Thirty-three

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Capítulo: O rei William.

William sempre conseguiu controlar bem o seu herdeiro. Dentro do possível, é claro. Até seus 18 anos, foi capaz de manter Kanawut nas rédeas curtas. Lógico, havia uma certa rebeldia aqui e ali, mas nada que fugisse do seu controle. Todavia, o jovem príncipe sempre fora do contra. Se o rei queria ir por uma direção, o pintor achava mais prudente seguir por outra completamente oposta.

Os anos foram passando e o rapaz tornando-se cada vez mais curioso e independente. As decisões de William com relação ao reino, não era mais algo subjetivo qual todos temiam questionar-la e apenas as aceitavam de cabeça baixa.

Não.

Se para o rei o céu era azul, para Gulf tudo aquilo não passava de uma mera ilusão de ótica. Só porque o enxergava daquela cor, não significava necessariamente que ele fosse, de fato, azul.

E, nos tempos presente, tal curiosidade gerou uma pequena discussão na mesa de almoço do castelo real, esta que encontrava-se William, a rainha sua esposa, rei e princesas de Butterburg, o conde como convidado especial e acessor do rei e a princesa Grace. Kanawut os fitou com um olhar dúbio ao que o monarca discorria sobre seu poder ser suficiente para fazer prevalecer suas palavras, não importa quais elas fossem.

- Meu velho pai era como um Deus neste reino - O monarca dizia, focado na comida em seu prato, esta que ele comia com certo enjôo. Continuou falando:- É meu dever seguir os passos dele. A união dos dois reinos será de grande importância para vosso povo. Iremos encorajar-los a seguir nossas doutrinas, assim, livrando-os desses rebeldes que insistem em poluir suas cabeças com ideias utópicas.

O herdeiro de Butterburg franziu as sobrancelhas e torceu o nariz, claramente em discordância. Ele quase rebateu, mas foi atropelado pelo príncipe antes que tivesse a oportunidade.

Porque, veja, Mild estava longe de ser um monarca rígido e autoritário tal como William. Suas ideias de governo eram completamente divergente em relação a do monarca.

  - Está errado, vossa alteza. - Kanawut começou, e todos sentados à mesa o olhou - Uma vez, me disseste que o céu era azul. Bom, agora estou lhe dizendo que estava errado. Se lesse ao menos um pouco, saberia disso. Logo, suas palavras não é sinônimo de verdade absoluta, tampouco de poder.

- Do que estás a dizer? Ficaste louco, moleque? Como ousas me interpelar de tal maneira?

A feição do monarca enrugou-se rapidamente, os olhos semicerraram e o talher, que antes estava em suas mãos, foram largadas grosseiramente em seu prato, emitindo um tintilar alto e agudo.

- A atmosfera - Gulf apontou para as janelas de vidro, mirando com seu dedo indicador para o celeste límpido -  Funciona como uma espécie de prisma capaz de decompor a luz oriunda do sol. Os gases presentes na atmosfera absorvem e emitem ondas mais curtas - que são as que correspondem a cor azul. Portanto, estou lhe dizendo que o céu não é azul e que suas palavras não são absolutas, nem verdadeiras. És demasiadamente pretensioso, assim como seu pai.

William afastou-se da mesa abruptamente e bateu suas duas mãos sobre ela, com força o suficiente para erguer minimamente todos os pratos, garfos e talheres ali dispostos. O vinho dentro das taças respigaram sobre a mesa.

Os corpos dos que ali estavam tremeram com o susto.

- Blasfêmia! - Exclamou, ao passo que ergueu um castiçal e ameaçou arremessar-lo na direção de seu herdeiro, entretanto, conteve-se quando divisavam-se-lhe nos rostos alheios e de sua rainha, clara repreensão.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora