— Ele... pode ter mandado atirarem no Taehyung.
— Como é? — o Lee emitia completa confusão mental.
Talvez jogar isso na cara dele assim possa ser um baque mais forte do ele pode aguentar. Mas eu preciso que ele saiba.
— Eu sei que pode ser difícil de acreditar... — fiz uma pausa para encarar os olhos dele. Brilhavam enquanto me ouvia falar, mas não sabia se eram apenas lágrimas que ele segurava — Lembra que eu disse que o conheci depois que ele levou um tiro?
Ele continuou em silêncio e entendi como um consentimento para que eu continuasse.
— Hoje convenci Taehyung a irmos atrás atrás do seu pai... — fitei o chão antes voltar a encará-lo. Esperei um questionamento mas ele não veio. Heeseung continuava me olhando de forma impassível. — Quando chegamos lá ele estava de saída. Nós o seguimos para tentar uma conversa, mas ele estava indo encontrar alguém.
Não sabia o que aquele silêncio significava. Ele pode estar apenas me ouvindo para depois sair por aquela porta e nunca mas olhar na minha cara, ou pode estar tentando entender sobre o que estou falando. Me sinto tão estranha de repente.
— Quando o Taehyung viu o homem com quem seu pai conversava... — tomei coragem para continuar — reconheceu ele imediatamente. Um tiro não é algo que se esqueça facilmente, eu acredito que seja sim a pessoa que atirou nele. — soltei o ar que nem percebia que tinha prendido. — Eu só... não sei que tipo de relação ele teria com seu pai.
Recuei alguns passos e virei de costas. Nunca vou me perdoar se estiver errada. Respirei fundo antes de me virar novamente, porém o ar me faltou em seguida ao encontrar Heeseung chorando. Então é essa a sensação de ter o coração em pedaços. Eu nem lembrava mais como era.
Repentinamente uma culpa devastadora caiu sobre mim. Senti arrependimento e queria imensamente voltar no tempo para me impedir de contar a ele sobre isso.
— Você sabe... quanto tempo eu tentei convencer à mim mesmo de que meu pai não era uma pessoa ruim? — ele tentava controlar o choro mas tudo que conseguia era soluçar baixo. — A minha vida inteira.
— Desculpa... — minha voz era apenas um susurro praticamente inaudível. Eu não sabia porque estava me desculpando, só queria de alguma forma confortar ele.
— Eu... quero que você esteja errada. — foi tudo que ele disse antes de desabar em lágrimas. Ainda lembro da última vez que vi o Lee tão abalado.
À essa altura eu já nem percebia que também chorava. Tudo que queria era vê-lo bem outra vez. Começo a achar que teria sido melhor ter deixado ele fora disso. Mas ele não ficaria sabendo de qualquer jeito? — gostaria que isso me acalmasse.
— Eu também... — dei um passo em sua direção — quero estar errada.
Abracei o Lee que sequer parecia ter me ouvido. Estava perdido em seu próprio sofrimento enquanto soluçava incontrolávelmente.
Ele demorou um pouco à retrubuir o aperto. O que me fez sentir ainda pior. Nada do que eu faça agora pode arrancar essa dor de dentro dele.
E nada do que eu faça agora pode mudar o que já foi feito. Acho que pela primeira vez na vida desejei estar errada sobre algo. E dói; dói porque não há o que fazer.
[...]
Minha cabeça doía pela insônia constante. Meus olhos pesavam mas o sono não vinha. Cochilos de meio segundo foi o que consegui essa noite. Tudo que me restou foi assistir o sono pesado do Lee. Pelo menos ele conseguiu descansar um pouco. Depois de chorar por um tempo ele apagou completamente. E agradeço por isso.
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A contract - Lee Heeseung
FanfictionSer azarada e quebrar a cara com frequência não era novidade, mas como dizem por aí "tudo que puder dar errado, vai dar errado". Eu achei que seria uma boa ideia sair pra beber, mas a verdade é que tudo pode piorar quando se coloca álcool no meio...