Capítulo: intransigência.
William nem sempre fora um homem intolerante, tampouco irredutível como acabou por se tornar com o escoar dos anos. Não é fácil para entender como funciona a mente do monarca. Claro, sabemos que o rei definitivamente não é detentor de um intelecto brilhante. Todavia, não é como se pudéssemos chamá-lo de burro, certo?
Pois, por mais que parecesse, ele não era.
Tá, talvez um pouco. Mas não tanto quanto você, caro leitor, imagina.
Mew descobriria isso mais tarde, em Paris. Gulf, no entanto, sentira uma vibração estranha no momento em que saíra do Vaux, rumo a cidade.
Não bastasse todas suas incertezas, algo mais tinha de aparecer para lhe tirar completamente do sério e puxar cada gota de sua paz; como um ceifeiro que vai atrás de uma alma quando aquela não tem mais salvação, ou como um abutre, que se aproveita da fragilidade de um animal ferido para comer sua carne.
Agora, no orfanato, o príncipe estava pálido. Seus olhos lúridos, sua boca sem cor, e sua testa suava ao que chacoalhava Natasha em seus braços, tão pálida quanto seu pai. Alexander, que estava ao seu lado, chorava tal qual um bebê.
No entanto, havia ódio ao que derramava seus fluidos sob o canto de suas jabuticabas escuras.
Ódio.
Havia ódio nos olhos de uma criança de 7 anos. Kanawut, ainda perturbado diante da situação em que se encontrava, sequer fora capaz de notar o comportamento de seu pequeno herdeiro.Os choramingos de Alex eram audíveis,
bem como a voz baixa e falha do príncipe de Morpork que também exprimia seu sofrimento.Quando chegou à cidade, por volta do meio dia, Gulf dirigiu-se até o Vincenes, organizou e assinou algumas papeladas referente ao orfanato e algumas de suas outras responsabilidades, para então, se deslocar até o orfanato. Ao que avistou a fachada do prédio branco e cinza, por volta das dezessete horas, deparou-se com uma movimentação estranha na frente do mesmo.
No que adentrou o prédio, sua filha estava nos braços de Teodora.A criança salivava, sua pupila dilatada e respiração alterada.
A movimentação no refeitório era grande, crianças choravam, esperneava e algumas outras, um pouco mais serelepe, corriam afoitos de um lado para o outro.
***
Agora, já nos braços de seu pai, pequenos fios de lágrimas correm lentamente pelo canto dos olhos da garotinha de três anos. Gulf tenta desesperadamente manter a menina acordada ao que suas mãos ansiosas e trêmulas tateia o rostinho pálido.
- Docinho, olha pro papai. - Sussurrou baixinho. - Não fecha os olhos, meu amor. Não fecha os olhos. - O que aconteceu aqui? - ele Indagou, nervoso.
No entanto, ninguém sabia dizer exatamente o que havia acontecido.
Nem mesmo Elisabeth, que estava regando as plantas no momento do incidente.Parada diante do príncipe, ela tremia. Suas mãos enrrugadas devido a idade acariciava os pezinhos da menina, numa tentativa falha de tentar apaziguar a agonia da criança.
Súbito, Lisa levanta, seca algumas poucas lágrimas que correm por suas bochechas e retira as crianças do refeitório.A velha, principal responsável pelo orfanato, minutos atrás, após ouvir os gritos estéricos do príncipe, saiu desesperada pelas ruas de Paris a procura de um bom médico.
Minutos se passaram.
Nada.Angústia.
Gulf olhava ao redor, tentando encontrar vestígios ou algum tipo de resposta que o fizesse entender o que havia acontecido.
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SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulf
FanfictionSweetheart lhes contará uma história de amor proibido; Gulf Kanawut, o jovem Príncipe de Morpork, vivendo no ano de 1800, tendo suas várias responsabilidades como herdeiro ao trono, guarda um segredo. Mew Suppasit, filho do Duque e futuro herdeiro...