Capítulo 27

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20:0029 de NovembroEm casa, Alfabarra II - Barra da Tijuca, RJ

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20:00
29 de Novembro
Em casa, Alfabarra II - Barra da Tijuca, RJ

MAJU POV

- Então viaja de avião, mó princesa, mó pressão! - Cantarolei enquanto calçava o salto.

Um domingou menos minha cara, e mais cara de mulher dos negócios. Sair pra jantar com a Dhiovanna.

Aproveitar minha magrela enquanto ela ainda não vai pra Santos. O natal ja esta batendo na porta. Tô de calça com uns tons de laranja, na real. Toda de laranja. Minha mãe com certeza amaria esse look.

Hoje a gente vai jantar no Babbo Osteria, noite de frutos do mar.

Quando terminei a produção, peguei minha bolsa e a chave do carro no divã do meu quarto. Tenho que aprender a deixar essa chave guardada, já perdi incontáveis vezes.

Entrei no elevador e desci para a garagem. Mandei mensagem pra Dhio avisando que já estava indo buscá-la e ela me avisou que já havia chamado o uber.

Menos mal! Evito contato com o irmão dela.

Depois daquela conversa embriagada com o traste do Gabriel a última coisa que eu quero é vê-lo, até na televisão eu quero evitar. Só de ouvir falar nele, ou lembrar dele, me dá raiva. Mais raiva ainda de mim.

Ele merece um gelo, na real, ele merece nunca mais me ver, é o que eu estou tentando fazer.

Depois que eu o deixei falando sozinho fui pra pista, fiquei um tempo virando tequila, 3 pra ser exata, e depois voltei para onde estava. Expliquei por cima o que ocorreu para as meninas, que me ligaram desesperadas, e curti minha noite. Que por incrível que parece foi muito bom.

Lucas veio me trazer em casa, rolou mais alguns beijos, mas ele não quis subir. O que foi melhor, por que vomitei tudo que bebi quando entrei no quarto.

Desci do carro e entreguei a chave do ao manobrista.

Entrei no local procurando-a com os olhos, quando peguei o celular para mandar mensagem, vi de relance ela sentadinha no fundo com o celular na cara.

- Tá acompanhada? - Falei por trás, no ouvido ela virou, e assim que me viu rimos.

- Agora com a melhor companhia. - Puxei a cadeira da frente e sentei, o garçom prontamente veio até a mesa com duas cartelas de vinhos e o cardapio, fizemos o pedido e ficamos conversando.

- Hum, - bebericou - Você nem sabe, ignora a parte que te machuca mas você sabe que eu sempre te conto tudo isso pra você abrir os olhos e fazer pior com ele - Lá vem bomba. Revirei os olhos. - Acordei hoje com uma gritaria, minha mãe xingando o Gabriel, por que ele levou uma mulher lá pra casa, ela viu a garota saindo do quarto com ele.

- Quem era?

- Aí que fica bom, Maju o nome dela. Maju Mazalli. - Silêncio

- Ontem, a gente saiu a noite, eu com as meninas e ele com os amigos, como Rio de Janeiro só tem uma balada, o óbvio aconteceu, ele me viu lá com outra pessoa. - Ela riu. - Surtou - falamos juntas.

- Caralho, Gabriel só faz merda. Quando a gente foi te buscar lá pra o almoço, minha mãe foi o caminho inteiro apertando ele. Aí Maju, deixa o Gabriel quebrar a cara, ele merece. - Franziu as sombrancelhas enquanto falava. É notório o quanto a Dhiovanna odeia ver o irmão com outras mulheres.

- Eu tô tentando, agora eu realmente quero.

- Deixa ele sentir tua falta, a gente sabe que é ele que corre atrás, deixa ele correr mais, faz esse homem implorar de joelhos, não fica com pena não, vive tua vida, ele tem que entender que você não é posse.

- Que decadência, ouvindo conselho da irmã do meu ex ficante - Ela gargalhou.

O resto da noite foi muito agradável, amo passar meu tempo com a Dhio, o astral dela é surreal.

O jantar foi leve, a gente tem um gosto bem parecido de comida, sempre acertamos onde comer.
Na hora de pagar como sempre Dhiovanna quis intervir, mas depois de passar 3 minutos implorando, conseguir fazê-la rachar a conta.

- Vai rolar um encontro com uns amigos meus lá na Vitrinni, vamo - Desligou o celular e me olhou esperando umas resposta.

- Ai amiga, hoje não, so quero cama. - Fiz biquinho. - Vamo, eu te deixo la.

Levantamos da mesa e no caminho até o carro ela insistiu mais um pouco.

- Essa roupa não rola, e infelizmente amanhã cedo tenho compromisso. -Abri a porta do carro, e sentei no banco, ela fez o mesmo. - Vou fazer o retorno e te deixar lá, ou você vai pra casa de alguém?

-Vou ficar por lá mesmo - Colocou uma música e fez um mini vídeo comigo no volante.

Jamais me imaginei dirigindo esse Rio de Janeiro todinho, vamos galera, mulheres.

Deixei a Dhio na porta da Casa de show e quando fui sair recebi uma mensagem da Marilia me chamando pra uma noite de jogos na casa dela. Sinto muito amiga, mas não.

Parti pra minha casinha. Amanhã eu tenho que ir em um escritório de Arquitetura para uma entrevista de estágio logo cedo, e depois ainda tenho aula.


TERÇA-FEIRA

A mais nova estagiaria de arquitetura da RAF no Rio de Janeiro agora é a Majuzinha de vocês, esperei tanto por esse momento.

AAAAAAAAAAAAA!!

Ontem a noite mesmo eu recebi um e-mail falando sobre meu desempenho e as minhas notas na faculdade, e logo embaixo a minha admissao no estágio. Fiz chamada de vídeo com meus pais, não sei quem chorou mais, meu pai, ou minha mãe.

Acordei cedo e animada, tomei meu cafe, peguei minha bolsa e fui direto pra garagem, o escritório fica no Botafogo, e da Tijuca até lá são alguns quilômetros, coloquei o endereço no GPS e fui.

A manhã como sempre muito linda, céu azulzinho, no som do carro tocava Numanice bem baixinho, Lud amassou nesse álbum, os covers então, sem base.

- Toodo lugar que ela mora, mandam ela embora, com razaaao - Cantarolei um pouco enquanto estava parada no sinal vermelho.

Ouvi o meu celular tocando encima da bolsa no banco de carona, peguei de relance e vi o contato de Gabriel na tela. Revirei os olhos.

Tocou mais uma vez, e a minha vontade era de jogar o celular pela janela do carro. Abaixei o botaozinho na lateral, deixando o mesmo no silencioso.

10 minutos depois, cheguei ao local. Graças a Deus aqui tem estacionamento, desci do carro e peguei a bolsa.

Antes de entrar, ainda no estacionamento em frente ao elevador, desbloqueei o celular e mandei mensagem aos meus pais e no grupo com as meninas avisando que havia chegado e mais tarde daria notícias.

E esses poucos minutos online foram o suficiente para o Gabriel me mandar mensagens, como: "sei que esta online" "me responde." "Maju, a gente precisa conversar."

Bloqueei o celular e pus no bolso. Arrumei os pés no salto e entrei no elevador.

Camisa 10 - Gabriel BarboraOnde histórias criam vida. Descubra agora