Nine

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N/A: Ouça a música da mídia enquanto ler o cap, caso queira.

Capítulo: Passageiro

Naquela noite, ao que voltou para seu quarto, o príncipe viu-se atingido por uma forte melancolia.

O herdeiro de Morpork sabia que aquela conversa que tivera com o lorde não chegara nem próximo de como costumara ser seus encontros secretos e amorosos. Entretanto, naquele momento, contentou-se com os poucos minutos que passara com Suppasit. O que foi essencial para estimular sua esperança de estar em breve com ele novamente.

Para Kanawut, era frustrante ter que (aceitar/aguentar) o afastamento de suas almas. Porque, sim, era exatamente assim que ele se sentia quando estava tão perto do lorde; como se às duas almas fundissem-se uma na outra durante aquele curto período de tempo.

Muito embora, quando afastados, o fluido do amor era subitamente substituído pelo fluido da dor.

E, como sempre, ele tentou sufocar seus anseios sob o peso esmagador da realidade.

Esforçando-se para passar, aos olhos de todos, sua aparência gentil, cortês e despreocupada, levantou-se fazendo toda sua higiene matinal e rumou para mais um dia.

O ar do reino lhe parecia diferente e nada revigorante. Talvez suas preocupações estivesse pesando mais do que ele normalmente conseguiria aguentar.

De qualquer modo, precisava cumprir com suas 'responsabilidades' diárias.

Sua rotina não costumava ser monótona, haja em vista que Kanawut odiava a monotonia e perguntava-se constantemente: Como podia ser sua vida caso ele fosse um príncipe como qualquer outro seria?

Seguindo às regras da aristocracia ciosa de Morpork e agindo mecanicamente como qualquer outro membro da realeza? Bailes, cortejos, princesas aos seus pés, bajulação do povo? (Uma falsa bajulação, pois duvida muito que aquelas pessoas realmente goste dos nobres).
E não poderia julga-los, certo? Nem mesmo ele gostava!

Gulf riu internamente, pois parou por alguns instantes e pensou tão profundamente, que quase perdeu os sentidos.

Num lampejo de consciência, o herdeiro de Morpork deu de ombros, voltou rapidamente aos seus aposentos e colocou roupas mais confortáveis; Uma camisa branca de mangas longas e bufantes com babados adornado a gola e as mangas. Uma calça cinza com suspensório e, por fim, uma bota vermelho queimado de cano médio.

Ele teria aula com o professor Nicolau e deveria comparecer, afinal de contas, era seu dever cumprir com suas responsabilidades.

Deveria.
Mas não iria.

Kanawut nunca se importou de fato com suas aulas particulares, até porque, formou-se em relações internacionais na maior e melhor universidade de paris, tal qual a mesma onde Suppasit também estudou.

Alem do que, tinha uma invejável formação moral e intelectual. (Esta que, em parte, fora adquirida em seus anos de leitura)

As aulas particulares que tinha com seu preceptor Nicolau, não passava de um mero capricho de seu pai William. Que, infelizmente, era um grande admirador da ideologia de Maquiavel. (Bom, pelo menos admirava as pautas às quais ele considerava "úteis" à serem aplicadas em seu reinado)

Assim, nutrindo a ideia de que seu herdeiro deveria seguir a filosofia do poeta, onde, para retratar um governo ideal, e atingir seus objetivos, não deveria medir esforços, pois "os fins justificam os meios".

Embora, Kanawut tenha quase certeza de que esta não era de fato a ideia que Nicolau Maquiavel gostaria de passar.

De todo modo, ele não simpatizava muito com o filósofo.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora