Um Amor Por Testamento

Uma perda irreparável

PONTO DE VISTA DA EVANGELINE

Aconteceu a única coisa que eu não poderia suportar. novamente estou sozinha. Saber que o meu pai não voltaria para casa, saber que independente de quão bem ele me deixasse financeiramente eu estaria de novo sem um lar ou uma família. Eu chorei copiosamente assim que a noticia foi divulgada, mas em algum momento eu apenas me levantei 

e comecei a gritar e chorar olhando para o quadro na sala principal daquele mausoléu que a algumas horas eu chamava de lar

VOCÊ PROMETEU QUE EU NUNCA MAIS FICARIA SOZINHA, PROMETEU NÃO ME ABANDONAR! EU DISSE PARA NÃO ME ADOTAR, POR QUE AGORA EU TE AMO E DE NOVO ESTOU ORFÃ. POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO PAI, POR QUE ME DEIXOU AQUI. EU QUERIA TER MORRIDO COM VOCÊ.  Declarei aos berros o que me destruía pedaço a pedaço

 Carter havia chegado e eu nem mesmo lhe vi em meu rompante de tristeza, só soube que ele estava lá no momento em  que ele me abraçou, não dissemos nada, apenas me deixou chorar e chorou comigo até que seus pais também destruídos chegassem e minha tia enfim me tirou dos seus braços e de alguma forma eu me senti ainda mais abandonada longe daquele abraço.

- querida vou pedir ao George um copo de água com açúcar para você, Anton não gostaria de ver você desse jeito. Minha tia disse gentil com os olhos vermelhos e seu marido apenas seguiu para cozinha sem dizer nada. Eu sabia que ele e Anton eram amigos aquela perda não estava fácil para nenhuma das pessoas naquela casa. Mas eu respondi a minha tia de modo um pouco acido. 

- então ele não devia me deixar sozinha de novo! Foi a primeira vez que eu tive uma família e agora eu não tenho nem mesmo o orfanato para onde voltar, eu não tenho nada sem o Anton. falei ainda chorando sem parar

Eu via pelo canto do olho que Carter por um segundo voltou ao pensamento normal de que sou uma golpista, mas eu não estava nem ai para o que ele pensava de mim e agora sem o Anton eu não tinha nada a perder e se ele fosse desaforado comigo eu seria com ele também.

- Querida não é assim ele não a deixaria desamparada o testamento dele com certeza... Eu cortei o que minha tia estava falando 

- Não estou falando disso. Eu não ligo para o dinheiro dele por mim podem ficar com tudo e me jogar na rua e eu não ligaria eu só tive dois lares na vida as Freira do orfanato onde cresci e Anton agora eu não tenho mais nada. Eu disse inconsolável em meio aos choros e soluços.

- Anton não a deixou sozinha, estivemos aqui em todos os seus momentos importantes desde que você chegou a essa família e vamos estar em todos os outros que houver na sua vida, minha sobrinha linda. Não foi apenas o meu irmão que te adotou toda nossa família fez isso. Sei que esta sofrendo, mas sempre terá meu colo para chorar.

- E agora que Anton não está mais com a gente. Espero que possa me ver como um pai  também, Carter esta de prova que consigo ser bom nisso.

- Você é o melhor pai do mundo! Ele disse o abraçando depois de me darem o copo de agua com açúcar que eu virei garganta abaixo o mais rápido que pude. Novamente eu voltei a chorar por que não o melhor pai do mundo era o meu e ele havia acabado de me deixar. Eu os deixei na sala e corri para o meu quarto ainda aos prantos.

Todos haviam dormido na mansão para o velório no dia seguinte, mas eu não dormi.

 E quando o  dia seguinte enfim chegou eu era apenas uma sombra de mim mesma. Eu não chorava mais, por que sinceramente não havia mais lagrimas para que eu pudesse derramar. Eu tinha certeza de que também não sorriria de novo nunca mais, eu estava apática sobre tudo e todos. Os colegas de trabalho do meu pai, meus amigos, não reparei em nada e nem ninguém.