A Luz do Amor [Completo]

Capítulo Vinte e Três

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." -Antoine de Saint-Exupéry

[Príncipe Felipe]

Hoje é o dia em que as coisas irão mudar definitivamente em minha vida, é o dia em que firmarei meu noivado com Luz publicamente. Um passo de grande importância que antecederá um maior ainda, que é o casamento que deve acontecer o mais breve possível.

Todas essas mudanças que estão ocorrendo tão repentinamente em minha vida deveriam me assustar, entretanto, de alguma forma muito estranha não me sinto amedontrado diante do futuro muito próximo que se apresenta a minha frente.

Ainda não tenho certeza do porquê não estou prestes a entrar em colapso, outras pessoas em meu lugar provavelmente estariam surtando há poucas horas da própria festa de noivado que não estava em seus planos, contudo não me sinto assim.

Posso até mesmo afirmar que vejo toda essa situação por um ponto de vista bem positivo. E a razão que me faz enxergar a realidade com certa expectativa e positivismo, talvez seja a pessoa em questão que fora escolhida para se comprometer a estar ao meu lado nessa empreitada.

Luz.

Que mesmo não tendo nenhuma conexão com os problemas familiares da minha família e no como isso poderia afetar o reino, não se importou em sacrificar sua vida pessoal para ajudar a solucionar o problema. Por essa razão, fiz uma promessa a mim mesmo de que jamais esquecerei o que ela está fazendo hoje por Francesca, por meu pai, por minha família... por todos nós.

Luz é um ser humano incrível, delicado, sensível que possui um precioso coração de valor incalculável. Eu me considero um homem muito sortudo por ser ela a pessoa com que irei me casar, pois além de ser uma boa moça, minha noiva com toda a sua  simplicidade é a mulher mais linda e atraente que já tive o prazer de conhecer até hoje.

Foi uma tarefa muito difícil me conter no piquenique do dia anterior em que estivemos juntos. A proximidade entre nós era maior do que em qualquer outra ocasião. Nossos olhos colidiam a todo instante, o choque do seu verde esmeralda contra o meu azul, seu nariz delicado a ínfimos centímetros do meu, e seu perfume suave quase me fez implorar por permissão para arrastar meu nariz por seu pescoço para senti-lo melhor e por mais tempo.

Porém o que me tirou completamente a sensatez, fora o fato de sua boca perfeita estar ainda muito distante da minha. Então eu tinha que resolver o problema de algum jeito e o fiz eliminando a distância que havia entre nós.

Devo confessar que me sinto orgulhoso por ter tomado tal atitude, pois em seguida tive a satisfatória constatação de aquilo era mais do que certo.

Era perfeito.

Nossos lábios se encaixaram com tamanha precisão, como se tivessem sido feitos um para o outro, que eu me assustei por alguns segundos naquele momento. Chegar a tal reconhecimento foi como levar um belo golpe, direto e certeiro, bem na boca do estômago. Então naquele instante cheguei a uma única conclusão, Luz e eu estávamos destinados por alguma força divina a ficarmos juntos.