12 Lillythe

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Mele e eu saímos para nos divertir, foi tão extraordinário que quase me esqueci do fardo da eternidade, o fardo de ficar presa neste corpo que nunca atingirá o apse de seu desenvolvimento, nunca poderei sair de minha adolescência, nunca poderei ser mãe, se bem com a minha personalidade eu não poderia ser uma das boas, a linhagem de meu pai acabará comigo e quando eu enfim encontrar um oponente digno todo o legado de meu povo e de minha casa desaparecerá em meio as minhas cinzas. Se meu pai ainda estivesse vivo não ficaria feliz, tenho vagas lembranças de minha vida, do sorriso de minha mãe quando eu brincava de se esconder debaixo de seus vestido, da expressão etérea quando íamos ver as execuções dos prisioneiros, papai sempre dizia "a vida é para os inocentes, os culpados devem pagar, nem que seja o preço do sangue", mamãe sempre dizia: eu era meu pai por dentro. Queria ter mais lembrança suas, mas esse direito me foi roubado há milênios. Eu foi arrastada aos três anos de idade, obrigada a perder meu nome, obrigada a perder minhas raízes com o mundo, ser só um número queimado em minha pele, como uma escrava eu treinava dia e noite nos campos da Lacedemônia, sem nunca ter direito a ser criança, sem nunca poder me divertir, sem nunca poder amar ou sequer me apegar. Eu era uma arma, uma das muitas de seu arsenal, sem importância, sem sequer o direito de ter um nome apropriado. Mas eu me vinguei! Óh, se me vinguei! Matei todos no esquema, só faltou um, o que sabia aonde eles tinham me pegado de qual casa de Creta eles me roubaram, meu único arrependimento foi não os ter feito sofre mais que tipo de ser inescrupuloso rouba crianças de seus berços? Dos braços de suas mães? Eu posso não ser capaz de amar, mas nunca matei uma criança em toda a minha existência e eu tenho mais de 3 mil anos.
A Lua já havia sumido do Céu, o Sol já pintava o Céu, quando nós finalmente saímos de nossa noite de garotas, tantos homens gostosos e eu não mordir nem um que desperdício! Pelo menos eu posso voltar lá semana que vem e me divertir de novo. O cara que Mele ficou interessada é lindo, tem um cheiro cítrico forte, de limão pungente, o que deve indicar se eu o transformar ele terá um poder latente, quanto mais forte é o cheiro, mais latente é o poder na outra vida. O vampiro que me transformou me disse eu tinha um cheiro forte de enxofre e um gosto muito amargo, ele era mestiço como Éliot, muito antigo e poderoso, me roubou da minha antiga prisão e para se alimentar do meu sangue, contudo quando me mordeu achou repugnante o meu gosto tão amargo, ele não era muito inteligente, eu sequei suas veias numa sexta-feira fraca. E foi alucinógeno, depois disso me viciei e matei milhares de mestiços, só parei quando eles entraram em extinção, infelizmente eu subestimei a capacidade humana de se enebriar com nossa presença e outros como Éliot nasceram, depois de milênios eu consigo ficar perto de um, mas é o mesmo que um alcoólatra trabalho numa fabrica de cerveja ou num bar, eu posso a qualquer momento fazer uma boquinha nas veias de Éliot.

Mele anda falando muito sobre o tal cheiro de limão, ela até o apelidou de Adonis, não que ele fosse tão bonito quanto o místico Adonis, o homem que era disputado pelas mais belas deusas do Olimpo, que morreu sendo disputado pelas ninfas. Talvez ela tenha se apaixonado e se ele tiver um dom latente melhor ainda! Talvez seja assim que a mente de uma pessoa apaixonada funciona, para os apaixonados todos são Adonis e Afrodite. Ah, isso não é justo! Eu sou mais velha! Cadê meu Adonis?

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