Você me deve respostas

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— Namorado?

— É. Se o senhor me dá licença, eu tenho que trabalhar — me retirei e fui até a mesa de Heeseung.

— O que você tem pra mim, senhora — ele debocha soltando o celular.

— Nós ainda não casamos, então é senhorita — ironizei colocando o cupcake sobre a mesa.

— Engraçadinha. — ele murmura fitando o doce. — É sabor nozes?

— Exatamente, eu pessoalmente gosto.

— Eu não confio em você. Seu gosto pode ser estranho.

— Come logo antes que eu enfie pelo seu-

— Opa! Cuidado com a boca.

— Eu ia dizer nariz. — expliquei. Girei os calcanhares dando meia volta e rotornando ao balcão.

Sentia de longe o peso do olhar incessante de Su-ho. Que fez questão de trocar de cadeira e ficar me encarando descaradamente. Ele deve ter perdido totalmente a noção, o que ele acha que vai conseguir com isso? E o que droga ele teria pra falar comigo depois de tanto tempo? — me perguntava olhando fixo em qualquer outro ponto da loja, tentando inutilmente não ficar incomodada com a presença dele.

Encarei então as vidraças que refletiam o pouco sol que fazia. Destraindo-me com as pessoas que passavam pela rua. Embora não fosse suficiente pra tirar da cabeça a ideia de que Su-ho poderia ter algo importante a me falar. Mas de que iria adiantar falar com ele? O que ele me diria que pudesse, de alguma forma, mudar o que aconteceu? Seria impossível reatar qualquer tipo de relacionamento com ele.

Despertei de meus devaneios quando senti alguém se aproximar. A aparência marcante e o perfume inconfundível o entregaram. Era Heeseung. Que se pôs a frente do balcão, roubando para si não só a minha, mas diversas as atenções das garotas pela loja. Confesso que fica cada vez mais difícil me dirigir a ele. Nada mudou em relação a nós dois, todavia sua presença esmagadora ainda me parece difícil de lidar.

— Já está quase no seu horário de saída, certo? — indagou olhando brevemente o relógio em seu pulso.

— E que interesses o senhor teria na hora em que eu saio? — tombei a cabeça levemente para o lado fitando-o.

— Bom... — ele apoia os braços no balcão aproximando-se. — Alguém disse que tinha marcado de sair comigo depois do trabalho.

— Poxa, que audição maravilhosa. — desdenhei. 

— Precisamos conversar sobre isso.

— Sobre o quê? — indaguei sínica.

— Sobre um cara querendo conversar com a minha namorada depois do trabalho dela.

— Do jeito que você fala até parece que se importa. — olhei o relógio acima da porta e vi que já eram quase doze.

— Claro que eu me importo.

— Eu sei que não posso ser vista com outros caras Heeseung, e mesmo que pudesse, esse imbecil seria o último com quem eu sairia. — levantei da cadeira — Eu vou avisar o Jin e depois vamos, ok? Espera aqui.

— Eu ainda não paguei o doce.

— Eu já volto, só um minuto. — fui até a cozinha. Tirei o avental e pendurei no cabide. — Jin, já estou indo.

— Tudo bem.

— Ainda tem algumas pessoas lá, depois você pode passar nas mesas pra elas pagarem, está tudo anotado no caderno.

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora