Sorte

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Tive certa dificuldade para abrir os olhos, mas por fim consegui. Senti dor de cabeça e levei instintivamente a mão até a mesma. Olhei em volta tentando reconhecer onde eu estava; Aparentemente um quarto de hospital. 

Notei que em meu braço havia uma agulha, transferindo o soro. Tirei a fita que a segurava e arranquei-a do meu braço.

Odeio agulhas.

Me sentei na cama e me senti um tanto desnorteada. Esperei alguns segundos para que minha mente se colocasse no lugar e me levantei. Andei até a porta e sai, procurando pela recepção.

— Com licença, pode me dar uma informação? — Perguntei me aproximando da recepcionista.

— Claro, do que precisa?

— Quero saber se aqui está internado um paciente chamado... Qual era mesmo o nome dele...? Era Kim... Tae... Kim Taehyung! É isso.

— Kim Taehyung... — Ela repetiu enquanto mexia em seu computador. — Ah sim, ele está internado aqui.

— Pode me dizer em que quarto ele está?

— Isso eu não posso dizer, são informações que eu só posso dar à familiares, desculpa.

— Entendo. — Pensei um pouco. — Mas pode ao menos me dizer se ele está bem? É que fui eu quem o ajudou até a ambulância chegar e-

— Espera, você é a moça que estava com ele? Você não deveria estar no seu quarto descansando? A enfermeira sabe que você saiu?

— Calma, eu não posso responder tantas perguntas assim. — Sorri. — Eu estou bem e realmente preciso saber se ele também está.

— Eu não deveria mas... A cirurgia dele ocorreu muito bem. A bala foi retirada e ele vai ficar aqui alguns dias até receber alta. Vai acordar logo logo.

— Que bom, é um alívio. Eu quase tive um treco quando vi ele naquele estado e... Espera, quanto tempo faz que eu tô aqui?

— Já deve ser por volta das onze. — Ela conferiu o relógio em seu pulso. — Sim, já são onze e meia da noite.

— Meu Deus! Ele deve estar preocupado comigo! Eu tenho que voltar!

— Quem? Seu marido? Ou... Namorado?

— O meu cachorro! — Andei rápdamente em direção à saída.

— Espera aí! Você ainda não recebeu alta! — Ela gritou mas era tarde demais, eu já tinha atravessado a porta em direção à rua.

Meu pobre Mi-sun. Eu deveria ter deixado mais ração na tigela dele. — Pensava enquanto tentava pegar um táxi à beira da rua.

[...]

— Meu bebêzinho! — O chamei ao entrar em casa. — Desculpa, você é um cachorro então eu não tinha como avisar. — Falei o pegando no colo.

Caminhei até a cozinha, que consequentemente era junto à sala pelo pouco espaço do lugar. 

— Vamos fazer um lanchinho antes ir dormir, ok?

[...]

Caminhava pelas ruas movimentadas de San Francisco. Cada canto da cidade parecia um ponto turístico. Isso me fazia lembrar porquê escolhi a Califórnia. Além das belas praias — Essas que eu nuca consegui visitar por me trazerem memórias doloridas —, San Francisco tem lugares lindos e encantadores.

Quanto mais me aproximava do hospital, mas eu me questionava sobre a ligação que recebi hoje de manhã enquanto trabalhava. O homem ao telefone não especificou muito o porquê de eu vir aqui, mas deixou bem claro que Kim Taehyung queria me ver. Ele parecia ressaltar o nome do homem, porém não entendo o por quê. Estou deixando passar algo?

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora