Fourteen

191 34 51
                                    


(Ouça a música da mídia até o capítulo acabar.)

Capítulo: Children

Com seu último dia em paris, Kanawut viu-se extremamente angustiado. Ele não conseguiu resolver coisa alguma no orfanato com relação ao desaparecimento de um dos garotos.

No dia anterior, passou uma boa parte de sua noite acordado, caminhado de um lado para o outro, o medo terrível que sentia o sufocava e ele já não sabia mais pelo quê exatamente estava sofrendo tanto.

Mild o observava confuso, sem saber com exatidão como ajudá-lo, e tudo piorou após ouvir, durante a madrugada, o choro baixo vindo do quarto do príncipe.

Ele julgou que, se estava ouvindo todo aquele sofrimento de seu quarto, (que ficava um tanto distante com relação ao outro de onde provinha os ruídos sôfregos) significava que não eram apenas lágrimas, e sim gritos.

Quanto mais via-se naquela situação com seu, agora, aliado, menos entendia o que acontecia.

Pode-se dizer que seu coração doía ao observar tal circunstância e não sentir-se capaz de mudar algo com relação àquilo. Afinal de contas, não tinha o direito de se intrometer nos problemas alheios, menos ainda quando não  abrangia tanta intimidade com o rapaz.

***

Durante a manhã do dia seguinte, o herdeiro de Butterburg e de Morpork saíram pelas ruas de paris, acompanhados de alguns guardas reais de ambos reinos.

Todos à procura do órfão fujão.

Vasculharam cada rua daquela maldita cidade, no entanto sem qualquer sucesso.

Então, Kanawut subitamente lembrou-se que, de acordo com sua breve lembrança, recorda-se da última vez em que aquilo aconteceu, o garoto havia ido em um determinado lugar, o qual julgou ser abandonado, pois o pequeno pestinha nada lhe dissera naquele dia em questão.

Deixou os guardas rondando o centro da cidade e partiu com o príncipe Mild para periferia de paris.

Gulf não era um Homem religioso, mas naquele momento, fez uma oração para que o jovenzinho estivesse bem e seguro. Afastou qualquer pensamento ruim de sua mente e seguiu em direção a casa que acreditava estar abandonada, como da última vez em que o encontrou ali, supostamente escondido.

Para sua completa surpresa e espanto, a casa, extremamente humilde, com alguns móveis velhos dispostos de forma desorganizada e com as paredes engolidas pela umidade, não estava completamente vazia.

O frio presente ali era de congelar a alma e quebrar os ossos.

Além do órfão, havia um cachorrinho e um pré-adolescente de aproximadamente doze anos, ambos completamente sujos e desnutridos sentados encolhidos em cima de uma poltrona velha e encardida, certamente, por consequência das péssimas condições do ambiente que vivia como todo.

Kanawut quis chorar novamente ao que seus olhos presenciou aquela deplorável cena e, principalmente, quando ouviu o garoto gritar:

— Eu não quero falar com você, vai embora! — Gritou o residente do orfanato. — Você... Você não pode nos ajudar, nunca poderá!

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora