Acho que você errou de casa

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Segui Heeseung que andava um pouco a minha frente, ele me guiava a procura de um restaurante. Não demorou muito para que encontrássemos um. Notei que era um restaurante Japonês.

Heeseung para e fica de frente para mim.

— Você gosta de comida japonesa? 

— Macaco gosta de banana?

Foi suficiente para que Heeseung esboçasse um pequeno sorriso e continuasse andando em direção ao local.

O lugar era realmente bonito, haviam detalhes amadeirados por toda a extensão. As mesas eram tradicionais, não haviam cadeiras, apenas almofadas em volta, tinha uma grande distância de uma para outra, o que deixava as pessoas mais confortáveis.

Adentramos um pouco mais, e logo alguém vem nos receber. A moça de sorriso encantador nos guiou até uma das mesas. Deixou dois cardápios conosco e se retirou.

— O que você sugere? — Heeseung questiona deixando o cardápio sobre a mesa enquanto me fitava.

— Bom... — levantei um pouco o cardápio de forma que cobrisse o meu rosto ao lembrar o acontecido de ontem — Que tal, uma barca?

— Ótima escolha — concorda. Abaixei novamente o cardápio e o deixando sobre a mesa. Ainda com o olhar dele sobre mim — Porque seu rosto tá tão vermelho? Tá com febre?

— Meu rosto? — levei as mãos até às bochechas — deve ser o calor — menti.

Assim que a moça voltou, fizemos o pedido e ela se retirou novamente. Ainda me rondavam as perguntas sobre a atitude dele ontem. Minha vontade era despejar tudo aqui e agora, mas me faltava coragem.

Eu tentei não demostrar meu desconforto com a presença dele, tentei parecer o mais normal possível, todavia era mais difícil do que parece.

Peguei o celular e tentei me distrair, mas tudo que consegui foi fazer o silêncio pesar sobre a mesa. Não estava aguentando mais aquela situação.

— Afinal, porque você fez aquilo ontem? — soltei repentinamente jogando o celular sobre a mesa. E mais uma vez a minha personalidade explosiva me dominou. Seus olhos que encaravam a tela do celular, subiram rápdamente ao encontro dos meus.

— Específique "aquilo"? — ele indaga. Como pode ser tão sínico? Agora ele quer que Específique o que ele fez? Garanto que se eu começar a falar, ele vai se arrepender.

— Não seja sínico, Lee Heeseung — cruzei os braços o fitando — Aquilo foi algo totalmente inesperado, pode me dar uma explicação? Antes que eu entenda errado.

— Não foi nada demais, eu tenho total liberdade pra fazer isso, lembra? 

— Eu quero um motivo — disse firme.

— E se eu disser que não tem um motivo?

— Como assim? — indaguei — Então você repentinamente pensou "Uau, que lábios rosados, acho que vou baijá-la", não faz sentido Heeseung.

— Não foi exatamente isso que me veio a cabeça, mas pense como quiser — Sorriu ladino voltando a encarar o celular.

— Sabe o que eu acho, que você é muito estranho, e está escondendo algo de mim — ele desliga o celular jogando o mesmo sobre a mesa e me encarando novamente.

— Para com isso, não estou escondendo nada.

— Está sim, todo mundo sempre parece insinuar algo quando se referem a mim, o que eu tenho haver com o seu passado, Lee Heeseung? — perguntei sem tirar os olhos do moreno, acho que foi a primeira vez que o encarei tão profundamente.

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora