Capítulo Vinte e Um

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"Ninguém pode ser escravo de sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar."-Elliot Gould

"-Elliot Gould

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[Luz]

-Luz? Luz, você está bem? Está me ouvindo, querida irmã? -Francesca questiona sacudindo as mãos no ar em frente ao meu rosto, e eu pisco os olhos despertando dos pensamentos confusos que estão deixando minha mente dispersa.

Desde o período da manhã em que passei ao lado de Felipe, minha cabeça tem andado nas nuvens, aérea, como se eu estivesse apenas de corpo presente, mas minha mente muito longe daqui. E por essa razão, tenho tido certa dificuldade em me concentrar em qualquer coisa ou assunto que sejam tratados comigo.

De alguma forma, príncipe Felipe conseguiu encontrar uma pequena brecha em minha estruturas, e sorrateiramente está se infiltrando cada vez mais em meus pensamentos. 

Ainda não sei se isso é bom ou ruim para mim, entretanto, desde a nossa última conversa que ficou inacabada por ser interrompida por um guarda do castelo que procurava por Felipe a mando de príncipe Frederick, para tratarem de assuntos urgentes com o conselho real, tenho me sentido um pouco tensa, devido as dezenas de hipóteses que rondam minha cabeça desde então, sobre o que Felipe pretendia me dizer antes que tivéssemos que retornar do nosso breve passeio.

Passei boa parte da tarde após o almoço ponderando com certa ansiedade sobre o assunto, até que Francesca me arrastou pela mão, com o braço enlaçado ao meu, para o quarto o qual estou ocupando no castelo, onde sua modista particular, a assistente da modista e Cloud, sua dama de companhia, nos aguardavam para a medição e prova dos novos vestidos que eu deveria usar nos próximos dias.

E isso já estava durando horas...

Vi o tempo correr e as velas serem acendidas nos castiçais a medida que o ambiente escurecia, e pouco a pouco o cansaço ia acometendo cada parte do meu corpo por permanecer por tantas horas de pé sendo alfinetada pela costureira e sua assistente.

-Luz?

-Ah sim, Francesca... -respondo-a com alguns segundos de atraso e o rosto queimando de vergonha. -Perdoe-me, é que eu...

-Não precisa se desculpar, querida. Você está exausta, eu entendo. Ficamos tão entretidas em deixar tudo perfeitamente em ordem para o grande dia que será amanhã, que não percebemos o momento em que acabamos por exaurir suas energias.

Francesca meneia a cabeça em negativa com certo humor nos lábios, e faz sinal para que Cloud me ajude a vestir a roupa que usava anteriormente.

-Princesa... -esboço um sorriso envergonhado por mentalmente concordar com sua afirmativa, porém ela faz pouco caso e logo dispensa todas as mulheres do quarto com um gesto silencioso, restando apenas eu e ela.

-Vou para meu quarto para deixá-la em paz por algumas horas.

Ela ri e eu a acompanho enquanto seguimos em direção a porta.

-Descanse bem esta noite, minha irmã. Porque você precisará estar bem disposta e revigorada para o longo dia que teremos amanhã. Afinal de contas, não é todo dia que se contrai um noivado com um homem bonitão como meu irmão Felipe, você não acha?

Francesca brinca ao cutucar-me com o cotovelo, e meus lábios travam de imediato com uma resposta que não posso lhe dar no momento.

-Boa noite, princesa. Até logo. -digo apressadamente louca para finalmente me livrar dela, fecho a porta do quarto atrás de mim e apoio as costas nela com exaustão.

Solto um suspiro de alívio quando escuto o som de seus sapatos afastando-se cada vez mais para longe no corredor, então puxo uma longa lufada de ar, pronta para entrar em ação. Estava na hora de colocar em prática o plano que venho planejando desde o primeiro dia em que me comprometi ao colocar meus pés no castelo.

Ajeito o capuz pela terceira vez em minha cabeça quando o tecido grosso e escuro descobre meus fios de cabelo ao agarrar em um galho mais baixo de árvore pelo caminho, na tentativa de manter minha identidade oculta

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Ajeito o capuz pela terceira vez em minha cabeça quando o tecido grosso e escuro descobre meus fios de cabelo ao agarrar em um galho mais baixo de árvore pelo caminho, na tentativa de manter minha identidade oculta.

Uma mulher jamais poderia ser vista numa circunstância como a que me encontro, desacompanhada e a esta hora da noite circulando pelas vielas da cidade, sem correr o risco de ter a reputação manchada ou pior ainda, ser assaltada por algum marginal mal intencionado.

Peço fervorosamente a Deus com o coração quase na boca, que me livre de qualquer perigo durante todo o trajeto que percorro para chegar ao meu objetivo, e felizmente tudo acaba bem,  quando enfim paro em frente a velha porta de madeira que não me é desconhecida.

Fecho o punho e bato três vezes com certa força e urgência, esperando que quem quer que esteja do outro lado venha me atender o mais depressa possível. As horas são escassas e eu não tenho tempo a perder. Tudo deve ser feito com o maior sigilo e rapidez.

-Quem é e o que quer? Se você for algum ladrãozinho barato, eu juro que quebro todos os ossos do seu corpo e...

Catherine ruge furiosa ao abrir apenas uma pequena fresta da porta da minha antiga casa, com uma chaleira na mão preparada para qualquer eventual ataque.

-Acalme-se, Catherine, sou eu, a Luz. -respondo baixinho. 

-Luz?

A garota logo abandona a postura agressiva e me puxa pelos ombros para dentro imóvel com certa agilidade e espanto.

-O que está fazendo sozinha a essa hora da noite na rua, menina? Aconteceu alguma coisa grave? Você está bem? Aonde você se meteu esse tempo todo? Por Deus, eu fiquei realmente preocupada com a senhorita.

Catherine me faz sentar perto do fogo enquanto me sobrecarrega de uma torrente de perguntas, uma seguida da outra sem me dar trégua para dizer uma única palavra.

-Eu estou bem, Catherine. Não de preocupe comigo. -consigo interrompe-la. -Vim apenas porque tenho um assunto muito importante para tratar com você pessoalmente.

Me limito a ir direto ao assunto e seguro suas mãos entre as minhas, sabendo que muito provavelmente a garota geniosa não receberá bem a conversa que precisaremos ter a seguir.

Que Deus me ajude a convencer a cabeça dura que Catherine tem...

-Pode falar a vontade, Luz. Mamãe e os meninos já deitaram há bastante tempo. Eles estão mergulhados em um sono tão profundo nesse instante que um cavalo desenfreado poderia entrar aqui agora, e nenhum deles sequer perceberia.

Catherine diz em uma meia risada para me tranquilizar, quando nota que olho de um lado para o outro nervosamente, receosa de sermos flagradas em uma conversa íntima e particular.


💡💡💡

Hello, filhos da Luz! Tudo bem com vocês? Então beleza! Não esqueça de deixar sua estrelinha e o seu comentário ou o bichinho do amor vai passar longe da sua telinha! haha

Beijinhos borrocados de batom 😘😘

A Luz do Amor [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora