Niki - Enhypen (+16) pt3

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"Eu respeito seja qual for sua decisão, mas nunca vou deixar de te amar." Isso o que ele disse, ficou na minha cabeça durante muitos dias. Eu pensei muito, e continuo pensando. Nishimura, por que eu te amo? Tem que ter uma justificativa pra isso, será que é uma coisa boa?

-- Aish! - gritei alto na minha própria casa, cansada. - Por que a vida me odeia?

Quebrei um prato sem querer, o derrubei da mesa, eu ia o pegar e levar até a pia pra lavar, mas eu o deixei cair. Eu.. fiquei tonta de repente, minha visão começou a sumir, e espontaneamente, caí no chão desacordada. Quando eu acordei, estava na cama, com uma toalha úmida na testa, e coberta até o pescoço. Me levantei rápido. Quem me trouxe pro meu quarto?

-- Ah, acordou. - Niki? Ele apareceu no quarto com um remédio na mão. - Eu ouvi seu grito quando passei por perto, depois ouvi alguma coisa quebrando e me assustei. Entrei sem permissão, mas eu te chamei e você não respondeu nada, fiquei muito preocupado.

-- E por que você colocou uma toalha em mim?

-- Eu medi sua temperatura, você tá com febre. - colocou um pouco do remédio numa colher, vindo em minha direção. - Toma, você vai melhorar rapidinho, logo vai estar brincando de novo. - falou sorrindo.

Tomei o remédio, me recordando de quando eu cuidava dele. Ele se machucava, eu cuidava; ele se resfriava ou ficava doente, eu cuidava, e falava exatamente isso o que ele me disse. É bom saber que nossa amizade realmente tem valor pra ele.

-- Eu sei que é ruim - riu. - Quantas vezes você já me deu esse remédio?

-- Poucas vezes, você não é tão frágil assim. - tentei desfazer minha careta. - Niki, você tá cuidando de mim mesmo depois do que eu já te disse.

-- Tá achando ruim? Eu vou embora. - apontou pra porta, depois riu soprado e veio até mim, me abraçando. - Tô brincando, eu não vou te abandonar, ainda mais doente.

Ele me faz pensar cada vez mais.

-- Não quer dormir um pouco? - perguntou. - Quando você acordar, provavelmente já vai estar melhor.

-- Mas.. e você?

-- Eu sei que não me quer na sua casa, por aquele motivo lá, então eu acho que vou embora. Mas eu passo aqui mais tarde pra ver como você está.

-- De jeito nenhum. - puxei seu braço, fazendo ele se deitar ao meu lado. - Esquece o que eu disse, pode ficar aqui em casa.

-- Aqui? Com você? Na cama? Deitados? - hesitou.

-- Nishimura, só dorme comigo. - me deitei e me cobri, automaticamente cobrindo ele também. - Boa noite.

-- Tá bom, boa noite. - sorriu, beijando minha testa.

Fechei os olhos, mas senti incômodo. Abri os olhos de novo, ele estava me encarando.

-- Que foi? - perguntou.

-- Para de me olhar, se não eu não consigo dormir.

-- Já sei, vira de costas pra mim. Ultimamente você está virando as costas pra mim direto, mas eu posso conviver com isso. - piscou.

Ignorei esse fato e me virei de costas pra ele, e num susto, senti um de seus braços me envolver pela cintura, num abraço.

-- Posso ficar assim? - perguntou delicado, suave.

-- Tudo bem. - meu nariz coçou, queria espirrar, mas passou.

Juro, esse foi o melhor cochilo que eu já tirei desde o dia que eu nasci. Dormi por umas três ou quatro horas, e quando acordei, ele ainda dormia. Eu sempre admirava o Niki dormindo, tão fofo, ainda mais de boca aberta. Só tem uma coisinha errada, eu sei que ele ronca, um pouco baixo, e ele não está roncando. Ele tá dormindo mesmo?

-- Niki? - o chamei. Nada de me atender, talvez tenha acabado de pegar no sono. - Ah, eu queria saber por que você ainda gosta de mim. - mexi em seus cabelos negros com cuidado pra não o acordar. - Como você havia dito naquela noite, isso é amor. - sorri.

Me inclinei e iria beijar seu rosto, mas ele se remexeu e ficou bem de frente pra mim, agora com a boca fechada. Eu tenho vontade de o beijar, como nos beijamos naquela noite, mas ainda não sei se isso é uma boa ideia. Será que eu devo...? Me aproximei de seu rosto, e enfim, selei meus lábios com os dele, e quando me afastei um pouco, ele abriu os olhos e sorriu.

-- Eu sabia que você ainda me amava. - se sentou.

-- Mas você... - perdi a fala. - Nishimura Riki, seu moleque! - joguei meu travesseiro nele, que riu. - Estava acordado?

-- Claro que sim, eu não podia dormir enquanto você não estava boa. - colocou sua mão na minha testa. - E parece que a febre foi embora.

-- Que bom. Mas... por que não respondeu quando te chamei?

-- Eu queria saber o que você iria fazer ou falar, e eu descobri que você também me ama. - me olhou com brilho nos olhos. - Confessa logo, para de negar.

-- Eu nunca neguei que te amo, já te expliquei isso. - cruzei os braços.

Esse menino, um assassino de dezesseis anos, mas ainda é uma criança. Ele continua me atormentando, me irritando, e... continua me apaixonando. O que ele tem de tão especial? Por que não consigo parar de pensar nele nesses últimos dias?

-- S/n? - passou a mão na frente do meu rosto, me trazendo a realidade. - Ainda tá dormindo?

-- O que foi?

-- Eu perguntei por que você me beijou. Meu charme irresistível te pegou?

-- Bobo. - o empurrei da cama, que caiu sentado. - Você sabe o motivo de eu ter te beijado, não venha se fazendo de besta.

-- Eu quero ouvir as palavras saindo da sua boca. - apoiou os cotovelos na cama, sorrindo. - Fala que me ama e que quer outro beijo?

-- Aish. - resmunguei, ele riu mais uma vez. - Niki, eu te amo... e.. quero outro beijo. - falei de uma vez.

Ele se surpreendeu, provavelmente falou aquilo só brincando. Nós dois ficamos vermelhos e tímidos, mas uma iniciativa dele mudou o clima completamente: se levantou e se aproximou de mim, me assustei e fui um pouco pra trás, me encostando na cabeceira da cama, e foi aí que eu fiquei sem saída, e ele me beijou outra vez, só que agora com desejo. O beijo não foi malicioso, mas cheio de amor, sentimentos, e paixão. Ele...

-- S/n, namora comigo, por favor - pediu. - Eu não consigo mais esperar sua decisão, eu preciso de você até o meu último dia de vida.

Não soube o que dizer ali na hora. Eu namoraria um assassino? Não um assassino qualquer, o Niki? Ele.. é uma pessoa boa, mas não é sempre, e eu queria namorar alguém de bom caráter. Só que.. o que eu sinto por ele, não sinto por mais ninguém, então eu devo... aceitar?

-- Niki, deixa eu pensar mais um pouco, só mais um pouco. - pedi.

Suspirou pesado, mas concordou. Se levantou e foi até a porta, me chamando. Descemos as escadas até a sala, ele já estava de saída, percebi assim que pegou sua jaqueta e colocou seus sapatos.

-- Eu aguardo sua resposta ansioso. - sorriu, beijando meu rosto. - Se cuida, noona.

E foi. Não acredito que ele oficialmente me pediu em namoro, e eu não acredito que não aceitei. Mas é melhor eu pensar com calma mesmo, até porque... Hm? Ele voltou? A campainha tocou, mas nada foi dito. Depois alguém bateu na porta, então estranhei.

-- Niki, você voltou? - perguntei, e só ouvi uma risada fraca. - Nishimura - abri a porta. - O que você... - um cara desconhecido tampou minha boca com um pedaço de pano, tentei reagir, mas fui ficando cada vez mais fraca, até meu corpo não me responder mais e minha visão sumir outra vez.

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Continua...

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