4 - TIMBER - Novas Espécies (Concluído)

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— Você iria se entregar para qualquer macho? — as palavras dela vieram em sua mente depois que haviam compartilhado sexo — Você queria fazer sexo com alguém e eu fui o primeiro que apareceu. — relembrou.

— Soa tão horrível com você falando assim. — os olhos dela se encheram de lágrimas — Mas eu nem sei se teria coragem de ir até o fim. Eu me senti atraída por você desde o primeiro olhar. Eu queria você, eu só me senti assim por você e acho que eu só fiquei com você naquela noite porque era você.

Timber segurou a bochecha dela e encontrou seu olhar vendo lágrimas de angústia e arrependimento, além de sinceridade.

— Por favor, não pense mal de mim. — implorou Eva, com mais e mais lágrimas rolando pelo seu rosto.

Vendo o desespero e tristeza dela, Timber sentiu seu coração despedaçado e se apressou em tentar arrancar aquele pensamento da cabeça dela.

— Eu não penso. Não penso. — negou veemente — Eu quis você desde o primeiro segundo que te vi e ainda bem que fui eu quem se aproximou primeiro.

Ela lançou os braços no pescoço dele e o abraçou. Ele contornou seu corpo e abraçou-a de volta.

— Por isso eu te afastei de todas as maneiras possíveis, eu tinha que me casar porque eles estavam pagando o tratamento da minha mãe e eu assinei um documento que se eu não cumprisse com o acordo, ela iria para a cadeia e eu não podia permitir. Eu tinha que cumprir com a minha parte.

— Eu estou furioso que você tenha passado por tudo isso sozinha. Eu vou fazê-lo implorar pela vida quando eu colocar minhas mãos naquele maldito pescoço. Ele te machucou, ele te expôs a perigos quando deixou você sozinha em uma estrada deserta, fazendo com que você fosse para aquela lanchonete onde qualquer filho da puta humano com más intenções poderia colocar as mãos em você. Eu sei que isso pode fazê-la sentir medo de mim, mas eu protejo as pessoas que amo e eu quero fazê-lo sangrar.

— Eu não sinto medo. Eu sei que você nunca me machucaria ou a qualquer pessoa boa e inocente — ela voltou a deitar no peito dele — Quando eu e minha amiga começamos a desconfiar, faltava pouquíssimo tempo para o casamento, e assim que descobrimos que minha mãe mentia, que tinha um caso com o pastor e que Bruce estava envolvido com um homem e que tudo não passava de uma enorme teia de mentiras para encobrir as safadezas deles, bolamos esse plano maluco e que só deu certo graças a sua chegada na igreja.

— Eu faria tudo novamente. — ele afirmou.

— Eu não sei o que faria se você não tivesse aparecido lá por mim, Timber e o Brute para buscar a Susan. Eu fiquei tão feliz. Eu pensei estar vendo coisas.

— Vocês foram muito corajosas. Nunca mais precisarão passar por nada disso. É uma promessa.

— Bom, agora que eu já te contei tudo. Você ainda tem interesse em me manter para sempre em sua vida? — Eva ainda pensou que os acontecimentos que os fizeram ficar juntos pela primeira vez fossem de alguma forma fazê-lo mudar de ideia.

— Claro que sim! Nunca passou pela minha cabeça mudar de ideia por causa disso.

Ela abriu um enorme sorriso brilhante para ele e respirou aliviada.

— Então, já que não há mais qualquer assunto inacabado entre nós, — assunto inacabado trouxe a memória de Timber que ainda havia mais uma coisa para dizer a ela e que sua reação não poderia ser boa — minha resposta é...

— Espera. — disse ele com preocupação.

— Por favor, não diga que você está reconsiderando... — ela o encarou apreensiva.

— Não, não estou. Eu preciso te falar uma coisa. Antes de tudo, gostaria que soubesse que sempre foi o meu sonho ter uma companheira, uma família. Alguns amigos tem e eu já senti inveja deles, por diversas vezes, mas agora eu posso ter com você. Tem uma coisa que você não sabe, mas agora como minha companheira, deve saber.

— Diga-me e daremos um jeito.

— Nós podemos ter filhos. Eu sei que é de conhecimento público que somos estéreis, mas apenas companheiras e pessoas estritamente autorizadas podem saber disso. — ele revelou examinando as feições dela, tentando adivinhar seus sentimentos.

— Não entendo... — balançou a cabeça confusa.

— Não usamos camisinha em nenhuma vez que compartilhamos sexo, então você pode estar grávida do meu filhote. Um dos motivos pelos quais eu consegui o dia e hora exata para te resgatar na igreja foi porque eu estava te vigiando e esbarrei com sua amiga e ela pediu nossa ajuda.

— Espera, minha cabeça está girando agora, está me confundindo. Vocês podem ter filhos? — piscou atordoada.

— Sim, podemos e sempre foi o meu sonho. Entendo que você pode ficar chateada e tem total direito para estar, mas... Eu ficaria tão feliz se você estivesse mesmo com meu filhote crescendo ai dentro. — lágrimas encheram os olhos dele, mas ele não as derramou na frente dela.

Já Eva se sentiu tonta, como se a informação tivesse lhe dado um choque, fazendo-a relembrar o inicio de sua adolescência, algo sobre ela que ela mesma já tinha esquecido.

— Sempre foi o seu sonho? — ela sussurrou a pergunta.

— Sim. Nós podemos, nossa genética faz com que todos os bebês sejam meninos e réplicas de seus pais. São saudáveis. Eu posso pedir permissão ao Hook ou Gross para que visitemos seus filhos para que você os veja. A companheira de Gross acabou de ter o segundo filhote deles. — ele estava tão animado e esperançoso que quebrou o coração dela.

— Então todos os bebês são minis Novas Espécies? — ele assentiu e a dor se alastrou dentro dela — Nós teríamos um mini você se eu estivesse grávida? — Eva começou a chorar desesperadamente.

— Isso não agrada você? — ele perguntou confuso, pensou que ela o amava.

Será que a incomodaria tanto ter um bebe parecido com ele que a fazia chorar tão intensamente?

— Timber, eu... eu... eu adoraria, muito. Mas... sinto muito... Mas... — ela hesitou, sentindo um nó na garganta — Eu não acho que possa te dar filhos. Aos treze anos fui diagnosticada com ovários policísticos, meu ciclo menstrual é irregular e a médica disse que se não tratasse, eu não poderia ser mãe.

Ela soluçou e quase matou Timber vê-la chorar daquela maneira, ele só queria abraçá-la e fazê-la parar. Não suportava ver sua fêmea triste. Mas quando ergueu os braços para trazê-la de volta para se aninhar em seu colo, ela o afastou.

— E eu não fiz nenhum tipo de tratamento. — falou. 

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