1 Lillythe

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A Lua já ia se pôr, um sinal que precisavam nos apresentar, é sempre mais difícil apagar as evidências a Luz do Sol, principalmente nas últimas décadas a polícia havia se tornado tão xereta! E o Inferno da Internet, não se pode sugar ninguém em Paz sem que meio milhão de pessoas fique sabendo?
- Lillythe! Lillythe!
- O que é Mele? Eu não sou surda!
- O Sol já vai nascer!
- Eu estou cientes do problema!
- Mas não achamos nem sinal dele! Não seria mais prudente voltar para casa?
Eu a olho de cima a baixo, ela realmente acha que eu farei o quê quer?
- Deixe de ser frouxa, Mele! Voltaremos para lá quando estiver na hora de voltarmos!
- Mas Lillythe...
- Já mandei continuar procurando! Já disse que não vamos a lugar algum sem ele.
Eu devia ter me livrado deste problema há séculos! Mas Mele insiste em se apegar. Se conseguir me livrar dela eu poderia procurar por ele e por um fim a isso, se o talento de Mele não fosse tão poderoso eu já teria me livrado dela também, me acomodei a sua companhia. Preciso encontrá-lo logo! Vai saber qual devastação ele irá aprontar desta vez e o trabalho que irar me dar para limpar a bagunça.
- Lillythe?
- O quê?
- E se nós não o encontrarmos?
O que eu deveria dizer a ela? Não posso fazê-la me temer.
- Outros o encontrarão e irão por fim a sua aflição.
Por segundos ela parece não entender o sentido da frase, mas eu vejo estampado em seu rosto quando ela entende, o pânico de nunca mais rever Bryan a acomete. Preciso me livra deste problema!
- Se quiser ir para casa sozinha, pode ir, Mele.
- Não! Ficarei do teu lado e procuraremos Bryan juntas.
Sempre astuta quando se trata de manter o problema 'vivo'. Eu estava pronta para discutir, mas ouvi uns gritos longe da ilha, perto da costa, Bryan!
- Vamos Mele! Antes que o estrago seja grande.
Dito isso saímos correndo para a costa, na praia várias pessoas estão histérica, é difícil até andar entre si, eles gritam: "ataque de tubarão", quando não: "ataque de crocodilo", ah, esta é a beleza de morar na Austrália, tantas criaturas para culpar que os humanos nem notam nossa presença. Eu observo até sentir o cheiro de sangue e... achei Bryan.
Mele e eu chegamos rápido, ele ainda está se alimentando, há 15 corpos empilhados, alguns mutilados.
- Bryan! Seu pivete! Se continuar assim terei que o transformar em pó!
Mele intersede por ele, como sempre! Ela tenta me convencer que podemos escondê-lo por mais um século ou dois, já o escondemos a dois milênios, mais um século não faria diferença, contudo eu sei a verdade! Não importa quando, a única forma de salvar Bryan é libertar do Infernos de sua existência na Terra. Agora ela ficará protetora com ele e tão cedo não conseguirei por fim a isso!

Ao chegar em casa Scorpion vem falar comigo, como um escorpião orgulho e ao mesmo tempo frouxo! Outro que não vejo a hora de me livra! Se ele não fosse minha única fonte de contado com o meu passado, eu mesmo já teria me livrado dele! Me livrado dele com dor! Muita dor! Ele com certeza gritaria como menininha assustada enquanto eu o destruiria lentamente.
Dias se passam e Mele não desgruda de Bryan nem uma vez sequer, ela sabe!
O inútil do Scorpion me fala de seu ardiloso plano, disse que teríamos visitas por esses dias, não sei como ele pode saber! É só mais um vampiro inútil sem talento como a maioria neste acampamento. Mas vou fingir que acredito nele e em sua farça que ele tão habilmente engana os outros dizendo que tem premonições do futuro, deve ter aprendido a usar a tal da Internet! Mele vem em minha direção com Bryan no colo.
- Precisava transformá-los em pó?
- Do quê estás falando, Mele?
- Os corpos! Poderia ter deixado para serem enterrados...
- Não! Eles precisavam desaparecer!
Meu olhar é duro, ela até tenta dizer algo, mas o medo que sente de mim a impede, curioso ela não tem medo quando fica com esse pivete entre os braços. A verdade é que nem uma daquelas pessoas deveriam ter morrido, sua única desgraça foi atravessar o caminho do insaciável Bryan.

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