41 Tetra "Adonis"

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Sempre tive um relacionamento muito difícil com minha família, sério eles me deram um número como nome, eles poderiam ter escolhido qualquer palavra no mundo, mas escolheram justo um número, o número quatro, eu sou o quarto filho, Tetra, quatro em Latim. Como eu poderia me sentir mais amado?
Meus pais me chamaram para jantar num restaurante chique, eu aceitei, não porque realmente queria, mas porquê sei que eles nunca me deixariam em Paz se não aceitar. Quando cheguei lá, para minha surpresa todo a família estava lá. Meus três irmãos e uma garota, ela parecia ser ainda uma colegial, me lembra alguém, porém quem? Eu olho para cada membro de minha família buscando a resposta, embora aquela minha intuição me diga que isso não é um jantar comum, de alguma forma isso é um tipo de encontro (dating).
Olho pela parede de vidro do restaurante e vejo uma loira, está longe, todavia me parece Lillythe, não deve ser só alguém parecido, preciso me distrair de meus problemas ou nunca vou me formar!

Horas se passam, aquela é Leta, a filha de um dos sócios e amigo de meus pais, eu chamo o pai de Leta de Tio August, ah... Não! Não! Não! Não!... A Leta do Tio August? A que quando era mais nova dizia que era a coisa mais fofa do mundo e ela me pedia em casamento e eu pensava que era brincadeira e aceitava? Esta Leta? Que foi minha "namoradinha" até sua família a mandar para um colégio de freiras depois que uma aluna ficou grávida no colégio que Leta e eu estudávamos, Leta irá fazer dezoito em duas semanas. Ah... merda! Ela não voltou por isso? Voltou? Ter minha alma roubada pela cunhada do diabo ou ter minha liberdade cozinhada pelo lobo em pele de cordeiro, qual eu devo escolher?

Infelizmente depois do jantar voltamos para a casa do Tio August, Leta vai abraça o pai, e eu tento desperadamente escapar dali, mas como? Como vou sair daqui? Preciso de um plano? Primus deve ter planejado tudo, ele viu meus horários e tudo, o quê significa que não posso usar desculpas de universitário ou algo do tipo. E se... já sei! Vou usar o sumiço do Anthony! Não! Eu não posso fazer isso! Não seria certo com ele, usar sua morte para meu benefício, Anthony nunca aprovaria. Respira fundo! You can do that! You can it!
Tio August, me abraça sorridente, ah, isso vai piorar, justo agora que encontrei aquela mulher, eles querem que eu me case? E eu nem terminei meu curso. Tia Lily fala sobre sua nova decoradora e como Montréal estava muito frio a seu gosto, ora, então não vá para o extremo Norte da América do Norte! Leta me conta como seu francês melhorou no colégio, parece que o internato era na França. Meus pais e os tios começam a falar do meu futuro como se eu não estivesse ali. Tudo já está arquitetado, meu futuro emprego, minha futura casa, meu casamento, até onde serei enterrado e... tudo. Uso minha intuição, forço a minha mente, preciso disto! Preciso saber! Preciso de um vislumbre do Futuro, deste Futuro. Uma palavra salta na minha mente: infelicidade, suicídio, miséria. Entendo, se eu seguir o roteiro da vida que arquitetaram serem infelizmente, tão infelizmente que um dia tirarei minha própria vida ou pior levarei Leta a isso, e a viuvez será a miséria da vida humana, uma vida que só te resta sobreviver e se amargura. O Inferno da miséria humana: uma vida sem nem um único amor.
Forço minha mente a pensar em Mele e eu, as palavras: perigo, hediondo, crime, paixão, eterno, saltam em minha mente, como um aviso, uma pista de um jogo de tabuleiro maior que minha consciência pode imaginar. Mas o quê estas cinco palavras têm em comum? O quê elas deviam me dizer? Porque sinto que é um aviso?

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