Descoberta do dia

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– Adivinha quem vai passar o dia comigo hoje?

– Por favor, diga que não sou eu.

– Pra sua sorte ou azar, é você. – diz ele passando por mim e adentrando a casa.

– Isso não pode ser sério. – Falo quase que pra mim mesma enquanto fecho a porta. Depois vou até a sala, onde Heeseung já se encontrava sentado. – O que você quis dizer com isso?

– Não fui claro o suficiente? Você vai passar o dia comigo. – Ele profere. O interessante é que ele não demonstrava expressão alguma ao falar, e mesmo assim mantinha o ar autoritário. – Entendeu agora?

– Então é assim que funciona? – cruzei os braços tentando segurar minha personalidade explosiva que podia se manifestar a qualquer momento, e o tom com o qual ele estava falando só atiçava meu demônio interior ainda mais. – Você me diz o que fazer a qualquer dia ou hora e eu tenho que obedecer? Eu não vou ter vida própria por seis meses?

– Do jeito que você fala soa pior do que já é.

– Desculpe, não foi minha intenção ofende-lo. – ironizo. Ser controlada por alguém não era um papel que eu poderia exercer. E era claramente o que ele estava tentando fazer, mas que fique claro, eu não vou facilitar.

– Eu só estou pedindo pra cumprir o contrato ok? Pelos próximos seis meses da sua vida você é a minha namorada, então pelo menos tente fazer a sua parte. – Heeseung diz. Era estranho ouvir ele falar isso, mas ele tem razão, eu assinei aquele maldito contrato, e não poderia fazer nada, além de cumpri-lo. – Você pode fazer isso?

– Tudo bem. – Respiro fundo me preparando pra passar por cima do meu orgulho, o que não era fácil, eu jamais faria isso em outra situação, mas dessa vez é diferente. – O que eu tenho que fazer?

– Na verdade não muito, só temos que passar o dia juntos.

– Na sua casa?

– Não necessariamente, podemos ficar aqui mesmo se preferir.

– Então por que você tem que ficar aqui? – Indago indo me sentar no sofá que estava vazio. – Seus pais não tem como saber que você não está aqui.

– Acho que você não entendeu ainda, minha mãe não é burra, ela é bem capaz de me ligar e pedir pra falar com você, e ela não vai poder falar com você se eu estiver em outro lugar. Além do mas eu não tenho outro lugar pra ir. 

– Isso quer dizer que você vai passar o dia na minha casa? – perguntei mesmo que fosse óbvio. Não era exatamente agradável ter ele por perto, principalmente ficar o dia inteiro do lado dele. Não imagino como isso poderia funcionar. – Não vai dar certo.

– Por que não? Eu só vou ficar por aqui até ela resolver ligar, porque eu tenho certeza que ela vai ligar, depois eu vou embora.

– Certo, mas não me cobre atenção. – adverti. Heeseung esboçou pela primeira vez ali um sorriso, mas não um sorriso comum, era como se estivesse dizendo “Com quem você acha que tá falando?”. Eu não sei muito sobre ele, mas sei que ele não costuma esconder as expressões faciais, quase posso dizer que sei ler cada uma delas e indicar o que elas significam.

Levantei do sofá e peguei a caneca que estava na mesinha à frente de Heeseung, ele parecia entretido o suficiente com o celular, então apenas saí e fui até a cozinha.

Levo a ceneca até a pia que por sinal ainda estava com a louça suja de ontem. Não era muita coisa, mas era o suficiente para pensar, isso mesmo, eu penso enquanto lavo a louça.

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora