Capitulo 5: Controle

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— Quando foi que começou a trabalhar com a senhorita Parker?

Agora voltei a me sentar enquanto o promotor interroga Peter. Ainda bem que ele é mais calmo do que eu. Sentada de volta com Matt e Tyler, minhas pernas tremem descontroladamente e eu não consigo prestar atenção nas perguntas e respostas porque minha mente está vagueando em lembranças.

Flashback

— Direita, direita, centro. – Tyler fica falando algumas técnicas de luta enquanto soco o saco de pancadas. — Boa. – ele ri — Tá aprendendo.

— Eu já aprendi cabeção.

— Claro, quem é seu professor? – ele faz uma cara de convencido e reviro os olhos rindo — Eu sou o melhor, admite. – levanto uma sobrancelha e dou-lhe uma rasteira fazendo-o cair de costas e resmungar.

— Professor – me abaixo e ele me olha — A aluna superou o mestre – dou risada e Tyler revira os olhos chutando minha perna me derrubando. — Ei – resmungo baixo quando ele segura meus pulsos juntos e o olho — Sabe..

— O que?

— Se eu não odiasse a sua espécie – digo e Tyler ri — Você seria um belo pretendente. Até que é bonitinho.

— Minha espécie?

— Homens.

— Eu sou o melhor da minha espécie e você sabe disso. – ele diz e dou risada.

— Estão se divertindo? – escutamos a voz de Leonard e logo levantamos.

— Senhor. – Tyler diz e olho pra baixo.

— Senhor Scott – Leonard entra na sala e vem até nós. — Pode nos dar licença?

— Claro. – Tyler acena pra mim e sai da sala, deixando nós dois sozinhos.

— O senhor está bem? – pergunto vendo o semblante caído de Leonard. O que é estranho já que ele sempre está com um ar de superioridade.

— Está com fome?

— Faminta, na verdade. – digo baixo.

— Ok, vem. Vamos comer.

Estranho essa atitude de Leonard, mas recolho minha toalha e o sigo para fora do prédio onde vamos parar em um restaurante. Leonard pediu pra mim um prato de macarronada e pra ele um pouco de salada.

— Seu aniversário de 18 anos está chegando. – ele diz quebrando o silêncio e o olho.

— Ah, sim senhor. É no fim de semana. – digo sem graça e dou uma garfada no macarrão.

— Já sabe o que vai pedir para seus pais?

— Ah.. Eu não ligo para presentes, senhor. – dou um sorriso sem graça vendo-o me encarar.

— Entendo. – ele diz ainda me encarando. — Por que não me olha nos olhos, Amelie? – abro a boca várias vezes pra responder. — É uma ordem. Eu não mordo.

— Tudo bem. – gaguejo um pouco e tento manter meu olhar firme no dele enquanto conversamos. — É.. Obrigada pelo almoço. – digo e ele apenas balança a cabeça como se estivesse esperando que eu o agradecesse.

— Como você me vê Amelie?

— Senhor? – pergunto não entendendo o motivo de seu questionamento, mas ele não responde. — É.. – me ajeito na cadeira — O senhor.. – tento procurar as palavras certas pra responder sem levar um soco no nariz na frente de todo mundo, mas não consigo mentir sobre isso e minha vontade é dizer todas as coisas horrorosas que vejo nele.

SURVIVE - 2 TEMPORADA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora