Twenty-one +18

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(Apertem o Play e repitam a música até cansar quando chegar nas notas da autora.)

N/A: Uma breve observação; o plug anal, no século XIX, era usado para fins medicinais.
No ano em que essa fic se passa, ele ainda não havia sido inventado, isso só foi possível alguns anos depois, todavia, ainda no século XIX.) (Avisando apenas para que não haja dúvidas.)

Capítulo: The moon and the stars.

"Prove que é digno de ser filho de vosso rei. Vamos lá, vossa alteza, faça o que tem de fazer e não contamos o segredo desse merdinha para toda Paris."

Gulf se odiava com todas suas forças, sempre que aquelas lembranças resolvia dar o ar da graça e consumia sua mente, como um parasita, alimentando-se de seu temor, enquanto sua alma definhava.

***

Preocupado sobre como Konan estaria, Kanawut foi até o porão atrás do menino. Com sua grande capacidade e paciência para lidar com crianças, ele sentou-se ante o garotinho em silêncio. Diferente de algumas horas atrás, Konan estava quieto e inerte.

Como se depois de todo o choro, suas lágrimas estivessem secado e sua fonte de energia esgotado.

Ele rendeu-se a letargia, parecia imerso no mais inconsolável e profundo luto.

Konan não olhou para o príncipe nem por um segundo desde que ele chegara no pequeno cômodo.

Kanawut por sua vez, observou que o garoto segurava firmemente uma das mãos de seu filho, este que o fitava com um semblante triste.

"Eu sinto muito" - Foram as palavras que Gulf sibilou para o mais novo.

Alexander assentiu levemente com um leve balançar de cabeça. E Pacientemente, o herdeiro de morpork aproximou-se de ambos e os puxou para dentro de seus braços.

O sentimento de culpa passava a consumir o âmago do príncipe. Em silêncio, ele amaldiçoou o rei.

Sustentando o corpo da frágil criança aninhada em seu peito, Gulf pôde ver o quão perdido aquele jovenzinho estava, e se soubesse que essa situação seria tão dolorosa, teria se esforçado mais para que tudo pudesse ser diferente.
Quem sabe se... Se ele agisse mais rápido no dia em que tomou conhecimento de que a mulher estava presa? E se pressionasse mais o rei? Ou talvez, se tivesse agido com mais cautela?

Eram tantos "e se" flutuando em sua consciência, que ele acabou por esquecer, que não deveria se punir mentalmente por algo que não dependia apenas dele. Não deveria se culpar pela falta de humanidade nas pessoas; por acreditar que as ações do rei poderiam ser diferentes.

É como as coisas funcionam.
Este é o mundo real, e o mundo real é composto por seres humanos imperfeitos e indesejáveis. A realidade não é uma utopia na qual você pode priorizar igualdades

A vida real não é uma corrida fácil, ninguém disse que seria. Fazemos apenas aquilo que está ao nosso alcance.

Gulf soube disso enquanto divagava em seu monólogo interior. Definitivamente, ele não poderia carregar o mundo todo em suas costas... fez isso por muito tempo e, em decorrência dessa necessidade de querer ajudar todo mundo, sua existência tornou-se muito pesada, o que por consequência, acabou por carregar um peso qual não o contende.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora