Devido ao pouco tempo que tinham, Francis e Mary decidiram comer em um dos food trucks que ficavam na frente do hospital. Fizeram os pedidos e Francis se surpreendeu com o tamanho do sanduíche de Mary.
- Eu vou entrar em um plantão cirúrgico de oito horas - ela deu de ombros.
Francis riu e se concentrou em comer a salada que havia pedido, deixando que Mary comesse a vontade já que teria que voltar ao trabalho logo. O silêncio não entre eles era um tanto desconfortável. Ambos tinham coisas a falar, mas nenhum deles sabia bem como fazer isso.
- Olha, Francis - começou ela, depois de hesitar bastante - eu sei que o que aconteceu ontem foi estranho.
- Para dizer o mínimo - ele suspirou.
Ele não queria se sentir assim, mas lembrar de como Henry Darnley agiu na noite anterior o deixava irritado. Sua presença no apartamento de Mary simplesmente fora ignorada pelo homem que tentava falar com a médica como se não tivessem se passado vários anos.
Mary concordou com ele. Ela mexia nos dedos de forma nervosa enquanto pensava em uma maneira de continuar o diálogo. Francis percebeu o nervosismo dela e foi levado a pensar em toda sua reação desde o aparecimento de Darnley. Mary pareceu surpresa no início e, depois, mesmo agindo com firmeza, era possível notar seu nervosismo que ficou completamente evidente quando ela se trancou no quarto. Aquilo havia sido uma reação estranha, mas que poderia muito bem significar que ela ainda gostava do ex-noivo e sua volta poderia ter acendido esses sentimentos. Porém, o que o deixava mais intrigado era o comentário sobre James ter pagado para o homem abandonar a irmã no altar, isso abria margem para muitas teorias, principalmente por Mary revelar que já sabia disso e achar que isso tinha sido uma boa coisa.
- Eu não vou negar que queria que você confiasse em mim para se abrir - disse ele, tentando ser o mais solidário possível - mas eu estou vendo o quanto isso está te afetando e tudo bem se não estiver pronta para falar.
Com milhões de teorias se formando em sua mente, Francis queria que Mary fosse sincera e se abrisse, mas as palavras de Sebastian da noite anterior lhe trouxeram para a realidade da médica. Talvez ela não estivesse pronta para falar e isso só podia significar que aquilo não era simplesmente uma paixão sendo reacesa. Com certeza a história era muito mais complicada e não era algo fácil de se falar, ainda mais sentados em uma mesa de um food truck terminando uma refeição antes de voltar ao trabalho.
- Podemos não ter um relacionamento de verdade, mas somos amigos - ele sorriu, embora não gostasse nem um pouco de falar sobre o relacionamento que não tinham - quando estiver pronta para falar, estarei aqui para ouvir.
Ele pegou a mão dela por cima da mesa, envolvendo-a com ternura. Mary observou o gesto e sorriu, acenando com a cabeça enquanto agradecia pela compreensão.
O celular de Mary que estava sobre a mesa começou a vibrar ao receber mensagens simultâneas. Um enorme aviso piscante vermelho preencheu a tela. Aquele era o sistema do hospital para se comunicar com os médicos, eles recebiam os avisos em seus dispositivos, mas aquele alerta vermelho nunca era um bom sinal.
- Isso não é bom - declarou Mary, preocupada.
Por sorte, os dois já haviam comido boa parte de seu almoço. Eles andaram depressa em direção à entrada da emergência, encontrando a enfermeira Sarah e Elizabeth logo na passagem da sala de espera para dentro do pronto socorro.
- O que aconteceu? - indagou Mary, percebendo a aflição delas.
- Um cara abriu fogo com um rifle automático no parque - respondeu Sarah - são muitas vítimas, mesmo dividindo com os outros hospitais ainda vamos receber muitas pessoas.
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My Sweet Heart | Reign [Concluída]
Hayran KurguMary Stuart sempre se dedicou em sua carreira como médica para conseguir assumir o hospital de sua família, já que sua mãe e seu irmão nunca demonstraram interesse pela área. Porém, após a morte de seu avô, que já estava doente e afastado do hospit...