Mal entramos no quarto após o banho e um sinal de alerta do smartphone foi ouvido em meio às reclamações de Tai, que continuava me cobrando explicações sobre minha atitude tão antiética.
Imaginando ser uma mensagem de Vanna, caminhei até o aparelho em cima da cama e o apanhei. E torci para ser alguma coisa importante, na esperança de que ela esquecesse sua bronca comigo por um minuto.
Mas quando ergui a tela diante dos olhos...
Ah, eu não acredito...!
"Ai, eu não acreditooo!!" — exultou ela também ao observar a notificação, onde foi possível ver rapidamente quem havia mandado a mensagem.
Era uma notificação no Whatsapp. Mas não era da Vanna.
Era uma mensagem de William.
O crush da Tai.
É. Parece que o idiota resolveu investir mais seriamente na sua nova conquista.
"Ei, o que foi que você fez?!?" — reclamou ela, assim que apaguei a tela do smartphone sem abrir a mensagem, voltando a deixá-lo sobre a cama.
— Depois a gente lê isso. Vamos por uma roupa primeiro.
"Mas eu quero ver a mensagem que ele mandou!" — insistiu ela.
Meus olhos haviam passado bem rápido pela notificação, mal dando tempo para perceber com clareza de quem se tratava. E confesso que nutri uma leve esperança de que Tai não tivesse notado.
Mas ela acabou percebendo também. Infelizmente, partilhar dos mesmos olhos tinha as suas desvantagens.
Respirei fundo enquanto terminava de me secar com a toalha. E durante aquele breve tempo, tentei pensar em alguma desculpa para não abrir aquela mensagem.
Ou apagá-la sem querer.
— OK — Após vestir rapidamente o pijama, cedi a seu apelo; catei o seu velho Galaxy A30 sobre o colchão e acendi novamente a tela. A notificação com a prévia da mensagem logo apareceu outra vez na parte superior.
"Aperta logo!" — exclamou ela, cada vez mais impaciente.
— Chata... — acabei murmurando em meio a um suspiro frustrado, antes de finalmente tocar sobre a notificação, abrindo o aplicativo. A mensagem logo ficou exposta, enchendo a tela. E tinha um tamanho considerável. O imbecil se esforçou em escrever mais de dez linhas.
Quanto ao conteúdo, era o mesmo blá blá blá, de sempre, aquela cantadinha barata, digitada sem nenhum esforço, mas que seria o bastante para cativar a pata que estava do outro lado lendo.
Linda. Você tem uma luz belíssima. Blá blá blá... Até xuxuzin ele usou como um apelido carinhoso endereçado a ela.
E numa passada rápida sobre o texto, catei pelo menos uns doze erros de gramática.
Ou seja, além de ser chato e inconveniente, ele era burro.
"Meu Deus, que lindo!" — exultou ela, maravilhada com aquelas palavras.
Mas não parava por ali. Ainda tinha um extra para agredir os meus olhos.
Ou melhor, os meus ouvidos, já que no final daquela balela toda, havia uma mensagem de voz.
"Bota tocar a mensagem!" — pediu ela, já eufórica na expectativa do que ouviria.
— Notei que ele nunca te mandou mensagens antes — observei, tentando rolar a barra para ver as mensagens anteriores. Porém, mas não havia mais nada. — Estas foram as primeiras que ele te mandou.
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Consciência Viajante
Teen Fiction(Classificação +14) Ele despertou na beirada de um prédio, prestes a cair. E após enfrentar momentos de tensão para impedir uma queda fatal, acabou descobrindo que acordar naquela situação aflitiva não era o maior de seus problemas. Logo se deu cont...