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Capítulo: Vossa graça

Cada um trata de encontrar sua própria válvula de escape para lidar com seus fantasmas.

A fuga...

A fuga nem sempre irá reparar suas dores, seus medos e seus temores.

Dentro de seu intrínseco
Aquela chama negra permanecerá acesa;

Assombrando-o
Queimando-o

E ela dificilmente se apagará sozinha.

Mew Suppasit.

Mew nunca foi um Homem de lamentações.

Não.

Mas ele é um ser humano como qualquer outro. E seres humanos sentem.

No dia subsequente a morte de seu pai, Suppasit permitiu-se ficar triste e viver aquele momento de luto.

Por duas noites chorou enquanto estava em frente a sepultura de Boonsak II.

Ele também teve a companhia do príncipe de Morpork em uma dessas noites gélidas. Seus olhos vermelhos e inchados; transbordando todos seus sentimentos, como as ondas de um mar revolto sob uma iminente tempestade. Gulf sentou-se ao seu lado sem dizer qualquer palavra. Completamente taciturno.

Mew desabafou por várias vezes, mesmo sabendo que o velho jamais poderia ouvi-lo. E em meio a este turbilhão de sentimentos melancólicos, algumas súbitas e poucas lembranças dos raros momentos em que divertiu-se com seu pai, surgiu como um raio de sol derretendo a camada fria e espessa que se instalara em seu peito ao longo dos anos.

Sua aflição não se prolongara por muito tempo; gradativamente, mergulhou em uma serena melancolia. Acalentou-se diante de seu piano, que agora fora cuidadosamente colocado na grande e proeminente sala de estar do castelo Pierrefonds. As notas musicais flutuavam envolto daquele âmbito, e Suppasit contemplava a brusca sensação de liberdade que a música lhe proporcionava.

Mew não sabe muito bem o que está sentindo agora, uma semana após todo o ocorrido. É um sentimento de perda misturado a um certo alívio.

E ele honestamente pergunta-se se alguém seria capaz de lhe entender neste momento.

Estranhamente, Mew sentia-se capaz de suportar melhor a dor e a tristeza. A armadura que criou e vestiu durante anos o protegeu do impacto da notícia.
Inúmeras circunstâncias ocorreram ao longo de sua vida, lhe despertando tantas preocupações de modo que ele acabara por ficar preparado.

O clima era lúgubre. O sol fraco de fim de tarde invadia a copa das arvores nos arredores do ducado.

Tudo parecia imóvel. Silencioso. Os animais nenhum som emitia, o costumeiro farfalhar das árvores e o canto dos passarinhos tampouco se ouvia. A quietude era quase ensurdecedora.

Ainda que o duque não fosse o melhor dos Homens (segundo a opinião de seu próprio filho), toda Pierrefonds parecia estar em luto.

E realmente estavam, certo?

Após 'recuperar-se' de seu momento recluso, dispôs-se a confortar sua mãe e sua irmã, ainda que seus esforços tenham sido em vão.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora