Capítulo 43 - Nada a perder

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OIIIIIIII PESSOAL
Cheguei com o capítulo

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- Mais rápido - rosnou Darnley.

Ele andava a passos largos pelo chão molhado da floresta, puxando o braço de Mary sem nenhuma delicadeza. A médica tentava acompanhar seu ritmo, mas o cansaço associado a todos os sentimentos das últimas horas e à chuva que caia faziam seus pés tropeçarem.

Os dois haviam saído do barracão junto com Leeza e Antoine e seguiram de carro até o local onde o helicóptero os esperaria. No entanto, um bloqueio na estrada os fez parar. Embora a chuva caísse, todos os carros a sua frente estavam sendo revistados e eles sabiam que não poderiam ficar ali.

Naquela altura, todos os policiais do país deveriam ter a foto de Mary. Isso os levou a uma decisão impulsiva. Darnley aproveitou a parada para descer com Mary e a arrastar para a estrada enquanto Antoine acelerou o carro para tentar fugir por outro caminho.

A polícia, é claro, foi atrás deles, mas Antoine tinham uma certa vantagem.  Do outro lado, Darnley começou a puxar Mary para longe dali. Depois de poucos minutos, já estavam encharcados e os pés de Mary escorregavam nas folhas molhadas ou ela acabava tropeçando nos galhos. Isso foi deixando Darnley mais irritado e ele a puxava com cada vez mais força.

Ele sabia que estava ferrado, mas tinha esperança de que se seguisse a trilha da floresta, chegasse ao local esperado. Se isso não acontecesse, ele iria usar o plano B. Em sua mochila havia uma quantia considerável de dinheiro e também as identidades falsas para ele e Mary. Ele daria um jeito de fugir com ela, não importava o que teria que fazer para isso.

Enquanto tentava se equilibrar e manter as pernas se mexendo de maneira ágil, Mary também tentava manter sua mente calma. Ela precisava ficar assim para poder pensar de forma clara para que pudesse fugir. Estando sozinha com Darnley, isso se tornava uma tarefa um pouco mais simples, mas não menos arriscada. Embora a presença dele ainda despertasse sensações negativas em seu corpo, a médica sabia que precisava lutar contra isso. Ela não queria mais ser a garotinha assustada perto dele, não podia mais deixar que ele tivesse qualquer efeito sobre ela. Estava na hora de acabar com tudo aquilo, só precisava pensar em como fazer isso.

- Espera um pouco - ela pediu, ofegante.

- Você vai poder descansar quando estivermos longe daqui - ele respondeu, puxando-a ainda mais.

Eles andaram por mais alguns metros. A chuva tornava a caminhada ainda mais difícil e as roupas começavam a pesar por estarem encharcadas. O chão era irregular e os vários galhos caídos e as raízes das árvores eram como armadilhas que eles tinham que desviar. Porém, estavam cansados e não estavam tão ágeis como no início. Com isso, Mary acabou tropeçando novamente e, dessa vez, acabou caindo no chão.

- Olhe por onde anda - ralhou Darnley.

Ele se aproximou dela, puxando-a para cima e Mary fez uma careta quando precisou apoiar o pé no chão.

- Acho que torci o tornozelo - falou.

Darnley praguejou, passando a mão pelo cabelo escuro. 

- Se isso for um truque - avisou.

- Não é - ela choramingou, tentando apoiar o pé no chão.

Ao ver que ela realmente estava com dor, Darnley soltou um palavrão e passou o braço pela cintura dela, para que ela o usasse de apoio. Depois, começou a andar novamente, mas o ritmo deles já não era o mesmo. Ele percebeu que a cada passada, Mary tentava controlar a careta de dor e era possível perceber seus olhos marejados. Praguejou mentalmente mais uma vez, mas continuou em seu caminho. Quando estivessem no destino, ele cuidaria dela. Talvez isso até os ajudasse a voltar aos velhos tempos. 

My Sweet Heart | Reign [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora