Toda a história que haviam me contado não passava de uma mentira. A criança na foto era eu. Tinha que ser eu.
Eu estava perdida, sem caminho, sem ideias. Depois do que vi, percebi que sempre vivi em uma mentira. Sempre achei que fui abandona porque não fui o que meus pais esperavam. Era isso que a Sra. Choi dizia e como uma criança boba, acreditei em tudo.
Sra. Choi era uma mentirosa e também uma manipuladora das boas. Ela me conhecia esse tempo todo já que estava na minha casa. Minha mãe também parecia conhecê-la, pois pediu que ela cuidasse de mim. Mas, ela não deveria conhecer bem a pessoa horrível que Sra. Choi era.
Então, e agora? O que aconteceu com a minha mãe? Por que fui morar em um orfanato e esqueci dela? Por que Sra. Choi era a diretora do orfanato?
Voltei para casa depois de conversar um pouco com Eui-Ju. Ela disse que não contaria nada à ninguém ⎯ Nem mesmo Si-a ⎯ porque era eu quem deveria fazer o que achasse melhor. Embora eu não soubesse o que fazer, gostei da atitude dela.
Eu precisava descobrir que tipo de relação eu tinha com Choi, porém, não sabia como fazer isso. Achei que descobrindo meu passado, meus problemas estavam resolvidos. Achei que estava livre, mas minhas únicas resposta talvez estivessem naquele orfanato e eu precisava voltar para descobrir. Precisava acabar com isso de uma vez por todas.
Quando toquei a maçaneta da porta principal para entrar em casa, estava fechada. Isso significava que Jin-ah ou Si-a não estavam, mas também siginificava que não era todas as portas que estavam fechadas. Portanto, fui para a porta dos fundos e parei de andar abruptamente quando vi Eunwoo jogando basquete no jardim do quintal. As muitas plantas que Jin-ah esteve plantando com certeza estavam todas mortas, porém ao observá-lo por mais um tempo, percebi o qual bom ele era já que a bola sempre passava pela cesta sem dificuldade.
A quadra que Cha Eunwoo jogava basquete quando tínhamos 19 anos ainda estava lá intacta no jardim do quintal. Mesmo que ele tenha ido embora, Jin-ah fez questão de preservá-la. Acho que ela acreditava que ele fosse voltar. Eu também acreditava...
Sentei-me na mesma mesa que fazia minha lição de casa no passado. Era pra lá onde eu sempre ia quando precisava respirar melhor ou pensar. Eu estava precisando realmente disso naquela hora. Pensar.
Cha Eunwoo me viu e a bola não passou pela cesta dequela vez. Ele não pareceu se importar já veio correndo até mim sorrindo.
⎯ Como foi no seu compromisso? ⎯ Ele perguntou e senti um tom de sarcasmo na sua voz. Ele nunca parava.
Respirei fundo antes de responder:
⎯ Bem... ⎯ Tentei explicar sem olhar para ele. Apenas encarava meus tênis brancos que já não estavam mais tão limpos assim. ⎯ Foi bem...
⎯ Está tudo bem? ⎯ Ele puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado. ⎯ Problemas de mulher?
Seria ótimo se fosse apenas um problema de mulher.
⎯ Você ainda é bom. ⎯ Mudei de assunto, pois que meu assunto não deveria entrar em questão naquela hora. ⎯ Quero dizer... no basquete.
⎯ Você acha? ⎯ Ele olhou para a bola parada na quadra e senti uma pequena chama de esperança no seu olhar. ⎯ Minha mãe acha que não.
"Mãe"
Essa palavra passou de novo nos meus pensamentos. Me peguei pensando se minha mãe sentiria orgulho de mim por eu ser uma violinista. Ela preferiria que eu fosse uma médica, ou uma engenheira? Eu não queria ter essa dúvida. Queria que ela tivesse por perto para responder. Não que a resposta importasse muito já que eu não deixaria de fazer música. Isso me fazia feliz, então não tinha motivos para parar.
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JUVENTUDE: Algum Lugar Que Só Nós Conhecemos
RomancePart. 2 Escolher o que ser no futuro não é das coisas mais fáceis, principalmente com tantas opções. No entanto, Ye-Jin tinha certeza de que a música deveria fazer parte de sua vida. Aos 22 anos, Ye-Jin se viu em uma fase perfeita de sua vida, onde...