— O quê?!? — Balancei a cabeça enquanto soltava uma risada sarcástica. — D-do que você está falando, sua maluca!?
— Do que parece bem óbvio pra mim.
— Tá doida!? Isso é um completo absurdo, Vanna! E-eu nem conheço ela direito! E eu sou só uma consciência. E estou preso dentro dela! E ela me odeia por isso! Nós não combinamos em nada!
— Ela não te odeia, Miguel.
— Mas ela não liga a mínima para o que acontece comigo!!
— Independente disso, você se apaixonou.
Continuei balançando a cabeça, negando aquele absurdo. — Isso nem faz sentido...!
— Mas aconteceu.
Olhei para ela e quase a mandei ficar quieta, mas me controlei. — Olha, isso é a maior besteira que eu já ouvi...!
— Esse cara não merece ela — soltou Vanna em seguida, mudando um pouco de assunto, para meu alívio.
— Esse cara é um idiota! — reforcei, concordando com sua opinião. — Minha vontade era de arrancar o pescoço dele e fritar o coração com batatas!!
— E eu comeria — acrescentou ela. Mas logo voltou atrás: — Não comeria, não. Ia me fazer mal.
— Ele vai fazer ela sofrer! — garanti. — E isso é uma coisa que eu não quero que aconteça!
— Concordo. Por isso, temos que dar um jeito de fazer a Tai desistir dele.
— Temos? — Ergui uma sobrancelha.
Vanna me encarou. — Temos, sim! Somos uma equipe agora. E concordamos com isso. Portanto, temos uma missão!
E, de repente, a frustração que eu sentia começou a perder terreno dentro de mim ao me dar conta de que estávamos nos unindo com uma importante missão pela frente: salvar Tainara das garras daquele crápula.
— Mas ela é apaixonada por aquele cretino — lembrei-a do óbvio, o que se mostrava um grande problema.
— Só que ele não presta.
— Mas ela não vê isso! E ela nunca vai ver isso! E ele é um mentiroso cretino! — A simples lembrança das palavras que ele havia sussurrado ao meu ouvido me enchia de raiva. — E ele pediu a Tai em namoro. Em namoro! E... jurou pra ela que não estava ficando com ninguém! Mas o safado mentiu!! Eu vi na cara dele que aquele pilantra estava mentindo!! Dava de sentir isso na voz daquele almofadinha catarrento!
Vanna gargalhou. — Adorei o almofadinha catarrento.
— É. Esse apelido cai bem nele — reforcei.
— Talvez, a gente possa ajudar a abrir os olhos da Tai antes que seja tarde demais.
— E como vamos fazer isso, Vanna?
— Ué. Você mesmo acabou de dizer como vamos fazer isso: pegando ele na mentira.
— Já estou começando a gostar disso.
— Eu já vi ele se engraçando para a Pamela, do terceiro ano. — confidenciou Vanna. — E eu capto as coisas. A Pamela estava lá na festa. E eu notei os olhares que escapavam entre eles, mesmo quando ele estava com você. Tenho certeza que os dois têm um lance.
— É uma informação ótima. Se pudéssemos confirmar e provar isso para a Tai, seria um trunfo a nosso favor.
— Exato. A gente prova que esse almofadinha catarrento está ficando com a Pamela, ela vai perceber que ele é um escroto e isso ajudará a tirá-lo da cabeça dela.
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Consciência Viajante
Novela Juvenil(Classificação +14) Ele despertou na beirada de um prédio, prestes a cair. E após enfrentar momentos de tensão para impedir uma queda fatal, acabou descobrindo que acordar naquela situação aflitiva não era o maior de seus problemas. Logo se deu cont...