto de Luz, onde as alças do vestido não alcançam, e respiro fundo, ainda sentindo as batidas descompassadas do meu coração ecoarem dentro de mim.

Céus, essa foi por pouco! Penso ao puxar uma profunda lufada de ar para dentro de meus pulmões, e instantaneamente meus sentidos são atingidos por um aroma incrivelmente atrativo e suave, que me deixa tonto por alguns segundos.

Ah Felipe, o que você está fazendo?

-Você está bem? -pergunto com as mãos em ambos os lados de seu rosto, enquanto seus olhos verdes me fitam arregalados não sei se pelo susto, ou pelo o que eu havia dito antes.

-Estou sim, desculpe-me pelo ato descuidado.

Ela emite uma risadinha sem graça visivelmente constrangida, e noto como suas bochechas coram de modo adorável sob o toque de meus dedos.

-Sem problemas, Luz. -respondo com um esticar de lábios mínimo para dissolver a tensão de seus ombros enrigecidos. -Mas acho melhor terminarmos o restante do percurso  sobre nossos próprios pés, e dar um descanso ao lombo de Storn, o que a senhorita acha?

-Também concordo que seja uma boa ideia. -ela brinca ao que eu a auxilio a descer do cavalo, e em seguida repito o processo.

-Mais alguns passos e já estamos chegamos. -anuncio aaochegarmos no local.

Prendo às rédeas de Storn no tronco de uma árvore próxima de onde ficaremos, e com uma mão na lombar de Luz, nos direciono para a parte de menor incidência solar, onde as copas das árvores projetam uma sombra  fresca e propícia para nos reunirmos pelo tempo que quisermos, sem causar incômodo ou desconforto.