Capítulo 14: Pesadelo ou presságio?

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Acordo assustada com alguém gritando. Desesperadamente me levanto correndo até a porta do quarto e quando abro, me deparo com uma sala escura, fria e os gritos param. Tento enxergar com um fio de luz dentro da sala e percebo que há vários espelhos a minha volta. Uma voz estranha começa a chamar meu nome e..

- Amelie, querida. Você foi avisada que não deveria ter se envolvido nisso. Agora, toda escolha tem uma consequência.

Os gritos começam novamente cada vez mais altos. A sala simplesmente se ilumina e me vejo completamente ensanguentada. Em cada espelho, há uma visão horrível, que faz meu estômago embrulhar. Meu pai, desfigurado e coberto de sangue, sua cabeça estourada. Tyler está na mesma situação. Joe no chão esquartejado, Matt caído com a barriga jorrando sangue. Peter pendurado, enforcado e com uma escrita em volta feita com seu próprio sangue: sua culpa.

A cena ao vivo de Amberly sendo decapitada e sua cabeça jogada através do espelho até mim e a cada espelho que me aproximava, os gritos ficavam cada vez mais altos e no último deles, está Daya extremamente ferida, sendo torturada por mim mesma, gritando com todas as suas forças.

- Mamãe, não faz isso, por favor.

Tento entrar lá de algum jeito, mas já é tarde. Daya já foi esfaqueada até a morte por mim. Milhares de vozes tomam conta do ambiente.

- A culpa é sua.

- Olha o que você fez! Seu verme.

- Mamãe, me ajuda, por favor.

- Você destruiu nossas vidas - a voz de Peter ecoa.

- Vai morrer sozinha - Amberly.

- Eu tenho nojo de você. - a voz do meu pai é como uma faca enfiando em mim - Você é uma vergonha.

Os espelhos se partem e sangue começa a jorrar deles, as vozes aumentam cada vez mais. Alguma coisa me prende impedindo que eu me mexa, até que Mateo aparece tentando me enforcar.
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Acordo pulando da cama sentindo uma dor atravessando cada nervo, a respiração acelerada, os músculos tremendo. Coloco a mão em meu pescoço pra ter certeza que está tudo bem, apoio minhas mãos no joelho e tento respirar fundo. Quase como um instinto, olho meu corpo pelo espelho: sem sangue, apenas ensopado de suor. Amberly dorme tão profundamente que nem sequer ouviu nada.

- Que droga.

Sento-me na beira da cama tirando a blusa do meu pijama e passando no pescoço pra limpar as gotas de suor que parecem transbordar como o sangue do sonho.

- Tá suada. - assusto com uma mão encostando em meu ombro me fazendo afastar da cama imediatamente. - Tudo bem, sou só eu. - Amberly diz e me sento ao lado. - Por que você tá ensopada?

- Pesadelos - digo.

- Sinto muito. - Amberly segura minha mão e dou um sorriso fraco. - Deita agora, já acordou. Não tem como os pesadelos te afetarem.

- Você estava neles. - digo, me deitando. - E em todos estava morta - passo o dedo na bochecha de Amberly e respiro fundo - Todos diziam que era minha culpa. - prefiro não entrar em detalhes do pesadelo pra ela. Além de ser bem forte, que talvez fizesse com que Amberly vomitasse, eu quero deixar isso apenas no meu subconsciente e tentar esquecer.

- Vai dar tudo certo, ok? Eu não vou morrer e nem você. - concordo balançando minha cabeça e deito-a no ombro de Amberly. - Odeio pesadelos. Me deixam pensando neles o resto da semana.

SURVIVE - 2 TEMPORADA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora