4 - TIMBER - Novas Espécies (Concluído)

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O coração de Eva acelerou dolorosamente no peito e uma alegria imensa a invadiu, porém Timber ainda tinha o que dizer, ela não entendeu, iria aceitar sem pestanejar, mas ele parecia fazer questão de deixar suas intenções mais claras do que já eram. Esse era seu jeito e ela o amava ainda mais por isso.

—  Eu sei que você passou recentemente por uma situação traumática envolvendo casamento e para torná-la minha companheira eu não preciso de um papel, você já é porque eu a marquei como minha. No entanto, todas as fêmeas humanas gostam de ter nem que seja uma pequena cerimônia e assinar os papéis de casamento.

Timber deslizou os dedos com carícias por todo o braço dela e beijou seu ombro.

— Eu vou me certificar de que você nunca esteja infeliz e que nunca lhe falte nada, de material e imaterial. Eu nunca seria um desgraçado como Bruce. Eu nunca vou te machucar. Nunca permitirei que ninguém machuque ou perturbe você, eu mataria e morreria por você.

Eva tremia diante de todas aquelas palavras intensas, fortes e possessivas, palavras nunca ditas a ela antes dele, que a faziam sentir-se como a mulher mais desejada, amada e sortuda do mundo. Ele havia dito que a amava e ela também o amava. 

— Eu sou um macho Nova Espécie e nós não precisamos namorar um longo tempo para saber o que queremos. Basta um segundo, um olhar e nós sabemos quem são nossas companheiras e a minha é você. Espécies não tem as falhas de machos humanos.

Eva não resistiu a uma risada.

— Você está certo. Pelo menos até agora eu não vi nenhuma atitude sua que chegasse perto de qualquer homem humano por aí. Você é superior sem margem de dúvidas.

Ele sentiu o calor inundar seu interior pelo reconhecimento dela.

— Você me faz feliz. É tudo que eu sempre quis. — declarou. 

— Eu não acho que exista qualquer dúvida sobre a minha resposta para viver com você. Eu só preciso de uma confirmação. — ela mordeu o lábio, hesitando.

— Quantas confirmações você quiser. — ele deu a ela um olhar ansioso, brilhando com esperança.

— Será que algum dia você irá se arrepender e querer o divórcio? Eu não sou muito interessante e você pode enjoar com o tempo. — essa era uma preocupação real dentro do coração dela.

Timber grunhiu em resposta, apertando seus braços ao redor dela.

— Eu nunca vou deixá-la! Não existe divórcio para nós, nossas ligações são para a vida toda. Apenas a morte será capaz de nos separar e eu peço a Deus que eu morra antes de você, porque nunca suportaria algo de ruim acontecendo com você, eu morreria de qualquer maneira.

Timber olhou aflito para bem dentro dos olhos dela, o coração do macho batia como tambor dentro do peito, a intensidade dos sentimentos pela fêmea em seu colo o consumindo de forma que quase o desnorteou.

As lágrimas encheram os olhos dela e ela deixou rolar, com o queixo tremendo. Timber beijou cada lágrima.

— Eu espero que essas sejam lágrimas de felicidade. — ele suplicou. 

— E são. — um olhar novamente nos olhos caninos que ela tanto achava lindos, ela viu a mais pura sinceridade lá.

— Eu não quero ver as outras aí. E eu farei tudo que puder para que você nunca fique triste.

— Eu tenho certeza que sim. Você é tão maravilhoso, Timber... Será que eu mereço você? Tenho medo que outra mulher vá tirar o seu interesse de mim.

— Você sente ciúmes? — ele sorriu internamente.

— Eu sinto ciúmes e preocupação que você pode querer outro alguém.

— Nunca. Nunca. Espécies ficam obcecados pelo cheiro e gosto de suas companheiras e não suportamos o toque de outra mulher. Ninguém vai me tirar o interesse de você. Eu te amo.

Ela suspirou apaixonada. 

— Será que te assusta, saber que posso ficar viciado e não conseguir viver um dia sem você?

Eva balançou a cabeça.

— Na verdade, não. Eu também não quero passar qualquer dia sem você. E já que estamos sendo totalmente honestos sobre tudo, eu preciso te contar o que estava acontecendo. 

— Eu estou pronto para ouvir.

— Eu não iria me casar com Bruce porque eu o amava e queria isso.

— Sua amiga comentou alguma coisa sobre isso.

— Minha mãe mentiu para mim, disse que tinha uma doença grave, câncer, e nós não somos ricas, eu ganho muito mal onde trabalho. Então ficamos desesperadas sem saber o que fazer para pagar seu tratamento.

— Deite a cabeça aqui enquanto fala comigo. — ele murmurou, encostando as costas no sofá e trazendo a cabeça dela para deitar em seu peito enquanto a embalava no colo.

— Ela disse que tinha uma solução, eu me casar com o filho do pastor da igreja dela, em troca eles pagariam o tratamento dela. Eu relutei um pouco mas eu amo tanto a minha mãe que faria qualquer coisa por ela.

— Ela não merece o seu amor. Mas compreendo que é impossível você deixar de amar a mulher que te deu a vida.

— Sim. — ela se agarrou mais a ele — Sempre foi tudo de aparências, eu não esperava de jeito nenhum que Bruce se apaixonasse por mim, mas ele começou a me maltratar, me humilhar e até me bater.

Timber segurou-a mais apertado e rosnou com raiva diante dos pensamentos do imbecil humano tocando em sua preciosidade. Ela alisou o peito dele, acalmando-o mas não adiantou muito, ele queria se vingar do macho e faria isso, nem que fosse uma surra, ele daria no desgraçado. 

— No dia em que eu conheci você, mais cedo, estávamos em um restaurante, ele queria me obrigar a comer salada, sendo que eu não gosto, porque ele dizia que eu tinha que emagrecer para o casamento.

— Não há nada de errado com seu corpo. — ele ficou indignado — É perfeito, macio, suave e com curvas. Eu adoro o seu corpo.

Eva sorriu no peito dele.

— Eu acredito em você. — ele enterrou o nariz na cabeça dela, cheirando-a — Ele me disse que quando nos casássemos, na lua de mel, ele iria me estuprar e me machucar de propósito. Ele sabia que eu era virgem porque ele exigiu que a noiva fosse. Então eu decidi que iria perder a virgindade com qualquer homem, apenas para tirar isso dele. Além disso, ele havia me deixado sozinha no meio de uma estrada deserta.

Eva sentiu seu coração gelar por alguns segundos quando o rosnado de Timber foi mais alto. Ficou com medo de que ele pensasse mal sobre ela por causa disso. 

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