Capítulo: O banquete/ parte final.A próxima música começou, mas o mais novo pausou. Suas orbes cintilavam ao que mirava o duque.
Mew conseguiu ver medo naqueles olhos. As pernas do maior já não sustentava bem seu próprio corpo, pois estavam trêmulas. Era como se Gulf estivesse travando uma batalha consigo mesmo, com seus demônios presos dentro de sua alma, estes que roubavam sua autonomia e capacidade de agir por si próprio.
O príncipe queria falar. E, de fato, ele tentou. De verdade, ele tentou. Porém, no momento em que finalmente conseguiu empurrar sua voz garganta acima, tudo que conseguiu verbalizar foi um baixo e falhado: me beija, por favor.
O duque tocou-o as bochechas com seu dedo polegar, acariciando com delicadeza. Seu olhar permanecia fixo ao outro, como se eles conversassem sileciosamente com os olhos. A outra mão de Mew, acariciava o lóbulo da orelha do príncipe com movimentos circulares e suaves.
Naquele instante, não dizer nada, significava dizer muitas coisas.
Suppasit inclinou vagarosamente e tocou seus lábios no canto da boca do outro; plantou beijos castos em cada mínima parte da face de Gulf. Beijou-o na testa, têmpora, nariz, olhos, bochechas e orelhas. Cada lugarzinho, recebeu uma atenção especial.
O mais novo suspirou de maneira controlada, a tensão que se instalara em seu corpo esvaindo-se morosamente.Eles tocaram suas testas, o ar quente que saía pela fenda de seus lábios entreabertos lhes causavam uma sensação boa de conforto. Pouco a pouco, Gulf se recuperava de seu momento de fragilidade. Sua autoconfiança voltando a brilhar.
- Por que você mesmo não me beija? - O duque ciciou maciamente com seus beiços pairando sob os de Kanawut, instigando-o.
Pois, ainda que o mais novo tenha lhe feito tal pedido primeiro, Suppasit o conhecia o suficiente para saber que Gulf gostava de estar no controle, especialmente em momentos como aquele, de grande vulnerabilidade.
Porque mesmo não admitindo abertamente, o príncipe odiava ser tratado como um boneco de porcelana trincado prestes a quebrar.Então Mew o esperou até que ele o beijasse. E assim o fez. Começou dando uma leve mordiscada no lábio inferior, puxando-o suavemente entre seus dentes, para então selar seus lábios, dando início a um beijo calmo.
O duque desfrutou daquela tranquilidade, permitindo que o mais novo assumisse o controle da situação. E ele realmente estava assumindo, pois vagarosamente dava passos para trás, arrastando Suppasit pela camisa, para então, sentarem sobre o tapete e suas almofadas.
Ao que Mew sentou por entre os travesseiros, o príncipe afastou-se para olha-lo. Os finos lábios vermelhos e levemente inchados.
Sorriu.
O herdeiro de Pierrefonds apreciava a forma como seu amante se comportava quando queria domina-lo. Kanawut tornava-se um homem de Poucas palavras, o brilho de suas orbes mudava, a pupila dilatava como se ele estivesse acabado de se entorpecer com algum tipo de droga pesada.
Talvez Mew fosse a droga de Gulf e ele amava os efeitos colaterais que aquele homem causava em todo seu organismo.
- Fique aqui - Sussurrou baixinho no ouvido do duque. - O mais novo caminhou até a mesa de ébano e completou as taças com um pouco mais de vinho. Antes, porém, ele ergueu a garrafa até a boca e derramou uma grande quantidade do líquido em sua garganta. - Sem reclamações - Começou o dizendo - não tenho a intenção de ficar bêbado, apenas... Alegre. - Finalizou, entregando o cálice para o mais velho.
Suppasit não se opôs, tampouco reclamou. Sem dizer qualquer palavra, bebeu o líquido escarlate de uma vez e descansou a taça em um canto solitário perto do grande tapete. Gulf imitou, e retomou sua posição inicial.
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SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulf
FanfictionSweetheart lhes contará uma história de amor proibido; Gulf Kanawut, o jovem Príncipe de Morpork, vivendo no ano de 1800, tendo suas várias responsabilidades como herdeiro ao trono, guarda um segredo. Mew Suppasit, filho do Duque e futuro herdeiro...