Abri os olhos compassadamente, me acostumando com a pouca luz do quarto. A cortina não cobria toda a janela e consequentemente havia um filete de luz adentrando o cômodo, para me alertar de que já era dia. Tentei me mecher para perceber que estava presa.
Os braços de Heeseung estavam envoltos em minha cintura, apertando minhas costas contra seu peitoral. Notei que uma de suas pernas estava sobre mim e eu revirei os olhos.
— Folgado. — murmurei tentando me libertar de seus braços.
Quando finalmente consegui me soltar, eu levantei. O olhei mais uma vez, para vê-lo imerso no mais profundo sono. Chega a ser estranho acordar ao lado dele e encontrá-lo com roupa, já que as últimas vezes em que estivemos na mesma cama... bom, roupas não eram necessárias.
Ignorei os pensamentos impuros e procurei meus saltos para sair. Chequei a hora no celular e passavam das oito. Precisava me apressar ou Taehyung iria ter mais um motivo pra me cobrar hora extra, e não era em dinheiro, ele está sempre esperando uma brechinha pra me fazer cuidar de Min-ji.
Por que ela não pode simplesmente se apaixonar por uma babá qualquer e me dar um pouco de paz?
Não é como se eu não gostasse da pequena, mas eu tenho mais problemas do que posso lidar ultimamente, e dar uma de babá não me ajuda em nada.
E aquele idiota do Taehyung está simplesmente jogando tudo pra cima de mim.
Segui o corredor silenciosamente e tentei lembrar o caminho até a saída. Ouvi um murmúrio de conversa vindo de uma das portas por ali e apertei os saltos que segurava em minha mão. Me esgueirei até a porta de onde vinha o som e olhei em volta antes de colar o ouvido na mesma.
Consegui identificar a voz do velho, e ele aparentemente falava ao telefone. Disse mais algumas coisas que não consegui entender e pareceu ter desligado.
Me apressei para sair dali e descer as escadas.
Não tinha conseguido ouvir muita coisa, mas não tenho dúvidas de que o ouvi marcar um encontro com alguém na empresa hoje quando estivesse vazia.
Não parece suspeito demais? O que esse velho poderia estar tramando dessa vez?
Estava tão imersa em todas aquelas possibilidades que ignorei quando alguém chamou meu nome, e só parei ao sentir uma mão em meu ombro.
Me virei prontamente para encontrar a senhora Lee.
— Me desculpe, eu te assustei? — perguntou. E toda aquela elegância pela manhã era possível? Eu certamente estava toda amarrotada e desgrenhada.
— Não, eu que peço desculpas, estava distraída. — coloquei os saltos rápdamente.
— Pelo que vejo acabou de acordar. — ela se aproximou para mexer em meu cabelo.
— Eu... esqueci de me arrumar. — respondi em um susurro, aproveitando aquele toque maternal que não sentia há algum tempo.
— Tudo bem, continua linda. — ela sorriu agora passando as mãos pelo vestido, tentando desamarrotar o tecido.
Foi então que a imagem de minha mãe veio à cabeça, e eu senti que iria chorar. Senti saudade. Senti também aquela coisa que me lembra que ela não estava mais aqui. Que não iria voltar.
— Eu preciso ir. — disse rápdamente e tentei sair.
— Não vá. — ela pediu e eu parei. — Tome café da manhã comigo. Eu pensei que jamais te veria de novo... não me faça essa desfeita.
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A contract - Lee Heeseung
FanfictionSer azarada e quebrar a cara com frequência não era novidade, mas como dizem por aí "tudo que puder dar errado, vai dar errado". Eu achei que seria uma boa ideia sair pra beber, mas a verdade é que tudo pode piorar quando se coloca álcool no meio...