6 Lillythe

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As visitas chegaram, Éliot vem me avisar. Mestiço imundo! Se não conhecesse o pai já o teria secado suas deliciosas veias! Apesar de seu pai ter um poder útil de certa forma, ele por outro lado é inútil! Só serve para fazer número. E para piorar ainda tem habilidades vampíricas inferiores, Bryan pode correr mais rápido que ele, decididamente Éliot é um inútil! Será que ninguém ensinou Ellaija a não brincar com a comida? Ele não tinha mãe, não?
Eu me aproximo lentamente dos visitantes, são dois homens, um loiro platinado que até parece um fantasma, o outro é moreno e parece mais velho, eles tem uma cara debocha com se soubessem de uma grande piada secreta.
- Lillythe, venha aqui, por gentileza, Stephan e Vladmir querem te conhecer.
Agora além de inútil ele deu para ficar abusado? Eu deveria ter lhe arrancado a língua há milênios, infelizmente ela sempre volta a crescer, mas a cara de dor que ele faz é tão... tão gloriosa.
- E por que eu faria isso?
Ele percebe meu tom, o desprezo em minha voz, ele sabe que eu sei que ele só manda nalguém porque os outros tem medo de mim.
- Porque eu estou te pedindo gentilmente, por favor não seja descortês com nossas visitas, eles vieram de longe.
Eu estudo seus pés, seus sapatos parecem novos, vieram de muito longe? Mas deu tempo para fazer compras? Não sei quem é o ingênuo aqui. Me aproximo lentamente, quando estou muito perto me inclino para beijá-lo e o otário acredita! Eu seguro sua língua com a mão, ele grita como uma menininha.
- Da próxima vez que me desrespeitar assim eu juro que te mato!
Quando eu solto Scorpion cai no chão grunindo como um filhote de cão sem mãe. Acho que 'peguei' metade de sua língua. E então eu me viro para os visitantes, eles vêm meu rosto por baixo do capuz, eles ficam em choque, o platinado pula para trás assustado. Estranhos! Eles estão com olhos arregalados me observando.
- Senhora Volturi? - O moreno fala me encarando.
- Senhora Volta o quê?
Eles olham de um por outro me estudando.
- Esqueça! Não é importante!
Esses dois sabem mais que estão deixando transparecer, pelas caras parecem mais astutos que Scorpion. Talvez eles saibam das minhas origens, de quem eu fui antes dos três anos.
- Curioso... muito curioso... não mentiste ao telefone. - o platinado fala e se vira para Scorpion.
Estreito os olhos, se eles pensam que vão me enganar terão uma morte extraordinariamente dolorosa. Scorpion tenta falar, mas só saem sons não coesos de sues lábios, acho que eu peguei realmente sua língua.
- O quê ele diz? - pergunta o platinado.
Eu o olho.
- Que é um otário! - Me divirto com a situação.
- Acho que ele está tentando dizer que: "eu te avisei", quanto tempo leva para a língua cresce - platinado me pergunta com genuína curiosidade.
- Geralmente alguns dias dependendo do tamanho que perdeu. - e quando termino de falar dou uma piscadinha para Scorpion, ele engole em seco. - o quê os trazem aqui?
Eles olham um pro outro, decidindo o que dizer, mau chegaram e já estão com medo, perfeito!
- Bem... teu... bom seu... - gagueja o platinado.
- Scorpion disse que a senhorita... - tenta o moreno.
Eu estreito os meus olhos ao som da palavra: "senhorita". E o platinado toca no braço do moreno e o platinado volta a falar.
- ... Senhora, estava interessada em informações sobre a Lacedemônia e os spartoi do período 1500 antes de Cristo.
- Estavam lá? - murmuro.
Ele sabe? Eu tenho que saber o quê eles sabem? Eles olha um paro o outro que se compartilhasse um segredo numa língua exclusiva que só os dois podem falar.
- Bom, Senhora Lillythe, meu irmão de clã: Vladmir e eu chegamos ao poder com a junção de pequenos clãs, já fomos o maior clã do mundo... - o moreno começa.
Nossa só fiz uma pergunta! Agora ele vai me contar a história da sua vida? Imagina se ele vendesse aquelas bebidas quentes aos humanos? Ele iria fazer uma aula sobre café, cevada... chocolate... Esses caras são chatos! Se não tivesse tão interessante na informações, consideraria matá-los aqui mesmo!
- ...E já estávamos no poder quando os cretenses subijugaram os primeiros aqueus... - Vladmir agora fala.
É eu sei a História dos cretense e micênica! Eu sou cretense, papai dizia que nada mais glorioso que os gritos das entradas de ar do labirinto, nunca descobri qual monstro o habitava, mas acredito que eram os lobisomens, os horrendos homens lobo, com seus rostos deformados e peludos, seus cheiro repugnante e asqueroso, rosnado com um lobo selvagem, eles continua a palestra sobre sua biografia, de seu clã e a História de meu povo, já frequentei aulas universitárias mais interessantes que a conversa desses dois.
- ...Então durante as picuinhas dos reinos helênicos - Vladimir.
- Picuinhas? Eu estava lá! Eram mais que picuinhas! - eu interrompo com escárnio.
O moreno dá uma cotovelada com força nas costelas do irmão que cala a boca na hora.
- A Senhora Lillythe, queira perdoar meu irmão Vladmir, ele nunca foi muito bom com palavras. - corrige o moreno, Stephan, eles se encaram um arregalando os olhos para o outro, sei que estão escondendo algo de mim, sei que deveria me importar com isso agora, mas se eles eventualmente mentirem suas cabeças ficarão lindas na minha coleção de mentiroso, se bem que eles são tão feios que talvez seja melhor só os olhos.
- Talvez eu devesse arrancar sua língua - olho para o platinado e mexo minhas temporas.
Eles estão assustados, com medo de mim! Eu amo quando me temem, amo mais quando gritam! E ainda mais quando gritam de pavor enquanto eu me livro deles!
Scorpion pega no meu braço, ele estava quieto até agora. Ele chia, mas é frouxo, até mudo! Ele aponta os dois e a mim enquanto tenta tirar algum som coeso da boca, seria engraçado se não fosse trágico.
- Bom, Senhora Lillythe, acho que o seu... - eu olho Stephan com os olhos semicerrados e a palavra morre em sua boca, ele recomeça. - ...bom, Scorpion, nos ligou, ele acredita que temos uma informação valiosa para a Senhora Lillythe.
Isso parece promissor, empurro Scorpion para o chão só por diversão, ele faz um barulho engraçado quando a cara bate no chão.
- Talvez o que a Senhora Lillythe, não saiba é que eu conhecia o vampiro que a sequestro. - Responde Stephan.
- Qual era o seu nome, Geta? - Eu pergunto num tom grave, a menção do antigo nome de seu povo o pega meio desprevenido.
- Sabes daonde somos? - Vladmir parece ficar assustado.
Definitivamente eles estão me escondendo algo. Acho que o prazo de valida da minha paciência com Scorpion está chegando ao fim!
- O quê? Achou que eu não sei reconhecer um geta quando vejo um? Ou melhor dois? Sois da Dácia, eu sei, e gostavam de se exibir...
Eles parecem ainda mais assustados, certamente eles estão tentando me manipular para algo e eu vou descobrir e dar cabo dos dois aos berros, será deliciosamente cruel!
Scorpion até tenta falar mais alguma coisa, mas eu o empurro de novo.
- Bom, Senhora Lillythe, o vampiro que a sequestro também era um geta, ele era nosso subordinado, ele tinha o hábito de sequestrar criança de desmame, os levava para os centros de treinamento dos Spartoi na Lacedemônia e lá os que chegavam a idade adulta, um vampiro velho os transformava e eles ganhavam um lugar na guarda, na nossa guarda. - Diz Vladmir
Definitivamente eu deveria matá-los os três agora! Eu me aproximo um pouco mais.
- Por que acha que eu te deixar ir agora Geta?
Os dois chegam para trás.
- Por que nós viemos propor um acordo, se a Senhora Lillythe e os seus... companheiros de clã nos ajudar numa empreitada eu contarei tudo que sabemos sobre ele, até te ajudaremos a encontra quem procura, mas o vampiro que procura já morreu há mais de um milênio, numa guerra entre clãs... - propõe Stephan.
- Os Volturi. Os Volturi o mataram, a ele e todos os vampiros que estavam no esquema. - completa Vladmir.
- Então como pode ver Senhora Lillythe, somos os únicos que podem ajudá-la. - Termina Vladmir.
Eu sei agora uma coisa! Scorpion não tem mais serventia para mim.
E quem são esses Volturi? Eu vivo há mais de três milênio na Polinésia, (Oceania) e nunca ouvir, nem vir esses tais Volturi.

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