Quando Você Sorri

Capítulo 41 - Indo de Encontro ao Perigo

Samantha andava de um lado para o outro no quarto pensando, tentando encontrar um jeito de fugir daquele lugar. Mas a porta estava trancada, a varanda dava para um penhasco, a casa estava vigiada... Oh meu Deus! Eu não consigo pensar em nada! Droga!

Ela respirou fundo e começou a pensar... Harry estava muito estranho, parecia muito preocupado com alguma coisa, e estava nervoso, agitado... Será que alguma coisa havia dado errado? E o Delegado Kinsey? Velho canalha... Por isso ele não se preocupou em fazer alguma coisa contra Harry quando ela foi até à polícia e quando o carro de Tanner explodiu... Ela respirou fundo mais uma vez tentando se acalmar e olhou para fora, para aquele penhasco gigantesco e lindo, mas assustador...

Samantha começou a sentir-se cansada e deitou-se na cama. Ela ficou olhando para o teto enquanto acariciava a sua barriga. Deve haver um jeito de escapar dali, algum momento que a vigilância falhe... Aliás, havia quantos capangas vigiando a casa? E além de Harry e Kinsey, haveria mais alguém? Ela suspirou desanimada. Mas de que adianta saber de tudo isso? Vou fugir para onde? Ela nem fazia ideia de onde estava... Em meio aos pensamentos Samantha adormeceu, vencida pelo cansaço e pelo estresse dos últimos acontecimentos.

Samantha ouviu barulho de tiros e gritaria no andar térreo da casa, levantou-se da cama e caminhou até à porta, encostando o ouvido nela. Havia muitas vozes discutindo, gritos de "atirem", "recuar", "mexam-se, mexam-se"... Será que era a polícia? Samantha estava começando a ter esperanças de que as escutas ajudaram Lucca a encontrá-la e ele havia providenciado um resgate... Tudo iria acabar bem.

- Oh, bebê... Logo vamos estar com o papai! - Ela sorriu.

Samantha estava quase cantarolando, de tão feliz que estava. Ela caminhou até à varanda, mas não conseguiu ver nada de lá, apenas o penhasco. Mas... Engraçado... O penhasco parece diferente... Eu não me lembro daquela pedra em formato de cabeça...

Os seus pensamentos foram interrompidos por barulho de passos no corredor e alguém destrancando a porta. O seu coração começou a bater forte e disparou assustado quando viu o Delegado Kinsey sorrindo de forma maldosa.

- Uma tentativa de resgate mal sucedida... - Ele ria triunfante.

- Do que você está falando? - Samantha perguntou, mas não tinha certeza se queria ouvir a resposta.

- O seu Príncipe Encantado tentou um resgaste... Mas não obteve sucesso... - Ele riu e abriu espaço para Harry, que estava armado e trazia Tanner com as mãos amarradas às costas. O rosto de Tanner estava machucado e havia sangue no canto de sua boca.

- Sam! - Tanner disse o seu nome como se estivesse aliviado em vê-la viva.

- Cale essa boca! - Harry o golpeou e o fez cair de joelhos ao chão.

- Deixe-o em paz, Harry! - Samantha gritou - Você já tem a mim! Eu prometo que vou com você para onde quiser ir, mas deixe Tanner em paz!

- Agora é muito tarde para isso, Sam... Se eu o soltar, ele vai nos perseguir até te encontrar... E o que é pior... Ele conhece todo o esquema da minha quadrilha...

- Não... Eu o faço prometer a não falar e a não seguir a gente...

- Eu sinto muito, Sam - Harry apontou a arma para a cabeça de Tanner - Mas eu acho que ele não é do tipo que desiste de algo tão fácil assim...

- Harry, por favor - Samantha estava chorando - Se você sente um pouco de amor por mim, deixe-o ir... Por favor, Harry...

- Amor por você? - Harry soltou uma gargalhada assustadora - Você é só uma diversão para mim, sua vadia...

- Harry...

- E pare de choramingar! - Ele deu um sorriso maquiavélico para Samantha, que sentiu um frio percorrer a sua espinha - Vamos acabar logo com isso! Diga adeus ao seu "verdadeiro amor" - Harry disse ironicamente estas duas palavras e, com um enorme sorriso no rosto, atirou.