Não te conheço mais

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Fiquei praticamente um minuto tentando raciocinar o que ela tinha me pedido.

⎯ Eu?

Que pergunta mais estúpida. Era óbvio que ela estava se referindo a mim. O único problema era que minha mente não estava acompanhando as palavras direito.

⎯ Sim, querida. ⎯ Ela continuou. ⎯ Você toca tão bem que eu não podia deixar de pedir isso para você.

⎯ Então quer dizer que você toca aquele violino? ⎯ Cha Eunwoo perguntou, mas ignorei sua pergunta. Não era como se ele não tivesse visto eu trazendo o violino quando cheguei.

⎯ Eu fico muito grata por achar que toco bem. ⎯ Eu disse para Si-a com a voz baixa e envergonhada. ⎯ Se acha que devo fazer isso, ficarei muito feliz em tocar no seu casamento.

⎯ Todos aqui sabem do seu talento Ye-jin.

⎯ Eu não sei. ⎯ Cha Eunwoo se intrometeu mais uma vez. ⎯ Por que não toca agora pra gente ouvir? Realmente tem esse talento todo que minha tia está falando?

Ele tinha um sorrisinho debochado nos lábios. Eunwoo estava tentando me provocar assim como sempre fazia. Parecia até que eu tinha voltado no tempo para está presenciando uma cena como aquela.

⎯ Desculpe. ⎯ Falei com ainda mais sarcasmo. ⎯ Meus dedos estão muito doloridos para tocar agora.

⎯ Não era pra menos. ⎯ San-ha disse sorrindo e o sorrisinho de Eunwoo sumiu. ⎯ Você passou o dia inteiro praticando.

⎯ Ainda está treinando para aquela campanha beneficente, Yejin? ⎯ Jin-ah perguntou com bastante interesse.

⎯ Sim. ⎯ Respondi. ⎯ Estou dedicando todo o meu tempo à isso.

⎯ A boa e humilde Yejin ainda está aqui.

Cha Eunwoo disse sem olhar para o meu rosto porque tinha certeza que passou dos limites. Se ele queria atenção tinha acabado de conseguir porque todos na mesa olharam para ele.

⎯ E podemos ir também para essa campanha beneficente? ⎯ Perguntou Emma pela primeira vez naquela noite.

⎯ Claro. Está aberto para qualquer pessoa que queira assistir.

⎯ Não iremos perder por nada. ⎯ Disse Jin-ah marcando suas presença. ⎯ Além disso, será no orfanato.

⎯ Orfanato? ⎯ Emma questionou parecendo um pouco confusa.

⎯ É o orfanato onde eu morava... Antes. ⎯ Respondi sem nenhum problema. Não era segredo pra ninguém que fui adotada.

Emma assentiu como se entendesse, mas ficou calada sem comentar mais nada. Senti que ela ficou envergonhada quando entendeu sobre o orfanato.

Quando aquele jantar finalmente terminou, fui para o lado de fora com San-ha para me despedir.

⎯ Tem certeza que não quer que eu deixe você em casa? ⎯ Perguntei para ele.

⎯ Você deve está casada e também eu tenho ótimas pernas para ir andando. ⎯ San-ha começou a desfilar na minha frente e não pude aguentar o riso.

Mas depois de fazer graça, ele parou um pouco e senti que ele queria falar mais alguma coisa. Algo que eu realmente já sabia do que se tratava.

⎯ Não sabia que ele tinha voltado.

⎯ Acredite! Estou tão surpresa quanto você.

San-ha sorriu e acenou para mim enquanto andava para a saída.

⎯ Nós vemos amanhã.

Fiz que sim e ele foi embora me deixando sozinha.

Bem, não tão sozinha assim...

⎯ Vocês ainda são bem próximos. ⎯ Cha Eunwoo estava de braços curzados ao lado da porta principal. Que falta de educação da parte dele está escutando toda minha conversa.

⎯ E o que você tem a ver com isso? ⎯ Cruzei os braços também e fiz a mesma expressão de quando cheguei em casa mais cedo.

⎯ Calma aí garotinha, estou apenas conversando.

Garotinha?

⎯ Estou muito cansada pra convesar.

"Ainda mais se for com você"

Ele ficou em silêncio me encarando como se tivesse alguma coisa errada comigo. Mas a única coisa que tinha de errado era aquilo está acontecendo.

⎯ Sobre o que estão conversando? ⎯ Emma apareceu também, fechando a porta atrás de si.

⎯ Nada. ⎯ Eunwoo e eu respondemos ao mesmo tempo de uma forma tão rápida que parecia até que estávamos escondendo alguma coisa.

⎯ Com licença. ⎯ Eu disse. ⎯ Estou de saída.

Abri a porta novamente e fui para o quarto pisando com força no chão. Não era possível que ele ainda quisesse se meter nos meus assuntos depois de tanto tempo.

JUVENTUDE: Algum Lugar Que Só Nós ConhecemosOnde histórias criam vida. Descubra agora