Rendida

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- Você falou com a sua mãe Jungwon? Como Mi-sun está? - Perguntei. Não fiquei tanto tempo longe dele desde que o trouxe pra casa, então, não estava sendo fácil pra mim.

- Ele está bem. Fica tranquila. - Respondeu com um ar de cansaço. Eu estava parecendo aquelas crianças que quando viajam ficam perguntando o tempo todo se estamos perto de chegar. - Já estamos quase chegando. Você acha que ele vai fugir de lá ou o quê?

- Nunca se sabe. Ele é bem danado às vezes.

O peso de Heeseung sobre meu já começava a incomodar. Assim como quando viemos, ele simplesmente deitou a cabeça em meu ombro a viagem inteira.

Me perguntava por que ninguém nos questionava sobre essa situação, mas então eu percebi que já agimos assim normalmente. Apesar de termos um contrato, ninguém nunca desconfia de nada, porque definitivamente agimos como um casal. Como eu só percebi isso agora?

Tentei olhar para Heeseung após minha mais recente descoberta, todavia eu não conseguia ver mais que o topo da cabeça dele.

Acho que deveria tomar cuidado com ele a partir de agora. Depois de tudo que me contou ele ficou estranho, fica procurando qualquer oportunidade pra me atacar. Eu não posso permitir. Tenho que ser forte e resistir à ele. Bom, pelo menos até descobrir se ele realmente gosta de mim. Sei bem como é quebrar a cara com os homens, e não estou disposta a passar por isso de novo.

Acomodei a cabeça no banco. Não vejo a hora de chegar em casa. De abraçar Mi-sun e ir trabalhar novamente. Ainda é estranho sentir falta daquela correria do café, mas eu sinto.

[...]

- Meu bebê! - Estendi os braços ao ver Jungwon trazê-lo para o carro. - Eu senti sua falta danadinho. - Susurrei para o bichinho em meu colo. Ele parecia animado, deve ter sentido falta também.

- Espero que possamos nos reunir assim outra vez. - Disse Jungwon em despedida.

- Nós vamos. - Acenei para para ele.

Distraída com o Jungwon, não havia percebido que o animalzinho nem mesmo estava mais em meu colo. O procurei para encontrá-lo já com Heeseung. O moreno tinha os olhos pequenos, consequência do cochilo durante a viagem. Porém, isso não o impediu de brincar com o pequeno.

- Como pode ser tão falso? - Resmunguei semicerrando os olhos.

Esse papo de melhor amigo do homem é tudo baboseira, basta dar atenção que eles idolatram.

Mas, parando pra pensar, Heeseung passa bastante tempo lá em casa, e foi a segunda pessoa que Mi-sun conheceu depois de mim. Vai ver ele acha que Heeseung também é o dono dele.

Isso não é verdade. Ele é meu bebê. E só meu!

- Que cara é essa? - Heeseung me chamou atenção. - Parece que tá planejando um assassinato.

- Talvez eu esteja.

- Ah é? E de quem seria?

- O seu. - Sorri falsa.

- Eu ajudo a esconder o corpo. - Disse Jay ao volante.

- Será de grande ajuda!

- Yah! Parem de agir como se eu não estivesse aqui!

[...]

- Tchau meninos! - Acenei fechando a porta do carro.

Eles se despediram em uníssono e logo o carro começou a andar, saindo da minha rua. Ajeitei a mochila em meu ombro e segurei melhor o cachorro que se remexia em meu colo.

- Tá querendo fugir é? Vai atrás do seu querido Heeseung? - Indaguei para o cachorro inquieto.

Me preparei para ir em direção à minha casa. Vi, então, de relance uma figura na casa vizinha. Voltei rápdamente o olhar em direção àquela pessoa. Era So-hyun. A mulher estava parada na porta, tinha os braços cruzados e me observava como um predador observa sua presa antes de atacar. O que ela faz aqui, afinal? Eu sei que são irmãos, mas morar aqui não é um pouco demais?

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora