Twenty-three

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Capítulo: Insolência.

Tudo que o duque sentira foi a mais pura e crua repugnância ao sequer cogitar os assuntos quais quiçá William teria para tratar com sua graça.

Sua curiosidade explodia com uma saraivada de perguntas sem respostas  pairando em sua mente.

Agora, encontrava-se ante o grande palácio real. Sua expressão era sem
dúvidas enfadada e seu corpo mantinha-se com uma postura firme, rígida e altiva.— Ele jamais demonstraria qualquer tipo de fraqueza diante do monarca qual conhecia muito bem - Ou talvez, não tão bem quanto imaginara.

Afinal de contas, até que ponto o duque tinha a mínima noção de quem aquele homem realmente era?

Certo. Mew conhecia o rei qual arquitetou um trote para torturar o próprio filho na faculdade, usando argumentos preconceituosos e arcaicos para justificar sua clara ignorância.

Segundo o próprio: Seu herdeiro era fraco demais e deveria agir feito homem.

O príncipe nunca soube o que o rei fizera, uma vez que Mew ouvira muito por cima uma conversa de seu pai com o monarca, por volta de cinco/seis anos atrás. Além, claro, de não ter certeza sobre este fato fatídico, a considerar que na época em que presenciou/ouviu tal conversa, encontrava-se um tanto quanto embriagado.

Mew conhecia o homem que provavelmente mandou assassinar uma mãe de família inocente, apenas para que pudesse punir seu herdeiro principal, haja em vista que Gulf Kanawut era o único nobre que batia de frente com sua alteza.

Aliás, esta é uma outra informação qual ninguém tinha cem-porcento de certeza. No entanto, o duque não possuía qualquer dúvidas.

Porque sim, no reino de Morpork, para William, a única coisa que deveria prevalecer acima de tudo, era seu autoritarismo. Logo, não se deve, sob nenhuma circunstância, desacreditar da crueldade do Homem.

***

Quando mais jovem, Mew suppasit jamais pensara na mínima possibilidade de algum dia em sua vida, adotar uma criança. Essa chance diminuía mais ainda se acrescentássemos mais uma, totalizando duas.

Isso obviamente mudou no verão de 1817, quando sua vida pessoal e a do príncipe passou a ter grandes reviravoltas. Talvez, o que mais chocou o duque naquela época, tenha sido a forma como tudo transcorreu.

Não foi nada tranquilo e, de repente, tudo virou um completo caos. Foi como colocar os pés num campo minado; daquele ano em diante, eles teriam de rever meticulosamente cada passo que deveriam dar. O mínimo deslize, e uma bomba poderia ser acionada facilmente.

Puxar essas lembranças em sua memória chega a ser um suplício.
Quase poderia morrer, se tal fosse possível.

E então, vagando em seus próprios pensamentos, Suppasit novamente sente uma estranha sensação de desespero, sensação esta qual ele possuía uma certa familiaridade, se formos considerar seus medos.

A situação, por vezes, chegava a ser torturante para Mew, que, por mais que não compartilhasse seus temores com seu amante, aquele sentimento estava sempre ali marcando presença. Mais vivo do que nunca.

Então sim, por ora, ele se submeteria a ouvir todas as asneiras que o rei tinha a dizer naquele momento.
Isso não significa que ele acataria com prováveis ordens que viesse a ser imposta sobre suas decisões pessoais.

SweetHeart - O Príncipe e o Duque| MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora