Eight

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Capítulo: No meio da noite

Naquela mesma noite, lorde Suppasit tentou dormir. Revirou-se na cama por horas, mas totalmente em vão.

Agora, parado na janela de seu quarto, ele olhava para além dela; a claridade da lua permitia que tivesse uma boa visão do grande jardim real. Um grupo de roseiras do tipo iceberg trepadeiras sobressaíam-se nos muros que sustentam o terraço, este que era ornados com vasos, arbustos, teixos e loureiros-rosa; que convergem para um grande chafariz, tendo em seu centro uma estátua de vênus.

Mew olhava em volta tentando achar alguma coisa que lhe desviasse os pensamentos.

Estava incomodado com algo, e ele certamente sabia o real motivo por trás daquele violento incômodo; a circunstância em particular, fora o ocorrido durante o treinamento do príncipe horas atrás. (Quando Joseph apareceu)

Tão logo percebeu que não conseguiria mais dormir.

E ali o lorde permaneceu por mais algumas horas, meio tentando dispersar-se de seus pensamentos, meio querendo tomar algum tipo de atitude.

Encontrava-se num dilema.

A quietude da noite permitiu que seus ouvidos aguçados ouvisse passos nos corredores do palácio.

A princípio, julgou ser de algum dos criados, ou mesmo de um guarda. No entanto, conhecia aquele som melhor do que ninguém.

Tomado pelo afetuoso impulso, o lorde cuidadosamente sai de seu quarto, temendo ser flagrado por alguém.

Passando pelo grande corredor ornados por esculturas em cada uma de sua extremidade, haviam também lampiões que garantia uma boa iluminação.

Enquanto caminhava, se distanciando cada vez mais de seus aposentos, Suppasit sabia exatamente onde queria chegar. Na medida em que se aproximava, lembranças culminavam sua mente.

Passando por um atreito corredor, uma escadaria aparece em sua visão periférica. E então, descendo degrau por degrau, Mew para atrás daquela porta, abrindo-a cuidadosamente.

O teto em nada parecia como os outros quartos do palácio; sendo inteiro decorado com pintura renascentista, embora às paredes fossem bege e polidas. Havia uma certa sofisticação em sua arquitetura.

E ali estava o príncipe em seu estúdio, concertado e prestes a finalizar a qual ele considera uma de suas melhores e mais belas obras.

Kanawut estava de costas, e assim permaneceu mesmo quando ouviu a maçaneta ser girada, já que ele não havia trancado a porta.

De alguma forma, ele sabia quem estava prestes a adentrar aquele recinto.

O lorde avaliou aquele espaço milimetricamente, até por fim seus olhos fixaram-se àquela imagem.

Regozijando-se do vislumbre daquela tela à sua frente, Mew aproximou-se do príncipe e tocou-lhe o ombro, antes mesmo que ele percebesse.

Gulf não esboçou reação, estava concentrado finalizando os últimos traços, refinando à seu gosto com elegância e precisão.

Entretanto, teve sua total atenção desviada quando notara o semblante do mais novo no momento em que o tocara. O rosto pálido, os olhos vermelhos (aparentemente de tanto chorar) e as bolsas escuras embaixo denunciavam sua insônia.

Mew adiava vê-lo daquele jeito. Não suportava ver sua tristeza porque sabia que a sua atitude naquele campo de treinamento foi provavelmente o motivo das lágrimas do príncipe de Morpork.

Mesmo quando se via em situações nas quais as pessoas podiam suspeitar de sua relação, o lorde jamais respondera Kanawut rispidamente. Seja qual fosse a ocasião.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora