Onze e vinte

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Amarraram meus pulsos tão apertado que minha circulação sanguínea poderia simplesmente dar meia volta e recuar por onde veio. E aliás, onde arrumaram essas cordas tão rápido? E por que é com isso que estou preocupada agora?! 

Esse velho maldito... daria um rim pra pular no pescoço dele e sufocá-lo até a morte. 

Heeseung por outro lado parecia preocupado o suficiente por nois dois. Ele inutilmente havia tentado convencer o pai a recuar e parar com tudo aquilo, o que resultou em uma fita sendo colocada para calar a boca do moreno. Ele olhava para cada canto da sala, para cada um dos três homens e acabava parando em mim. E eu podia facilmente decifrar aquele olhar. 

"Por que está tão calma?!", era o que ele parecia dizer. 

Mas eu realmente não estava preocupada com o que poderia acontecer comigo. A única coisa que me assombrava naquele momento era ter arrastado Heeseung para quilo tudo. Eu nunca, jamais, nunca mesmo, me perdoaria se algo de ruim acontecesse com ele por minha causa. Ele era a última pessoa que eu deveria ter trazido pra essa bagunça. 

— Acho que sabia onde estava se metendo quando veio de penetra essa noite, não sabia? — o velho se aproximou e eu permaneci em silêncio. — Vamos lá, onde está aquela lingua afiada de sempre? — aquele sorriso fantasma pairava sobre o rosto do velho, me trazendo asco. 

Mostrei a língua e Ji-hoon do outro lado da sala soltou um riso abafado. 

— É bom que esteja disposta a brincar, aproveite seus últimos momentos. — ele movimentou a mão em minha direção e deu as costas. 

— Esse é seu planinho de merda? Me matar e depois sumir com o Taehyung também? — ri em descaso. — Sinceramente, que bela porcaria. 

— Cale a boca enquanto pode. — o velho advertiu ainda de costas. Encarando o filho há alguns metros de distância. 

— Olha, eu achei que precisase interferir para que você caísse, mas acho que nem precisava fazer nada disso. — não era exatamente um blefe. — Com todo respeito, seu plano é uma bosta. 

Um segundo se passou antes que eu falasse novamente. 

— Mas acho que não dá pra esperar muito com uma equipe dessa. — passei os olhos pelos outros dois homens. — Quem mais está envolvido? So-hyun? 

— É meu último aviso... 

— Ela não é exatamente uma mente brilhante, sabe? Então fiquei me perguntando o que estaria mantendo ela aqui dentro e- 

Fui interrompida. Aquele velho maldito me deu um tapa. 

Joguei a cabeça para cima, na tentativa de tirar o cabelo do rosto. Levei a língua para o lábio inferior e senti o gosto de ferro. O desgraçado me fez sangrar. 

— Ué? Achei que queria me ouvir falar? — não abandonei a postura. 

— Você deveria estar implorando para viver. — a ira nos olhos do velho era clara e me mataria se fosse possível. 

— Implorar? — ri novamente. — Por que não mete logo uma bala na minha cabeça? 

O Lee se agitou na cadeira mais à frente e o olhei por segundos o suficiente para ver o terror nos olhos dele. 

— Não se preocupe com isso. Te farei um favor. Será rápido. 

— Não agradecerei por isso, então não leve para o lado pessoal. 

O velho esperou alguns bons segundos para arrumar a postura e tirar os olhos de mim. 

— Voltamos em um minuto. — avisou antes de atravessar a porta, seguido pelos outros dois homens. 

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora