45 Lillythe

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Eu consigo um atestado falso de gripe, um que dá 15 dias em casa, só preciso de 5, a médica pôs no relatório vírus desconhecido. Perfeito, assim terei tempo para fazer o que preciso e se eu tiver um contratempo, outro atestado de piora. Agora só preciso decidir se vou voando ou a nado.

Ao chegar na costa do Chifre da África, há muitos navios e as chances de ser pega aumentam, na próxima vou voando. Eu acabo nadando até a costa do Mar Vermelho lá espero anoitecer, mas o fluxo de barcos não diminui, sem muita opção nado até a Costa do Paquistão, num Porto em construção, me esqueiro entre as máquinas chinesas. Os Chineses parecem já ter absorvido o Paquistão, ou a economia paquistanesa. Vou andando, preciso de roupas, estas já estão rasgadas. Vejo um homem sozinho, ele fede a álcool, a sangue, a sangue infantil, ele é um estrupador pedófilo! Eu não sentirei nem uma culpa! Estou fazendo um favor aos humanos!
Após sugá-lo, ele tinha gosto de corrupção. Pego suas roupas, arrumo meu cabelo, pareço um menino.
Consigo uma passagem clandestina à Eritréia, não é onde queria estar, mas deve ser bom pra começar, preciso encontrá-lo. Tento farejar, faço perguntas, mas nada adianta. Vou de cidade em cidade, sempre ao Norte, até chegar ao Canal de Suez, é ainda mais imponente visto de cima que de baixo. Vou seguindo, deve haver alguma pista deles!
Estou caminhando há três dias, até que numa cidade muito antiga e pouco habitada um humano me toca, seu comportamento é suspeito. Ele vai andando, se escondo até a ruína de uma velha escola, não acredito que os humanos acham que isto é um túmulo. Eu sinto o cheiro, o cheiro dele, o cheiro de Amun.
– Lillythe?
Eu me viro para encará-lo.
– Olá Amun. Como sabia que era eu?
– Minha irmã ligou.
Traidora! Nefrite é bom está certa sobre isto.
– Então já sabe do que vim tratar?
– Na verdade, não. Nefrite só me contou que uma Milady vinha e quê...
– E que eu cheiro a enxofre?
Ele fica em Silêncio, decidindo como prosseguir, eu não sei o quanto sua irmã o contou, mas deve ser o suficiente para ele saber o quão perigosa posso ser.
– Vim buscar respostas que só um vampiro antigo poderia me dar.
Eu tiro a burca que vesti na Etiópia para fugir do raios solares. Ele chega perto e depois se afasta correndo, então ele sabe quem eu sou, irônico nem eu sei.
– Volturi?
– Não, na verdade é uma das razões da minha visita.
Ele fica pensativo, ponderando o que fazer.
– Entendo. O quê deseja saber sobre eles?
Eu me ajeito e procuro um lugar para repousar.
– Primeiro quero saber por que és a segunda pessoa a me perguntar sobre os Volturi e porque um deles é a imagem do meu pai?
Seus olhos se arregalam, ele começa a cheirar a pânico, depois se controla, me estuda e depois de muito tempo recomeça.
– Bom, como devo começar? Nefrite me disse que era da ilha de Greta, na época do labirinto do Rei Minus.
– Sim.
– Bom, os clãs estavam se juntando já naquela época e número era Poder.
– Sim. Fui levada no berço para um campo de treinamento no que depois seria a Lacedemônia.
O pânico o acomete de novo.
– E o sequestro estaria ligado a...
– O clã de vampiros Getas.
Ele fica pensativo.
– O clã de Stephan e Vladmir. – Não me diga? Ele olha para mim, ele sabe que eu já os conheço. – ou como os Helenos chamariam, o clã da Dácia ou Getas.
– Sim, massacrei toda o esquema de sequestros.
Ele está num misto de admiração e temor, volta a ponderar. Então recomeça.
– Deveria dar os parabéns, Milady? – não respondo. – Então, o clã geta assumiu o Poder de toda a Região da Europa, chegando quase a controlar o Velho Mundo, eu e meu clã assumimos o controle desta parte da África, eramos números, na quela época Poder era número. – ele me olha, ele sabe! – Porém só descobririamos mais tarde que há cosias mais poderosas que números e força bruta. Como...
– Os talentos? – digo mostrando o meu, a fumaça sai das minha mãos e gira, até depois retornar as minhas mãos.
Amun está fascinado, porém sinto o cheiro do seu medo.
– Sim, naquela época eles eram lendas, eu particularmente nunca tinha encontrado um talentoso até nossa derrota.
– Derrota?
Ele fica surpreso.
– Sim. Nossa derrota, não fica curiosa por quem caímos?
Eu penso um pouco, não! Não!
– Volturi?
– Sim. Volturi. Eles estavam em menor número, seus líderes eram jovens, mas eles tinham um grande General ao seu lado e os talentos. O nome de seu general era Caius Volturi e sua esposa Athenodora Volturi. – sinto que os nomes deveriam ser familiares pelo seu tom, seu olhar, mas nada, minhas memórias já se foram há milênios, só as marcas ficaram. – Athenodora deve ser sua mãe, suponho, já que és sua imagem, exceto pelos cabelos, que é os de Caius, não tenho dúvida, mas os olhos?
Ele olha para meus olhos rose, uma excentricidade de minha alimentação.
– E da alimentação.
Ele pareceu curioso a cerca.
– Entendo, já conheci outros que tinha olhos amarelos e cheiro leve, se alimentavam de animais e viviam entre humanos...
– Traidores!
Ele arregala um pouco os olhos, começa a me estudar de novo. Sua postura agora é defensiva. Ele está com medo, isto é claro. Após algum tempo ele retoma.
– Como já disse, os Volturi nos derrotaram e aos Getas, Caius era seu general, o terceiro no comando do clã, o terceiro líder, primeiro Marcos que vive sempre depressivo depois da perda de sua parceira e Aro, Marcus e Aro possuem talentos. Marcus pode saber quem mente e qual o relacionamento das pessoas, já Aro pode tocar e saber tudo, tudo mesmo, até os segredos mais íntimos. Os três controlam o clã Volturi e o mundo.
– O mundo?
– O nosso mundo. Eles criaram Leis e punições, um sistema legislativo, Judiciário e militar, onde eles criam as Leis, julgam, investigam e punem quem as viola.
– Então está me dizendo que sou algum tipo de princesa vampiro?
– É uma forma de colocar.
– Entendo. Então isto significa que aqueles três cometeram a mais alta traição e estão tramando algo grande.
– Traiç...
– Mas isto não explica como nunca soube dos Volturi.
Ele fica mais alerta. Parece estar com medo de ser encontrado. Parece estar fazendo algo proibido.
– Bom, sobre isto é mais complicado. Para ser sincero eu não sei. Todavia suponho que deva ser pela atual localização do Clã e estão sempre se movendo, nunca chamando a atenção e sua alimentação é...
– Híbrida. Sim. Tudo o que fazemos é ocultar nosso rastros. E Volturi será de Volterra?
– Sim.
– Eu visitei algumas vezes, mas só encontrei palácios vazios fedendo a vampiros.
– Suponho que deviam ter saído para uma campanha punitiva ou conquista.
– Entendo. Uma última coisa, o quê sabe sobre híbridos.
Ele levanta suas sobrancelhas. Ele conhece alguém.
– Bom, há alguns anos, houve um clã que estava para ser executado, os Cullen...
– Cullen?
– Os que se alimentam de animais e andam entre os humanos, são dois clãs, os Denali primos dos Cullen e os Cullen. O primeiro filho do líder do clã Cullen, ou o pai Cullen, Carlisle Cullen, o filho é Edward, bom, Edward se casou com uma humana...
– Brincar com a comida?
Eu rio com a ideia. E depois Mele me critica.
– Antes fosse! É ainda mais estranho, ele se apaixonou pela refeição...
– E então ela a converteu?
– Não! Ele a fez sofrer por anos até enfim a apresentar.
– Isto é cruel! É imoral! É tortura!
Ele me dá razão. Estes tais Cullen são esquisitos. Não gosto deles.
– Não obstante, as coisas ficam ainda mais esquisitas, a humana engravidou – ele me olha e vê que o fato não é novo para mim – ela teve uma menina meio vampira e meio humana e...
– E eles a comeram?
– Não.
– O quê aconteceu com ela?
– A menina continua entre eles como um membro de seu clã. Renesmee é seu nome.
– Entendo. E aonde estes Cullen vivem?
Ele se afasta, parece protetor, mas não consigo, com os... Cullen?
– Eu não posso dizer, Milady.
– Pelo visto os Cullen tem sua lealdade. Mas eu não posso sair daqui sem uma resposta, espero que compreenda?
Ele se prepara para lutar, inútil! Até que uma rajada de vento fica entre nós.
– Creio que ainda não me introduzir, sou Benjamin.
Me viro para encarar um jovem vampiro, sua aura é de alguém poderoso, contudo ninguém é mais do que eu.
– Benjamin é melhor ficar longe.
– Amun, eu...
Eu o encaro. Seu olhos são determinados, ele não me deixará passar sem uma boa luta.
– Sou Lillythe, teu pai estava me contando como conheceu meus pais.
Ele me olha de cima a baixo, então o pavo.
– Volturi? – Benjamin.
– Parece que sim. – Eu.
– A Milady, Lillythe foi sequestrada ainda bebê por vampiros ligados aos Getas, ela foi criada na Lacedemônia… – Amun.
– Está não seria Spartacus ? – Benjamin.
– Sim. Um lugar infeliz para se crescer. – Eu.
– E teu pai estava me contando como os Cullen se encaixam nisto. – Eu
– A estão falando sobre a quase execução? – Benjamin.
– Sobre Renesmee a criança prodígio. – Eu.
– Eu gostaria de fazer uma vista, mas Amun se negou a me ajudar. – Eu.
Ele me encara incrédulo, mas não dá um pio, medo é a língua internacional.
– Por que Amun? E qual o interesse de Milady Volturi? É uma fã dos talentos da híbrida? – Amun.
– Na verdade não. Tenho negócios a tratar, e como eles parecem adaptados à condição de bicho, são perfeitos para isto. – Eu.
– Negócios? Precisa de um médico? – Benjamin.
– Médico? – Eu.
– Carlisle Cullen é um excelente médico, muito reconhecido entre os humanos. – Amun.
Acabou de ficar mais interessante.
– Mas eu espero que Milady Lillythe compreenda que não podemos dar a localização de um aliado sem garantias. – Amun.
Eu pondero. Ele é realmente leal a estes Cullen. Talvez devesse dar algo a ele em troca.
– Em meu clã há mais de um híbrido. – Eu.
Eles parecem surpresos. Amun continua relutante.
– Então é sobre isto que quer tratar? – Benjamin.
– Algo parecido. – Eu.
– Mas se é sobre Renesmee, eu mesmo a levarei lá, pessoalmente – Benjamin.
– Benjamin não! – Amun.
– Amun o quê de pior pode acontecer? – Benjamin questiona confiante.
Eu pisco para ele.

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⏰ Última atualização: Aug 26 ⏰

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