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—— Hm, posso falar com você rapidinho antes da próxima aula? —— pergunto para May quando me aproximo dele

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—— Hm, posso falar com você rapidinho antes da próxima aula? —— pergunto para May quando me aproximo dele.

—— Fala.

—— Eu só queria te pedir para não falar para ninguém sobre aquilo.

—— Da festa?

—— É, da festa. É que você foi praticamente a primeira pessoa com quem eu falei a respeito disso e eu preferia que isso ficasse entre a gente. —— tento me explicar.

—— Tudo bem. Não sou dedo-duro.

—— Obrigada. —— sorri agradecendo.

—— Então, o que está achando da escola?

—— Sabe que eu não sou novata.

—— E não é veterana.

—— Como sabe disso?

—— Não preciso saber. Você não faz questão de esconder. —— falou.

—— Eu gostei daqui. E sim, eu não sou veterana e não me considero novata, entrei esse ano porque fui expulsa da minha última escola.

—— Por que você foi expulsa?

—— Tem muita coisa, mas vou encurtar para você —— abro meu armário, pegando meus livros e guardando os outros —— Fui acusada de pichar o muro da escola.

—— E você fez isso?

—— Fiz, mas não assumi. Apenas fui expulsa, por sorte, não fui presa. —— fechei meu armário e me viro para o corredor —— A gente se vê no refeitório?

—— Pode ser.

—— Até mais. —— aceno.

Termino de andar e me viro para a sala de aula. Acabo decidindo sentar no fundo dessa vez por não ter ninguém do meu grupo aqui. A aula foi extremamente irritante e eu também não fiz muita questão de prestar atenção.

Já a terceira aula, estava Nour e Shivani, então foi um pouco mais divertida. Assim que o sinal bateu, fomos até o refeitório para encontrar nossos amigos. Mas quando entramos, todos me encaravam.

—— Por que estão me encarando? O que eu fiz? —— pergunto me sentando —— Matei alguém? Botei fogo na casa da mãe de alguém? Atropelei um idoso? Meu Deus, o que eu fiz?

Jeong me mostra a tela do seu celular. Eu não estava acreditando. Eu não podia acreditar no que eu acabei de ler.

—— Quem contou? Quem fez essa porra de postagem? —— me viro para May —— Foi você, não é? Você era o único que sabia disso! Você disse que não era dedo-duro, porra!

—— Não fui eu, caralho. Eu deixo meu celular no armário e só pego de noite, porra.

—— Mas você era o único que sabia disso.

—— Porém não fui eu.

—— Porra, pensei que eu podia confiar em você.

Saio do refeitório sem paciência, antes que eu pudesse entrar no meu dormitório, me encosto na parede e me permito a chorar. Eu vim para essa escola para ser uma pessoa diferente do que eu era antes, mas parece que as chances foram totalmente para água baixo.

Eu sei que se essa notícia se espalhar —— espalhar, eu digo chegar no meu pai —— , eu sei que ele vai brigar muito comigo por estragar a reputação da família e da empresa dele. Eu já estou vendo isso acontecer.

—— Sav! —— ouço Nour assim que ela sobe as escadas correndo —— Ei, ei... fica calma, tudo bem? Isso vai se resolver?

Ela percebe que eu apertava o meu braço repetidamente —— bom, isso era um jeito para eu me acalmar, mas não estava adiantando.

—— Sav, pare de apertar o seu braço! Isso não vai te fazer bem!

—— Eu pr-preciso... ficar soz-sozinha, p-por favor...

—— Eu não vou fazer isso! Você é minha amiga e eu não vou te deixar sozinha.

Ela abriu a porta do meu quarto e me colocou na cama. A mesma fez um carinho no meu cabelo tentando me acalmar.

—— Podemos faltar as duas últimas aulas. Eu posso ficar com você.

—— Eu realmente preciso ficar sozinha. Se isso chegar no meu pai, eu quero ouvir a bronca dele sozinha, Nour. Por favor.

—— Tudo bem. —— deu um beijo na minha testa —— Qualquer coisa, você me manda mensagem, tudo bem?

Assenti. A libanesa saiu do meu dormitório, me deixando sozinha. Eu não tive outra coisa a fazer a não ser chorar até dormir.

Mas tudo mudou quando meu pai me ligou.

𝗮𝗻𝗼̂𝗻𝗶𝗺𝗼 Onde histórias criam vida. Descubra agora