Relógio temporal

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A viagem foi longa e cansativa. Se tem algo que odeio, são aviões. Eu não consegui pregar o olho a maldita viagem inteira. Terei que pegar pesado na maquiagem e tentar esconder as olheiras. Evitei até olhar pra cara do Taehyung o caminho inteiro. Eu quase implorei à esse insuportável pra me deixar ficar, mas parece que ele quer me ver irritada, e vai conseguir. 

O ignorei e subi direto para o meu quarto no hotel, com Mi-sun em meus braços, já que não tive coragem de deixá-lo com outra pessoa. Passei o cartão de asseso e aporta destravou para que eu entrasse. O interior era bonito e moderno, com uma bela vidrassa que me dava a vista de vários outros prédios pela cidade. Larguei a mala alí mesmo e coloquei Mi-sun no chão, esse que correu para explorar o quarto. Andei até a cama enquanto tirava os saltos. Me joguei sobre o colchão macio, dormiria daquele jeito mesmo. E dormiria até amanhã. Foda-se se são cinco da tarde nesse maldito país, eu vou dormir e resolver tudo na reunião amanhã. Em seguida eu vou embora e tudo volta ao normal.

Final feliz. Ninguém leva chute e eu não fico estressada.

Maldito seja Kim Taehyung. Ele ainda vai me pagar caro por isso.

Me enterrei debaixo das cobertas, tentando deixar os pensamentos agoniantes de lado. Coisa que seria praticamente impossível.

[...]

Terminava de me arrumar em frente ao espelho. Finalizei minha roupa colocando o blazer e passei a mão no cabelo, arrumando de qualquer jeito. Não estava com a mínima paciência para penteados hoje. Fazia tempo que eu não acordava tão irritada, respirando e inspirando ódio. Hoje é um daqueles dias que eu espanco o primeiro que aparecer, e espero que Taehyung seja tal pessoa.

Coloquei os saltos e peguei a bolsa, logo seguindo até a porta. Peguei o elevador e desci. Taehyung avisou por mensagem que havia contratado um motorista para o tempo que passaríamos aqui, então, eu estava indo ao encontro do mesmo. Temos trinta minutos para chegar naquela desprezível reunião e eu espero que aquele imbecil não se atrase, quero acabar isso o quanto antes.

Atravessei o saguão do hotel e logo avistei um homem de terno parado ao lado de um carro preto, aparentemente novo e moderno. Esse idiota gosta mesmo de ostentar.

— Bom dia. — Ele se curvou enquanto me cumprimentava. — Senhorita S/n?

— A própria.

— Tenho ordens para levá-la até a empresa essa manhã.

— Espera, você tem ordens? Cadê o idiota do seu chefe?

— Ele mandou avisar que teve um imprevisto e vai chegar um pouco atrasado.

— Ele não pode fazer isso! A reunião já foi marcada!

— Ele disse para ficar tranquila, e que ele já avisou que iria se atrasar.

— Esse idiota irresponsável. — Resmunguei andando até o carro. — Mais alguma coisa? 

— Na verdade... — Disse enquanto eu abria a porta, dando de cara com Min-ji em uma cadeirinha no banco detrás.

— EU MATO-

Segurei a fúria para não surtar ali no meio da rua. Kim Taehyung é um- 

Eu disse que não queria vir, mas ele me obrigou, também disse que não seria babá dele durante a viagem, mas ele me ignorou DE NOVO. A próxima vez que o vir, vou acertar um chute bem no meio das pernas dele. Será o fim das suas produções, infelizmente Min-ji não terá irmãos se depender de mim.

Entrei no carro, batendo a porta com força. Se isso fosse um desenho animado, teria fumaça saindo da minha cabeça.

— Seu pai é um idiota. — Reclamei para a criança ao meu lado, essa que nem mesmo prestava atenção em mim. — Deveria chamá-lo de idiota ao invés de pai.

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora