Amada/Odiada Terça-feira
Hoje é Terça-Feira! Terça-Feira! O melhor dia da semana! O dia em que eu treino. O dia que todos esses covardes tentam voltar pelo mesmo furaco de onde saíram. O dia que eu arranco o braço de um e ele grita e quanto tenta por no lugar. O dia que eu ganho meu dia só por pôr medo.
– Então quem vai ser o primeiro? – digo procurando minha primeira vítima.
Óbvio que ninguém se candidata. Porque óbvio que todos se esconderam. Porque óbvio que sente medo de mim. Mas o medo de alguém mais forte faz parte da vida de um vampiro, é o quê nos mantém alerta e nos impede de falhar. É a única razão para todos nesse acampamento sempre limparem sua bagunça. O medo da consequência e de mim, é claro. Eu por outro lado sempre vivi para impor medo, seja contra minha vontade ou de livre e espontânea. Ouço os hóspedes. Vladmir e Stephan estão perguntando porquê todos estão escondidos, então que sejam os primeiros.
– Vladmir, Stephan venham aqui! – Eu exigiu.
Ouço Scorpion mandar eles não irem. Mas os vejo virem em minha direção.
– O quê aconteceu? Cadê os outros? – Stephan pergunta.
– Por que estão escondidos? Porque hoje é terça-feira. – Eu respondo o óbvio, bom é óbvio aqui.
– O quê que tem na terça-feira? – Vladmir pergunta, puxando lentamente seu irmão para loge de mim.
– Não sabem? O frouxo do Scorpion não contou? – Pergunto.
– Contou o quê? – Vladmir rebate.
– Sobre o treino. – Eu respondo.
– Quê treino? Nós vamos entrar em batalha? – Stephan me pergunta.
– Porque hoje é terça-feira! É isso que fazemos nas terças-feiras! Eu preciso de outra razão?
Eu os estudo estreitando os meus olhos. Eles definitivamente estão tramando algo grande, algo para envolver o clã todo. Minhas suspeitas talvez estejam certas, isso pode ter algo a ver com meus pais. Eu terei que matá-los em breve. Mas antes vou me divertir um pouco.
– Não! Que outra razão poderia haver? – Stephan responde rápido.
– Certo! Então vamos começar! Quem vai ser o primeiro? Ou os dois vão juntos? – Eles ficam um pouco encabulados. Se fossem humanos estariam corados.
– Bom… Separados… Bom… Acho que podemos ir… juntos?
– Claro! – Digo abrindo um enorme sorriso. – Que problema poderia haver nisso? – Vou quebrá-los e fazer chorar do mesmo jeito, queridos Getas.
Ouço um burburinho de comentários sobre eles serem gays.
– Não somos! – Grita Stephan.
Ouço mais uma leva de comentários sobre eles serem um ótimo casal.
– Nós somos viúvos! Okay? Não casados!
E os burburinhos continuam. A suposta orientação sexual dos getas de repente virou a novidade do século. Decido me aproximar. E antes que os getas percebam eu já agarrei o colarinho de Vladmir e o arremessei contra Stephan, ouço um estalo de ossos vampíricos se quebrar, com o impacto eles foram parar a cem metros de distância dali e na minha mão está parte da camisa de Vladmir. Fazendo sulco no chão, acho que agora vai ficar mais interessante para os crocodilo caçarem aqui quando nos mudarmos. Eu amo a Austrália, mas não posso ficar aqui para sempre, isso destruiria a fauna e a flora do lugar, porém sei que voltaremos um dia para cá, sempre podemos voltar.
– De onde veio? Alguém anotou a placa? – Stephan pergunta a Vladmir.
– Inúteis! – Desdenho. – Me admira terem passado do primeiro século.
Eles sibilam ainda desorientados. E correm para cima de mim. Eu salto pouco antes do impacto, eles se chocam um com o outro, mais estalos, desa vez é mais forte, mais alto, eu aterrisso em cima da cabeça platinada de Vladmir.
– Inúteis! – Debocho de novo! Ri-ri… tão bom caçoar dos getas que até me lembra os velhos tempos. Um deles tenta pegar meu pé, mas antes disso eu antecipo seus movimentos e dou uma cambalhota e meia, aterrissando de ponta-cabeça apoiada numa das mãos na cabeça de Vladmir. Stephan me olha incrédulo acho que ele perdeu algum movimento ou só está incrédulo com a própria incompetência e nem tive que usar meu dom. Pisco meu olho direito e dou uma pirueta e aterrisso há 20 metros de distância no chão ao lado do sulco de sua queda.
– Quem é o próximo? – Pergunto procurando minha próxima vítima.
Ouço eles sibilarem e rosnarem para mim. Os getas estão com raiva. Isso me lembra os velhos tempos, quando eu era humana e saia para aparar umas arrestas.
– Isso ainda não acabou cretense! – Vladmir rosna.
– Acabou sim, Geta! Ou quer que eu o desmembre? – Ameaço o olhando em seus olhos vermelhos. Ele rosna e sibila algumas vezes até ficar quieto. Demora algum tempo até eles conseguirem sair de sua posição.
– Tudo bem, eu vou. – Diz Scorpion saindo de seu buraco de tatu.
– Recuperou a coragem, seu frouxo? – Provoco ele. O vento balança seus cabelos preto carvão, ele me encara com seus olhos fúcsia.
– Eu prometo pegar leve contigo, mademoiselle. – Ele pisca para mim. Os outros riem, todos sabemos que Scorpion nunca pegou leve, ele leva uma surra e ainda chora as vezes. Criancinha. E ainda tem um sotaque quando fala francês, horrível.
– Não se contenha! Ou eu vou te matar dessa vez. – Os outros formam um ciclo ao redor de nós. Riem. Sei que muitos querem ver Scorpion morto. Alguns por quererem seu lugar junto a mim, outros por o odiar, outros pelo o qu'ele fez aquele recém-criadado no passado por puro ciúmes. Evans certamente adoraria se livrar da concorrência e ficar comigo só para ele. Talvez seja da minha natureza ser infiel ou talvez eu só os esteja usando para passar meu tédio. As palavras daquela viciada em Delfos me vem a mente, não! Eu não posso pensar nisso hoje! Volto minha atenção a Scorpion. – Pronto?
– Pronto. – me responde.
Ele vem em minha direção e me agarra os dois braços com os seus, ele parece feliz achando que isso acontece sem a minha autorização, tonto como sempre. Ele me aperta e eu faço meu movimento, uso meu peso para me arremessar para cima e bater em seu queixo com a cabeça ele fica meio confuso, então eu giro nossos braços, agora sou eu quem o estou segurando, me impulsiono para cima de sua cabeça e com toda a força dou uma cabeçada. Ele cai desorientado e eu pulo e me afasto.
– Já terminamos? – Pergunto. Sei que seu ego de machão nunca irá permití-lo de pedir arrego.
– NÃO! – ele fala mais alto do que planejava. Insubordinação e falta de respeito? Isso eu não vou permitir! Ele corre em minha direção, mas eu apenas mudo de lugar um pouco antes do impacto, ponho meu pé na frente e ele vai com tudo a cem por hora, os outros gargalham. Ele levanta todo sujo de terra, vem correndo de novo e eu giro e estico meu braço, ele acerta com tudo sua cabeça em meu braço que faz um barulho alto, sei que danificou seu rosto.
– Já desistiu? – Pergunto-o pondo meu pé em sua garganta.
– Não! – Ele rosna. Eu me abaixo lentamente. – Se continuar com isso, eu vou te matar hoje. E isso não é brincadeira, quer mesmo morrer hoje, Scorpion? – Eu o pergunto e ele engole em seco, posso ver em seus olhos o medo da Morte. Ele me teme e eu particularmente amo isso. – Próximo?
– Se importa? – Evans se apresenta. O lindo Evans, com seus cabelos loiros esverdeados. Ele sorri, feliz ao olhar para Scorpion. Sei que ele ama o tempo que passamos juntos e quando transamos, o sexo com ele as vezes é melhor que com Scorpion. Mas nada se compara aos gêmeos Luis e Lukka. Sempre me sinto satisfeita quando termino. Evans vem se aproximando de mim e nós começamos a dança, ele tenta me agarrar e eu dou um mortal para trás, eu tento agarrá-lo e ele usa seu poder: teletransporte. Ah, quer trapacear coisa linda, então vamos trapacear. Só espero não danificar nada importante. Eu deixo o pó sair das minhas mãos e pés, e isso começa a criar uma nuvem densa e nebulosa em volta de mim, fecho os meus olhos e sinto meus outros sentidos se amplificando, sei que meu poder não me afeta, mas afeta dos outros capaz de causar uma dor indescritível ou transformar os outros em pó. A pruma está bem densa a minha volta, nem mesmo eu poderia enxergar aqui. Evans tenta se teletransportar para dentro da pruma, mas o pó, a nevua destruidora que posso emanar dos meus poros não permite, o único problema era que gostava dos meus sapatos. Ele fica tentando e batendo no início da pruma, ele grita quando toca na névua. Eu apenas ouço seus movimentos, droga! Isso é decididamente mais fácil quando se luta com alguém com coração, vampiros não usam coração, o órgão não tem função nem uma no corpo vampiro, a não ser que seja mestiço. Eu contínuo ouvindo cada movimento de Evans, seu corpo duro contra o vento, procurando um padrão, uma brecha, uma guarda baixa para atacar. Eu continuo ouvindo até… Achei. Às seis hora. Ataco no ângulo de seis hora, um ângulo certeiro, que ele não esperava. Impulsiono meu corpo que voa com meu pulo, eu o pego no ar deprevinido sem espera, com a guarda baixa, a certo meu pulso com tudo em seu queixo de baixo para cima e ele voa a 500 metros de distância. Evans reclama, bom se ele não me quiser mais a Noite ele pode seguir meu conselho e procurar outra. Depois que aterrisso recolho meu pó, então dou conta que estou nua, nua na frente de todos. Não tenho vergonha de meu corpo, ele é perfeito, exatamente como é, perfeito! Mas não gosto de exibí-lo para os indignos. Ah, droga era minhas roupas de aeróbica novas.
– Scorpion! Roupa! – Estalo meus dedos para Scorpion. – Anda inútil! Vai pegar minhas roupas e para de olhar! – Ele vai relutante tropeçando tentando olhar para trás. Cinco minutos depois ele volta com lingerie sexy, minha blusa de alcinha e minha camisa social, calças jeans skinny, meias e botas cano alto de camurça salto agulha, tudo preto. – Demorou por que seu inútil? – Ele gagueja, patético eu sei! E ainda ouça tramar pelas minhas costas, mas o que é seu está guardado, muito bem guardado. – Agora façam duplas e pratiquem. O primeiro a desistir vai prática tortura comigo. – isso vai mantê-los motivados por algumas horas.
Não foi nem uma surpresa os getas escolherem um ao outro, Scorpion tentou pegar qualquer um, mas único que sobrou foi Bryan, mais um problema que um membro do grupo. Isso me lembra que tenho que matá-los. Hunter ficou com Evans, Mele ficou comigo, Mariette ficou com a recém-criada de 8 meses e Éliot que acabou de chegar decidiu ajudar ajudar Bryan. Avisto Ellaija, sei que ele andou fazendo algo, só não sei o quê é, mas seu eu souber que ele violou as minhas leis no meu território eu o perseguirei até o Inferno se for preciso, mas ele irá pagar. Para me vingar, ponho Ellaija para lutar sozinho contra os getas. E parece que os getas entenderam o recado. Porque Vladmir arrancou o braço de Ellaija enquanto ele se gabou de imobilizar o pescoço de Stephan. Trabalho de equipe. Minha luta com Mele por outro lado, não é tão intensa, eu fico dançando com ela e fazendo piruetas, Mele tem ótimos reflexos que a salva de mim diversas vezes. O mais engraçado é que Bryan e Éliot estão ganhando de Scorpion. Inútil como sempre.E por poucos segundos minha mente se lembra daquele dia em Delfos, quando meu coração batia e eu daria tudo pelo Amor e a Proteção de uma família, e aquela viciada me disse que eu encontraria minha família e meu parceiro no mesmo dia e que ele seria igual e diferente de mim ao mesmo tempo, ele seria imune ao meu poder. Eu a matei, aquela viciada mentirosa. Mais de 5 milênios depois e eu ainda não tenho família ou parceiro.
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Alvorecer
FanfictionATENÇÃO: O conteúdo a seguir é contra indicado a menores de 16 por ter linguagem imprópria, insinuação sexual e violência. Lillythe esteve toda sua existência a procura de seus pais, sua origem, jamais encontrou. Sua fúria e o desejo incontrolável d...