Saudade

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Me acomodei na cadeira e esperei pacientemente o que viria a seguir. Quase podia dizer que estava ansiosa. E isso se intensificou quando a porta da sala foi aberta, logo So-hyun passou pela mesma.

Contive um possível sorriso ao ver a cara nada agradável que ela fazia. Já ganhei um ponto.

— Algum problema? — perguntou de pé à frente da mesa.

— Eu encontrei vários erros nos documentos que analisei. Achei que fizesse um bom trabalho, mas vejo que me equivoquei. — a postura dela continuava a enrijecer. — Tem certeza que está aqui pela sua competência?

— O quê? — ela franziu o cenho desacreditada. — O que está insinuando?

— Eu? Imagina. Não estou insinuando nada. — forcei um meio sorriso. 

— Você me chamou aqui apenas para reclamar? Se a resposta for sim, eu vou me retirar. — ela claramente estava se segurando agora que sabia meu nível de autoridade por aqui. 

— Na verdade... Eu tenho outro problema. 

— E qual seria? — caramba, eu quase vi ela revirar os olhos.

— Eu não sei usar a máquina de café. — pisquei inocentemente enquanto ela processava a informação.

— Calma aí, você não tá me dizendo pra-

— É exatamente isso So-hyun! Você é tão esperta! — sorri abertamente.

— Eu não sirvo café! Sou uma secretária! — ela estava finalmente se exaltando. Viva!

— Uma secretária que nem sabe organizar um simples documento. Deve ao menos saber servir um café. — encarei a mesma com intensidade.

— Isso é pessoal, não é? Você está fazendo de propósito! — ela ainda não estava gritando, mas eu vou cuidar disso.

— Pessoal? Você acha que é o suficiente pra ter algo pessoal comigo? — sorri debochando da mulher.

— É claro que é pessoal. Está fazendo isso porque não conseguiu segurar o Heeseung. — cruzou os braços.

— Por que está levando a conversa pra esse lado? Que eu saiba você também não conseguiu nada com ele querida. — sorri ladino, provocando. E pelo visto tive sucesso.

— Você não sabe de nada! Voltou agora e já se acha grande coisa! É só uma questão de tempo até Heeseung voltar pra mim!

— Quanto tempo exatamente? Porque já se passou mais de um ano.

— Isso não é da sua conta! Por que não volta pra onde estava e nos deixa em paz?!

— Deixar vocês em paz? De quem está falando? — me levantei para bater de frente com a mulher. — Heeseung te odeia, sempre odiou. É você quem acaba com toda a paz por aqui.

— Ele não me odeia! Ele odeia você!

— Tem certeza? — quase sorri em satisfação, ela estava furiosa. — Porque ele gentilmente me ajudou com a cafeteira essa manhã.

— Isso não pode ser verdade. Ele te odeia. Eu... Eu fiz tudo pra que ele te odiasse. — ela nem parecia lembrar que eu estava alí.

— É uma pena. Tenta de novo na próxima. — observei sua expressão ficar ainda mais raivosa.

— Você não devia ter voltado, S/n. — Se aproximou da mesa para apoiar as mãos. Ao mesmo tempo que notei a maçaneta da porta girar e a porta quase abriu. — Eu vou ferrar com tudo de novo, está ouvindo?

A contract - Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora