Passado por muita insistência finalmente recebi uma mensagem de Joe dizendo que está bem, mas se enrolou resolvendo seus problemas e já está voltando. Fico até mais aliviada com isso. Avisei até Débora pra tranquiliza-la. Resolvi deixar o diário de lado por um tempo até ter vontade de ler novamente. Respirei fundo várias vezes, o que ajudou a relaxar e para um pouco com os pensamentos.
Agora estou sentada na cama com as pernas cruzadas e o telefone na mão pra ligar pra Amberly. Não irei preocupá-la com coisas agora, até porque ela precisar resolver seus próprios assuntos, mas achei que ouvir a voz dela me animaria mais. Por sorte, no segundo toque ela já atende.
- Como estão as coisas? - Amberly pergunta.
- Nada bem - respondo rindo levemente pra não deixar nenhum clima pesado. - Na verdade não sei Amby. Tá tudo tão.. Não sei nem o que dizer.
- Tudo bem. - Amberly diz - Eu já entendo. Tenho um tempo agora, que bom que ligou. Eu sei que tem algo errado. Quer falar sobre?
Comento com ela sobre os arquivos secretos que Leonard guardava nos cofres. Todas as informações, dados, tudo.
- Deve estar entendendo tudo agora.
- Desde o começo. Da minha história, tudo. - encosto na cabeceira, dobro as pernas e apoio meu braço nos joelhos.
- Queria estar ai pra te ajudar. - um silêncio se espalha por uns segundos. Sei que quando acontece é porque Amberly está procurando as palavras certas pra dizer. - Quando voltar, nós vamos descansar. Prometo.
- Eu sei. - dou um sorriso leve - Você precisa de alguma ajuda ai?
- Não. - Amberly responde - Não é tão ruim quanto aí. Tenho certeza. Acho que não dá pra me ajudar agora, mas obrigada por se importar. É.. - Amberly faz uma breve pausa - Complicado.
- Não precisa me dar explicações - digo - Eu entendo.
- Eu penso em você a todo o momento.
Sou tão boba apaixonada que sempre que Amberly diz algo fofo, que são raras às vezes por ser meio bruta demais, meu coração acelera e desejo que esse momento nunca acabe.
- Eu também. - sorrio - Sinto falta de você.
- Ficaria brava senão sentisse. - Amberly ri e a acompanho - Estou com saudade também. É bom ouvir sua voz, me anima.
- Digo o mesmo. - dou um sorriso leve - Só você pra me fazer parar de chorar.
- Posso perguntar por quê?
- Descobri umas coisas. Quando voltar eu conto. Não vou te encher com isso agora.
Resolvo mandar a foto do diário de Leonard. Um diário muito bonito por sinal. Capaz marrom vintage com uma cordinha pra prender a capa. Às folhas já estão mais amareladas pelo tempo, mas ainda sim bem preservado.
- Tem tudo aqui. - Digo - Desde quando ele fundou a organização até antes de morrer.
- Pelo visto conseguiu tudo o que queria. - Amberly responde. - Não suspeita da sua mãe?
- Ainda estamos vendo isso. Pelos arquivos, Megan se casou com Leonard antes da organização ser fundada. Metade dos bens são dela. - faço uma breve pausa. - Mas as transações estão paradas por enquanto.
Peter ficou responsável por ler os arquivos da minha mãe. Nada que realmente interessasse. Apenas os 50% dos bens que Leonard tinha. Resumindo, metade da organização é dela. Leonard não tinha nenhum de nós, herdeiros, em mente pra ficar com a organização depois de sua morte. Não era esse seu plano, tenho certeza. Então, o que nos intriga é o que Megan fará com sua parte da organização. Desde 1997 mesmo tendo parte, pelos arquivos, Megan nunca movimentou nada relacionado a ela nem mesmo agora com a morte do ex-marido.
- Eu vou voltar o mais rápido que puder. - Amberly diz depois de um tempo de conversa.
- Tá bom. Não se preocupe.
- Na verdade eu vou me preocupar. Então me ligue sempre que puder. E tenta não se colocar em encrenca, por favor.
- Pode deixar. Você também.
Andrew, irmão de Amberly, aparece ao fundo chamando por ela. Acabamos encerrando a ligação pra deixa-la resolver seus assuntos.
.
Peter disse que Débora ligou avisando que Joe não retornou ainda para o abrigo. Matt acabou pedindo pra Tyler rastrear o celular já que se passou um bom tempo que ele mandou a mensagem.
- Achou algo? - pergunto me apoiando no ombro de Tyler observando o computador.
- Ainda não. - ele responde respirando fundo.
- Usa sua mágica. - pisco para Tyler fazendo-o dar uma risada gostosa.
- Quem dera. - ele responde olhando a tela do notebook - Queria ser um Doctor Strange agora.
Resolveria tudo com certeza. Matt e eu guardamos todos os arquivos que ele prometeu arquivar no seu escritório. Deixei apenas o diário comigo na esperança de algum dia terminar de ler essa porcaria.
Como já passam das seis da noite uso todos os meus dotes culinários para pegar o telefone e pedir comida japonesa pra nós comermos. Não precisaria se Peter não tivesse comido toda a pizza do almoço. Meu estômago é uma máquina de barulho de tanta fome que estou sentindo.
Nosso jantar chegou rápido e paramos pra comer. Sempre gostei de comida japonesa, mas porque meu pai me obrigou a comer uma vez. Achava nojento até que um dia ele enfiou um sushi todo na minha boca. Foi minha perdição, de lá pra cá, comia sempre que podia.
Nos primeiros meses que trabalhei pra Leonard, principalmente depois que engravidei, sempre balanceei minha dieta. Deixei de comer muito doce, lanche, comida de restaurante, sempre optando por algo mais caseiro. No fim acabava comendo mais salada e arroz branco. De vem em quando uma carne pra acompanhar. O médico que fazia meu pré-natal no abrigo queria me matar por isso.
Flashback
Entrei no oitavo mês de gravidez. A bebê é tão agitada que minhas costelas vivem doloridas. Constantemente preciso ficar acariciando os lados da barriga a fim de tentar fazer ela se acalmar. Parece que às vezes funciona e às vezes piora.
Pra ajudar a me arrebentar mais as contrações de Braxton começaram. Sei do nome porque li vários livros de gestação até a chegada do parto. Tenho azia constantemente me fazendo perder um pouco o apetite.
- Não vai comer? - coloco a mão na barriga sentindo-a chutar assim que ouve a voz do Joe. - Prometo calar a boca agora.
- Não precisa - dou uma risada fraca - Não, obrigada. Já comi.
Estamos na noite de natal. Débora organizou uma festinha para o pessoal do abrigo. Ao contrário de uma ceia mais séria, por assim dizer, temos dança a noite toda envolta da lareira.
Flashback
- Consegui. - Tyler diz e o olhamos.
- Onde? - Matt pergunta.
- Estranho. - Tyler diz e franzo minha testa - Ele tá na sua casa, Mel. Parado, simplesmente.
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SURVIVE - 2 TEMPORADA (CONCLUÍDO)
Fanfiction𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 𝐎𝐒 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓Ã𝐎 𝐑𝐄𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐃𝐎𝐒. 𝐏𝐋Á𝐆𝐈𝐎 É 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄! 𝖠𝗀𝗈𝗋𝖺, 𝗇𝖾𝗌𝗌𝖺 𝗌𝖾𝗀𝗎𝗇𝖽𝖺 𝗍𝖾𝗆𝗉𝗈𝗋𝖺𝖽𝖺, 𝖼𝗈𝗆 𝖺 𝗃𝗎𝗌𝗍𝗂ç𝖺 𝗉𝖾𝗌𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖾𝗆 𝗌𝗎𝖺𝗌 𝖼𝗈𝗌𝗍𝖺𝗌, 𝖠𝗆𝖾𝗅𝗂𝖾...